terça-feira, 9 de outubro de 2007

CRÓNICAS DE OPINIÃIO DA RÁDIO DIANA/FM

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O ruído - Francisco Costa

terça-feira, 09 Outubro 2007
Há várias formas de fazer política.
Pode-se ser populista ou extremista. Pode-se ser tecnocrata ou burocrata.
Pode-se ser frontal ou calculista. Pode-se ser dissimulado ou combativo.
Apesar das coisas não serem a preto e branco e eu acreditar que todos temos dias bons e dias maus, simplifico desta maneira: há boas e más maneiras de fazer política como se pode ser bom ou mau profissional.
Como em qualquer profissão a maioria faz a imagem que se tem da classe. E o senso comum mostra-nos uma classe política desprestigiada.
Acresce ainda que raramente nos interessa, enquanto notícia, uma boa política ou o resultado da sua implementação. Temos uma tendência para valorizar erros e desvalorizar sucessos.
Vem tudo a propósito de um exemplo de má política e no aproveitamento que um pequeno grupo de políticos tenta tirar do pequeno caso da Escola da Comenda e das preocupações de um grupo de pais com o facto dos seus filhos fazerem diariamente 400 metros a pé para irem almoçar.
E chamo-lhe pequeno caso porque nem caso seria se o rigor constasse nas intervenções políticas dos senhores em questão.
Do PCP nada surpreende e a sua atitude política não mudou em cerca de 30 anos.
Não fez e não gosta que se faça.
Confesso que o PSD me surpreendeu pela forma e pelo registo. Provavelmente um dia mau.
Para o cidadão menos informado a ideia imediata que teve ao ler notícias sobre o pequeno caso é que as Escolas do Concelho não possuem condições e que se trata de uma situação muito grave, semelhante à de Países do Terceiro Mundo (foi a expressão usada por um jornalista local).
Daí a dizer que o que estava em causa era toda a política de educação do Município e que a Câmara Municipal tinha prioridades lamentáveis foi um instante.
Isto não é oposição política, é alarmismo, com um pouco de demagogia à mistura.
Assegurada que está a segurança das crianças , que sempre esteve, e criadas as condições para que façam o percurso transportadas sempre que as condições climatéricas assim o obriguem, o que sempre se garantiu, o assunto deve ser levado para o plano político.
É o que tenciono fazer nesta crónica e para isso recorro aos seguintes factos.
Comparado o período que vai de 1993 a 2006, em termos de investimento municipal na Educação no Concelho percebemos dois ciclos absolutamente distintos: Um que vai de 1993 até 2002, precisamente o ano em que mudou o poder na Câmara Municipal de Évora e outro que tem início em 2003 e vai até 2006.
Tendo em conta o preços constantes (isto é a inflação), notamos que em nenhum ano de governação comunista, desde 1993, se investiu tanto na educação como no período em que José Ernesto d’Oliveira é Presidente de Câmara.
Os anos com maior investimento comunista na educação são os de 1998, com cerca de 220 mil euros e de 1999 com 195 mil euros.
Em comparação o executivo socialista investiu em 2003, 262 mil euros, em 2004, 707 mil euros, em 2005, 360 mil euros e em 2006, 613 mil euros.
Em média o PCP investiu na educação cerca de 105 000 euros por ano, desde 2003.
O executivo socialista investiu mais de 485 000 euros ano. Mais de 4 vezes portanto o que se investiu em educação até 2002. E estes números são eficazes.
Como disse alguém: Na política dá trabalho ter sorte.

Obrigado e até para a semana.

Francisco Costa

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