segunda-feira, 6 de novembro de 2006

COMENTÁRIOS EM PÉ DE PÁGINA - RUBRICA DE ANTÓNIO BERBÉM

Continua o Dr. António Berbém a prestar a sua colaboração a este espaço.
Na parte que me toca sinto-me honrado, não só, pela amizade demonstrada; pela excelência das suas crónicas; mas acima de tudo por ver que alguém, compreende, o que desde o princípio norteou o espírito da sua criação. Um lugar de todos os Alandroalenses, para todos os Alandroalenses.
Lamento, que muitas das suas considerações, não encontrem eco nos comentários, e que os mesmos só apareçam quando se debruçam sobre assuntos contraditórios à gestão do nosso município, muitas das vezes a raiar o insulto. Não é assim que vamos lá…
Mas também assuntos “pertinentes” aqui trazidos na rubrica Crónicas da Diana/fm, não têm merecido a análise que muitas das vezes me parecem dignas de serem discutidas.
Enfim …
O blogue continua, e aos poucos vai cumprindo a missão a que se propôs.
Assim aqueles que nos substituem em assuntos para os quais não nos sentimos capacitados não nos abandonem.
È o caso…
Xico Manel

Criticas democráticas apresentadas sem as quais nenhuma democracia em todas as suas Escalas poderia respirar.
Além disso com este instrumento chamado Internet, tudo o que é nacional
pode ser Local.
E tudo o que é Local não deixa de ser nacional.


AFORISMOS do Loendral

Em jeito de nota introdutória, esclarecemos que afirmações transparentes, independentes, livres, refutáveis e sem grandes atavios ideológicos, compõem o exercício de cidadania que sob a forma própria de Aforismos, pretende (m) dar um Ar dos Tempos.
Diz Umberto Eco com a sua reconhecida elegância que “cada vidente apenas vê aquilo que a sua cultura lhe ensinou”. Aceitamos esta opinião. Por isso afirmamos que os Aforismos apenas pretendem introduzir, à nossa escala, a marca de um debate actualizado que pode e deve envolver-nos em problemas do país e do Alandroal. Ou do Concelho que continua vivendo, diríamos, SEM PARTES do seu minguado EXISTIR:
Os Aforismos também não deixarão de ir observando “os Actores políticos” que estando no papel de protagonistas passageiros da acção política local, devem ter como responsabilidade social, a obrigação estrita de corresponderem aos compromissos eleitorais que livremente assumiram. Governando e gerindo da melhor forma os interesses e problemas das comunidades locais em funções publicas para as quais são, aliás, eleitos e bem pagos. Com excessivas mordomias à portuguesa: aliciantes em país muito desigual. Às vezes chocantes em terras pobres…
SETE será um número de referência. O objectivo que os anima é o de exercitar e partilhar os Valores, os Direitos e Deveres da Cidadania. Porque se não conseguirmos “Ver e Sentir” tanto o que vai mal, como o que precisa de ser Sonhado e realizado, perdemos a noção e a prática dos valores democráticos, deixando de ser cidadãos livres. O auto endeusamento vem logo a seguir.
Efectivamente, a Liberdade, como alguém disse, só se tem quando se usa, não se medindo pela aparência das palavras. Ou por calculismos atávicos, em nome de simples estratégias de Captura e Manutenção do poder… com as inerentes redistribuições de cargos. Adiante, sem medo eis o mote.

Aforismo I

J. Sócrates: «já afirmou não ter medo de nada». E disse em 17/10/06 que «não tenho medo de manifestações». Mas será que alguém acredita que não tem medo de perder as próximas eleições e o poder indo depois para uma cura forçada e demolidora na oposição? O efeito Guterres é para esquecer?...
E será que no PS nacional já pegou a moda fatal do líder ser musculado e o partido ser fraco? As pessoas são assim tão manipuláveis e descartável o seu voto?
Existe delito algum de opinião em dizer que, afinal, J. Sócrates apenas se tem mostrado: muito Forte com os Fracos…e Fraco perante os Fortes?
Negando Camões no canto lusíada e renascentista de fazer: “Forte a fraca Gente”.

Aforismo II

Quando António Vitorino (a propósito da Saúde) ou Manuel Alegre critica(m) abertamente J. Sócrates através do Movimento de Intervenção e Cidadania, está a dizer-nos que o PS ainda está unido no apoio a este governo?
Ou será que o futuro do PS enquanto partido político passa por ser “um albergue espanhol” com várias correntes politicamente incompatíveis. Algo que poderá indiciar, o risco de cisão e, segundo M. Alegre, a pretensão relançada de termos um só e verdadeiro (histórico) Partido Socialista?

Aforismo III

Será que a próxima aliança de Governo terá de repetir e resultar da junção do PS (somente com 30 por cento de eleitorado fixo) e do CDS? Sócrates e Portas juntos? Um «social-democrata» e o outro dito liberal. Que tal?... Os elogios à governação PS vindos de Paulo Portas são inocentes? Ou pretendem já começar a preparar-nos para o quê?...
E se, Cavaco Silva, o político «Singular» que é, tirar o tapete a J. Sócrates como será? E se propiciará, sem Cooperação estratégica, o dia seguinte?...

Aforismo IV

Jaime Gama sempre sábio, “um peixe de águas profundas”, propôs na A.R. que Aquilino Ribeiro fosse para o Panteão.
Elogiamos. Concordamos com a ideia. Até porque se A. Ribeiro foi um escritor com um certo pendor regionalista, o certo é que foi também o «anarquista» que sempre se bateu no campo da literatura e da acção política directa contra a ditadura de um outro beirão, o cliché, diria, de tão triste memória.

Aforismo V

Poderá saber-se da parte da Autarquia quantas crianças do Concelho do Alandroal é que já andam a aprender Inglês? E têm acesso directo na Escola aos computadores e à Internet? Ou quais são as “Actividades e Acções de Formação” para Jovens em curso no Concelho?
Reduzir os pólos de Pobreza e focos de solidão humana no Concelho é uma tarefa que tende a apresentar-se, por aqui, Vista cada vez mais como imprescindível?

Aforismo VI

O Concelho um ano depois. Enfim uma questão incomoda mas considerável. Ou seja, através do PS e dos restantes partidos concelhios, o Alandroal tem e/ou viu criada a «Massa critica» de quadros jovens de que tanto precisa?
E já agora, como é que vamos de Educação, Ambiente, Urbanismo e Finanças
Locais? O balanço já é mostrável? Ou aguarda apenas por uma melhor e trienal
oportunidade?

Aforismo VII

«Por isso, concluo que os bons conselhos, sejam dados por quem forem, procedem da sensatez do príncipe, e não é esta que procede daqueles». In Maquiavel, (1469/1527), O Príncipe, 1513, Capítulo XXII, pag.125.

António Neves Berbém
Nov./3/06

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