segunda-feira, 26 de março de 2007

CRÓNICAS DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM

Colaboração da : http://www.dianafm.com/

Aeroporto na Ota - José Faustino

Segunda, 26 Março 2007
Como habitualmente, no nosso país, sempre que se aproxima uma obra pública, com algum significado, gera-se grande confusão e grande controvérsia.
O aeroporto da Ota, portanto, não é excepção.
Apesar de não ser especialista na matéria como, aliás, a grande esmagadora dos portugueses incluindo a maioria dos analistas da comunicação social, também tenho opinião sobre este empreendimento.
Desde logo, parece-me inevitável a construção de um novo aeroporto na zona de Lisboa, as minhas dúvidas começam em saber se deve ser construído um novo e demolir-se o existente.
Num país de fracos recursos, como o nosso, talvez não fosse má ideia construir um novo aeroporto, continuando a operar em conjunto com o da Portela. O novo iria evoluindo gradualmente até que o antigo deixasse de ser necessário só sendo desactivado nessa altura.
Em relação à localização também não me parece ser a Ota a melhor opção. Basta olhar para um simples mapa das estradas e facilmente se percebe que a zona da Ota, como aliás toda a área a norte de Lisboa, está demasiadamente ocupada.
Parece-me que um aeroporto, sempre que possível, deve ser construído num terreno seco e sólido, o mais plano possível, numa zona desafogada e livre de obstáculos, naturais ou artificiais.
Se olharmos para o mapa com alguma atenção, verificaremos que existem vários sítios com essas características do outro lado do Tejo.
Por exemplo o campo de tiro de Alcochete poderia ser uma boa opção, mas há muitos outros sítios provavelmente melhores.
Custa-me compreender como é que se escolheu uma zona com diversas linhas de água, encravada no meio de cabeços e de outras estruturas já existentes no local.
É desejável que os aeroportos fiquem a uma distância razoável da cidade que servem, mas com o andar dos tempos há a tendência para que a malha urbana se vá aproximando, o novo aeroporto de Lisboa não será excepção.
Há muitos anos que estou convencido de que a expansão natural, e lógica, de Lisboa será para a margem sul do Tejo. Se repararmos a chamada Zona da Grande Lisboa está encravada entre o Tejo e o mar e, devido às características do terreno a norte, o crescimento faz-se no pior local, ao longo do Tejo.
A localização de Lisboa é de tal modo complicada que se um dia houver uma catástrofe as saídas da cidade rapidamente ficarão bloqueadas. Por todos estes motivos o aeroporto devia ser na margem sul.
Finalmente o projecto. Dos desenhos e esquemas que tenho visto acho tudo aquilo esquisito e diferente de outros aeroportos. Faz-me alguma confusão a localização das edificações entre as pistas e aquele túnel de acesso, onde também passará o TGV, com os aviões a atravessarem por cima.
Mas como, disse e repito, eu não percebo nada de aeroportos e a minha opinião não conta para nada. Confiemos na capacidade dos nossos engenheiros e tenhamos esperança que se tome a opção mais acertada e melhor para o país.
Mas lá que gostava de ver o aeroporto numa zona desafogada e com outra configuração isso eu gostava.

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