terça-feira, 16 de junho de 2009

A FAMÍLIA TIRA-PICOS

(O AMIGANÇO – 2ª tentativa)

Logo que lhe foi possível o TIRA-PICOS, iludindo, mais uma vez a vigilância paterna foi dar uma justificação à MARIA AMÉLIA dos motivos do fracasso do plano.
O amor tudo perdoa e a MARIA AMÉLIA foi facilmente convencida a repetir a proeza, mais a mais que o “brutamontes” do pai nem sequer se tinha apercebido da sua fuga. Mas impôs uma condição: Agora só aceitava “juntar-se” se tivesse casa própria. E não é que o TIRA-PICOS arranjou mesmo uma casita lá para os lados do bairro das “AVESPERAS”! E até fez chegar à namorada uma chave da casa.
Foi acordado que na noite de S. Pedro (já que não havia sido na noite de S. João) por volta da meia-noite a MARIA AMÉLIA, iria ter à sua nova casita, onde o TIRA – PICOS a esperava.
Só que era noite de S. Pedro, e voltava a haver “fogueiras” e enquanto não era meia-noite o nosso amigo foi dar uma volta ao bailarico. Só que desta vez não se chegou tão pouco ao pé do “toque”, preferindo ir “encostar-se “ ao bar. A aventura passada no bailarico anterior, era motivo de conversas e o nosso amigo, teve que repetir vezes sem conta como as coisas tinham acontecido,“cravando” uma cervejita cada vez que repetia a história. Foram tantas que passou a meia-noite, a uma, as duas... até que o TIRA PICOS ficou a dormir encostado a uma mesa.
Só acordou quando o amigo Badalico o despertou, para lhe dar os parabéns.
Parabéns? Porquê? Ainda estás a gozar? Parabéns pelo casamento, homem! A moça de Pardais, está desde as onze horas, na tua nova casa!!! “Amigas-te” e não dizes nada aos amigos!!!
O TIRA-PICOS ainda foi a correr para casa.... mas a prometida, mais uma vez desiludida, já tinha regressado ao monte das Bujardas.
Só que desta vez... o pai estava já acordado!!!

À TERCEIRA FOI DE VEZ

Ainda tentou a pobre Maria Amélia, desculpar-se dizendo que tinha ido dormir a casa da sua amiga Genoveva, mas a “coisa” não deu certo pois foi logo onde o pai a foi procurar, quando pela manhã a dita não compareceu para o ordenho das vacas e tratamento das galinhas. A “sova” foi inevitável e a seguir a proibição de sair do Monte.
O Tira-Picos, desesperava, e maldizia aquela maldita “sigueira” que tinha pela “buìda”, que deitou tudo a perder naquela maldita noite de S. Pedro. E da “prometida”... NADA. Nunca mais chegou à fala com a sua amada, pois a vigilância paterna não dava qualquer hipótese.
Até que certo dia, lhe apareceu a Genoveva com uma mensagem da Maria Amélia que lhe pedia para a ir buscar no Sábado seguinte logo pela manhã à porta do Monte.
NÃO HOUVE OUTRO REMÉDIO....
O que a “pobre” desconfiava teve confirmação ao fim de um mês. Estava “AMANHADA”!
Ainda desabafou com a amiga Genoveva, que lhe disse que tinha lido num papel que iria estar no Alcalati um barco com um nome estrangeiro e que fazia “DESMANCHOS”...mas por azar o Presidente da Junta aconselhado pelo Senhor Prior, não deixou o barco atracar no ribeiro, e desmanchos só em Évora, e por sinal bastante caros...pelo que não houve outro remédio senão “JUNTAR-SE”.
O nosso amigo é que rejubilou com a novidade, e não perdeu tempo... sabia que Sábado era dia de mercado em Vila Viçosa. Que os futuros sogros “marchavam” logo pela manhã para o dito cujo. Não perdeu tempo...pediu ao Sinfróneo a “motorizada” e ala que ele aí vai buscar a Maria Amélia ao Monte das Bujardas.
Ao subir a ladeira das “Bispas”, ainda perdeu a “noiva”, mas antes da entrada triunfal na sua nova casa, teve tempo de voltar atrás e “montar” (na bicicleta, claro) a sua, agora mulher.
A partir dessa altura a Maria Amélia, do Monte das Bujardas, em Pardais, deixou de ser a Maria Amélia para passar a ser a PARDALEIRA, mulher do TIRA-PICOS.

Xico Manel

(continua para a semana)

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