quinta-feira, 26 de outubro de 2006

ENTREVISTA

A PAULO PIRES - TREINADOR DO J.S.A.

Após ter sido jogador/treinador adjunto, influente na última época pelo J.S.A., Paulo Pires, natural da freguesia da Terrugem, concelho de Elvas e apenas com 34 anos de idade, aceitou o desafio de passar a ser o Treinador principal da Equipa Alandroalense.
Em boa hora o fez, pois em quatro jogos realizados ainda não conheceu o amargo da derrota, e consegue manter a equipa no lugar cimeiro.
Apenas com 34 anos de idade, é por certo o Treinador mais jovem dos nossos Distritais, e talvez um dos mais jovem de todos os Treinadores Portugueses.
A continuar nesta senda de êxitos não é difícil augurar-lhe um futuro promissório neste mister.
O Alandro al assim o deseja.
Em vésperas de um confronto de grande responsabilidade, jogo fora com um dos principais candidatos à subida, o Montemor, solicitamos uma entrevista a Paulo Pires, que amavelmente nos respondeu de imediato.

P. – Quando aceitou treinar o Alandroalense, por certo definiu uma meta. Esperava a esta altura do Campeonato alcançar a liderança, e ser a sua Equipa apontada como uma das candidatas à subida?

P.P.- De facto , temos metas bem definidas e uma delas é a de estarmos bem classificados logo nas primeiras jornadas . Quanto à subida de divisão não somos efectivamente candidatos mas, obviamente, queremos ganhar todos os jogos possíveis.

P. – Além dos jogadores, que transitaram da época passada, e que boas provas deram, novas contratações foram efectuadas. O J.S.A. Possui bons jogadores, que pela primeira vez envergam a camisola deste Clube. A quem se devem as contratações? Foi o Paulo Pires que os "achou" e recomendou?

P.P. Alguns novos jogadores desta época foram ainda convidados pelo anterior treinador - o Juanito - outros foram já contratados pela nova equipa técnica, todos eles jovens de grande valor humano e futebolístico.

P. – O Campeonato ainda agora vai no começo. Quais são as Equipas que na sua opinião poderão vir a ser consideradas candidatas à conquista do titulo? Que jogos perspectiva mais difíceis? Quem acha que na próxima época está nos Nacionais?

P.P. Na minha opinião e como antevejo esta época mais competitiva e mais equilibrada é difícil apontar candidatos à conquista do titulo, no entanto através de uma análise das prestações anteriores arriscaria a apontar nomes como o Alandroal, o Montemor, o Calipolense, o Monte Trigo, o Oriola ou o Escoural, não querendo menosprezar as restantes equipas da competição, pelas quais tenho o máximo respeito e até porque só ainda estamos com 4 jornadas disputadas. Ainda faltam 22 jornadas, onde estão em causa 66 pontos.

P. – Não lhe vou perguntar se o Alandroalense é candidato, pois sei que tem por lema todos os jogos são para ganhar… mas na sua opinião o Alandroal (vila), e o Alandroalense (clube) têm estruturas para uma terceira divisão?

P.P.- No caso da nossa equipa ficar em 1.º lugar no campeonato, não compete à equipa técnica decidir se o clube ascende ou não ao escalão dos nacionais, mas neste momento e na minha opinião o clube não está dotado de infra estruturas suficientes para responder às exigências a que o facto exige , embora tenha já conhecimento da existência de um projecto nesse sentido, por parte da Câmara Municipal do Alandroal, o que , a realizar-se, será uma mais valia para o clube.

P.- Em termos de apoio que os adeptos prestam à Equipa, e a maneira de estar presente nos jogos, diga-nos o que acha da massa associativa do Alandroal?

P.P. - Em relação ao apoio da massa associativa, este ano parece-me que estão mais presentes nos jogos e fazem-no sentir quando se manifestam, em particular nos festejos dos golos; No Alandroal existe uma grande mística em redor da equipa, isso arrasta não só Alandroalenses mas também amigos e familiares dos jogadores que residem fora deste Concelho.

