terça-feira, 17 de julho de 2007

CRÓNICA DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM

Transcrição da crónica diária transmitida aos microfones da :http://www.dianafm.com/

Eleição para a Câmara Municipal de Lisboa - Domingos Cordeiro

terça-feira, 17 Julho 2007
No passado Domingo, em eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa, António Costa e o PS ganharam e Fernando Negrão e o PSD perderam.
No caso, o PSD saiu duplamente penalizado: Não só teve um resultado desastroso, como viu, ainda, Carmona Rodrigues obter o segundo lugar nesta pugna eleitoral.
Mais do que Fernando Negrão quem no PSD saíu totalmente derrotado foi Marques Mendes que vai ter agora que antecipar eleições internas e contar, entre outros, com o repto que já lhe foi lançado por Luís Filipe Menezes.
Outro facto a destacar nesta eleição e que foi comentado por todos os candidatos foi a abstenção elevadíssima que se verificou: 62,6%, o que parece significar que os eleitores lisboetas estão cada vez mais distantes e imunes às mensagens dos partidos.
Curioso, no mínimo, foi o comentário, a este propósito, feito pela CDU através do seu candidato Ruben de Carvalho, para quem a abstenção verificada se ficou a dever ao facto de, a estas eleições terem concorridos 12 candidatos, 2 dois quais independentes, às férias de Verão e às investigações sobre o urbanismo propaladas pela comunicação social que lançaram uma onda de descrédito sobre a Presidência da Câmara.
Ora, o facto de terem concorrido 12 candidatos deveria, em meu entender, ter mobilizado os eleitores de Lisboa para irem às urnas, em vez de delas se terem afastado.
Já a alusão aos 2 candidatos independentes, como factor de desmobilização dos eleitores, não se estranha vindo de quem vem.
Com efeito, o PCP, em coerência com o que defendeu no passado e que, pelos vistos, continua a defender, sempre foi contra a possibilidade de candidaturas independentes.
Vê-los, no entanto, como factor de desmobilização, já me parece excessivo se tivermos em conta que entre os que votaram em Lisboa, 27% fizeram-no, justamente, nessas 2 candidaturas independentes.
António Costa, que tinha aqui um óbice, o de lutar contra a eventualidade de algum voto critico á governação do País, vai ter agora que gerir a Câmara estabelecendo acordos com outras formações políticas ou, em alternativa, conseguir entendimentos pontuais para as medidas que se propõe aplicar.
Tudo indica que optará pela segunda hipótese. Na minha opinião, bem. Só assim poderá ser verdadeiramente julgado pelos Lisboetas, daqui a 2 anos, pelo maior ou menor acerto da sua governação.


17 de Julho de 2007
Domingos Cordeiro

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