segunda-feira, 25 de junho de 2007

AO CORRER DO TECLADO

Catedráticos do tacho e engenheiros da limpeza.

- Como é difícil para muitos, chegar ao fim do dia com boa disposição, de fronha alegre e tacha arreganhada, sabendo que o verdadeiro descanso, ainda está a milhas e em horário nunca previsto, necessitando para já de apanhar o transporte para casa sem lugar reservado, em qualquer posição, quentinho, apertadinho e transpirado, onde os odores requintados por vezes se fazem notar provocantemente.
- Sem cardápio, o jantar é coisa para doutores, porque os pobres comem qualquer coisinha, neste meio tempo, a mente obcecada já não sente a tremedeira das mãos na busca das chaves, num momento em que a casinha fica ainda muito distante e a utilização destas, já se fazem automaticamente.
- Os pensamentos de tentar tudo fazer em prol da casa e dos seus familiares, deixam a sensação de um mal-estar que, como se a febre atacasse e a transpiração da inquietude se confundisse com aquela, derivada do calor dos corpos, no interior dos transportes públicos no Inverno com nítido agravamento em período estival.
- Sisudos e olhar baixo, é o que por aí mais se vê, desesperados por chegar a casa para cozinhar o jantar e arrumar a cozinha, alvitrando porque não dar uma olhadinha para a caixinha das más notícias e inteirar-se do desenrolar do concurso do blá blá ou o filme habitual de terror, já mais calma e em camisa de dormir, mantendo o péssimo hábito de não saber dormir descascado, como seria lógico dormir sem farpela tal como todos nascemos – até a dormir somos complicados… e não apreciam as delícias de dormir nu.
- Com tanta pressa, ainda assim alguns tentam ler duas linhas do “Cálice de Fogo” ou do “Se o Cupido me desse uma Mãozinha” sem vontade de conversar – o que eu tenho é sono…a conversa fica para depois, já com todas as reservas esgotadas com o dia de trabalho, sem pretender arfar nem gemer a não ser com as dores de costas.
- Porque as verbas estarão a esgotar-se, o ambientador de odores fica para momentos especiais. Abrem-se as janelas para que a corrente de ar, faça circulação convenientemente e o cheiros desapareçam, assim poupando tendo em mira que este dinheiro servirá para adquirir um bálsamo ou um óleo de massagem para que a descontracção tenha lugar em pouco tempo, na quase totalidade do corpo… e se tiverem a lembrança e o bom gosto de juntarem o útil ao agradável, acendendo umas velas para que o ambiente se torne aprazível, não esquecendo de as apagar, depois de uma festa quente e descontraída.
- Com todas estas engenharias diárias, onde o canudo não é comprado, sendo adquirido sem custos monetários mas que o corpo e a mente não prescindem, como fruto de experiências vividas desde tenra idade.
- A mulher-homem do século XXI, como muitas vezes lhe chamo, a dona de casa, empregada e mãe de filhos, com descendentes a cargo, sem tempo para distracções é sobrecarregada pelo facto de muitas vezes não ser compreendida nem ajudada até mesmo pelos elementos familiares que com ela vivem.
- Outras Entidades deveriam ter uma atenção especial para estes casos, como a harmonização de atitudes que pudessem colmatar possíveis injustiças, sendo já bom quanto a mim, o reconhecimento e a valoração do trabalho destas mães e esposas, que a sociedade prejudica, na acção dos cuidados a ter com os filhos e no tratamento dos mais idosos.
-Estes canudos e doutoramentos, não são cobiçados por muitos profissionais da reivindicação, nem sequer as engenharias contabilísticas se adequam a estes catedráticos que, com a sua força de vontade continuam a harmonizar o clã familiar e a sociedade em geral.

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