POR DETRÁS DOS CELEIROS
Meia-noite. Acabou a má-língua na Arca da Fonte. Uns vão para a cama. Outros procuram outros locais pensando que “a gente não sabe nada” Mas a gente sabe: se não se vão “enroscar” vão pelo menos tirar a “aproximação”. Outros, e era o meu caso, fingem que seguem as pisadas dos primeiros mas raspam-se para detrás dos Celeiros.
Os Celeiros como o nome indica são grandes casões, situados no alto da Vila, onde na altura e se a memória não me falha a expensas do Grémio da Lavoura se armazenavam os cereais, mais tarde mudaram-lhe o nome e chamaram-lhe EPAC. Vem tudo a dar no mesmo. Agora nem Grémio nem EPAC, também já não há “semente”.
Certo é que a Vila acabava ali. Por detrás e separado por uma barreira em terra, estavam os Olivais, a Cova dos Ginetes, o Poço da Morte e mais lá à frente S. Bento, para nos livrar da “peste” .
O “ESTURRICA”, já lá estava, os BICHOS MAUS também, às vezes até aparecia um “graduado”, depois chegava o JOÃO REGATÃO, e nos dias de mais “embrulho” o FITAS.
O silêncio era sagrado. Nem um pio. Roda para cá, roda para lá e às tantas “já cá está”! (percebem agora porque a primeira rádio local se chamou de CÁTÁ?)... RÁDIO MOSCOVO... A VERDADE SOBRE PORTUGAL! Os cuidados eram redobrados, a partir de então só a alguns era permitida entrada...
P.S. Não sou comunista... Mas presto homenagem àquilo que fizeram....
Saudações Marroquinas
Xico Manel
Sem comentários:
Enviar um comentário