Quando abrimos a maioria dos jornais portugueses, concluímos que a perseguição cerrada ao croquete de bacalhau, à patanisca, à Ginginha do Rossio, à colher de pau, ao galheteiro e à greta no tecto no mercado-não-sei-donde é muito menos perigosa do que qualquer outro tipo de perseguição. Daí haver tantos criminosos à solta, dezenas de crimes por dia e centenas de elementos das forças de segurança a assobiarem para o lado, porque ninguém lhes dá uma arma para defenderem o coiro. Os que mudaram recentemente as leis deveriam ser as primeiras vítimas daquilo que escreveram e que está a transformar Portugal numa terra a saque. Mas não são. É pena.
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Duas horas depois da publicação do último "desabafo", um dos jornais televisivos mostra as propostas do senhor Procurador Geral da República que, preocupado com a escalada de violência no país, sugere que se mude a legislação. Como é que ainda não se tinha pensado nisso?
João Luís Nabo
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