P. – E no que diz respeito à Direcção, e às condições de trabalho?

P.P.- Em relação aos directores que , basicamente, são os mesmos nas já quatro épocas em que integro a equipa, apenas posso dizer que são "grandes" seres humanos que tudo fazem para que nada falhe e para que nos sintamos membros de uma família forte e unida; No que respeita às condições de trabalho, estamos algo limitados, pois como disse há pouco as condições físicas não são as melhores, mas dentro das existentes temos toda a liberdade de acção.

P.- Em relação ao plantel, gostaria de realçar alguma coisa?

P.P – Quero acrescentar que, em 16 anos de experiência de futebol sénior, poucas foram as vezes em que encontrei um grupo tão unido e munido de grandes valores dentro e fora do campo e com uma média de idades de 24 anos. É, sem dúvida, uma grande equipa que muito me orgulho de treinar, seja qual for o resultado no desfecho do campeonato.

P.- E sobre a equipa técnica, quem é o seu braço direito?

P.P.- Quando aceitei o convite para treinar só o fiz após ter falado com o Litos (jogador/treinador-adjunto) . Sendo ele um amigo de longa data e uma pessoa de confiança, é com ele que conto inteiramente e não prescindo da sua colaboração, devendo-se também a ele todo o êxito que a equipa possa vir a alcançar. Expresso aqui desde já o meu agradecimento pela grande dedicação que manifesta à equipa; Quero também realçar o bom trabalho efectuado pelo responsável do posto médico, o Sr. Matuto, pessoa de grande valor e com inteira dedicação para que nada falte à equipa.

P.- Já agora trace-nos um balanço do Campeonato Distrital, não só a nível competitivo mas também a métodos organizativos, mormente no capítulo da arbitragem, e como não… também a nível Nacional.

P.P -Não é fácil fazer balanços quando o campeonato ainda agora começou, no entanto, tudo indica que será um campeonato bastante competitivo. Creio que houve muitos e válidos reforços a ingressarem nas equipas da divisão de honra, o que é bastante positivo para este distrital, que está a " entrar em forma". Quanto à organização julgo haver também uma melhoria na qualidade do trabalho da associação, embora na minha opinião e no que respeita ao capítulo dos cartões amarelos, devessem seguir outros exemplos, pois as equipas já têm dificuldades em ter um número de jogadores disponíveis aquando dos jogos, uma vez que alguns trabalham por turnos e nem sempre têm disponibilidade, somando os que estão lesionados e mais os castigados por acumulação dos tais três amarelos, tudo isto torna as equipas pouco estáveis e por vezes com desempenho irregular. No que diz respeito à arbitragem, penso que acima de tudo o problema vem da falta de bons exemplos logo no escalão principal da super liga e que depois se reflecte e contamina todos os níveis do futebol. Julgo que a aposta na formação na área, quer inicial quer continua, contribuiria para uma melhor ia substancial da prestação da equipa de arbitragem. Tal como em todas as áreas também na arbitragem se torna cada vez mais importante reciclar e actualizar os conhecimentos. Com isto não digo que os erros de arbitragem irão deixar de fazer parte do mundo do futebol, pois tal como um jogador falha um passe ou um remate também o arbitro ajuíza erradamente alguns lances que por vezes podem ser decisivos nos resultados finais dos jogos, mas acredito que será possível melhorar, no geral, o desempenho dos nossos árbitros sensibilizando-os com os bons exemplos, que felizmente, todos conhecemos; É a minha humilde opinião.


E aqui deixamos o que o treinador da nossa equipa, nos tem a dizer, esperamos com esta entrevista termos contribuído para um melhor esclarecimento do que se passa nos meandros da equipa mais representativa do nosso concelho. Agradecemos ao Mister Paulo Pires o tempo que se dignou dispensar-nos, e desejamos-lhe as melhores felicidades na sua carreira de treinador.
O blogue Alandro al estará sempre à disposição de todos aqueles que queiram contribuir para um Alandroal, e o seu Concelho, mais dinâmico, e mais representativo de tudo o que é digno de realce, como é o caso.

Xico Manel

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