segunda-feira, 23 de outubro de 2006

COMENTÁRIOS EM PÉ DE PÁGINA - RUBRICA DE ANTÓNIO BERBEM

A TRISTE VIDA de uma RUA… privatizada

Era uma vez uma Rua Livre, onde ainda passa por lá, abençoada e perfeita a procissão. Todos conhecem a Rua Alexandre Herculano. De frente e na descendência da muralha, algo «achinesada», é uma das mais belas, e brancas “peças arquitectónicas” que integram o casco, a planta e o imaginário histórico da Vila e das sucessivas gerações que a vêem habitando. Pois bem: a Câmara autorizou, sem consultar ou avisar os moradores, “a sua privatização”…seguramente Apropriada, em cerca de UM TERÇO.
Duvida-se, é claro, que neste caso, os bons princípios da sã convivência e de abordagem democrática tenham sido observados. Ou que tenha havido bom senso, Tacto político ou, porventura, a oportunidade do uso cívico “bilateral”das consultas devidas…isto porque, vendo bem, “Duas placas/ Dois tristes Sinais” estão lá postos a demarcarem/privatizarem, o quê?... Um Terço de uma simples e nobre RUA. Uma coisa que é, vê-se logo, cedência grosseira e foi impensada decisão. Prejudicial a todos os moradores como foi, aliás, solidariamente comentado. Além de observado, no sítio, por um agente da autoridade.
O problema não é novo. É velho. E faz lembrar, uma vez mais, a “técnica”do corte requintado e Abrupto das laranjeiras. O aconselhável, em ambos os casos, é dizer que, enfim, já chega de taparmos com peneiras, a péssima política dos factos consumados. E a de Impor sem propor. A Rua não o merece. As pessoas também não…O Alandroal ainda muito menos. Imaginem (e dá para crer) que tais sinais podem ser colocados e suceder o mesmo em qualquer outra distraída freguesia e rua entre Terena até Juromenha?
E, se bem que o problema de fundo, possa manter-se ou até repetir-se nesta e noutras RUAS da Vila, haja quem, senhores, da Autarquia saiba e se mostre Sensível ao facto de que não se pode nem deve tratar-se, O ESPAÇO COMUNITÁRIO, como se o conjunto dos cidadãos não tivesse nada a ver com a vivência e uso do dito…no seu dia a dia.
É preciso que a Autarquia e o respectivo Pelouro, assumam, claramente, que aquilo que pertence a todos, deve e tem de estar ao serviço de todos. Porque mais do que um direito que a Autarquia possa ter, é sua Obrigação e Imperativo, não deixar que as Ruas apareçam de um momento para o outro sinalizadas como se fossem propriedade privada através da instalação súbita de “placas-a-pedido”. Ainda por cima, em contexto e ambiente socialmente desapoiado, Rua acima, Rua abaixo…
Portanto, senhores da Câmara, passem pela Rua, e não Desistam de (re) fazer o que é, Publicamente, correcto. E faz, concerteza, parte do vosso Próprio conceito e compromissos de Bem decidirem ao serviço da comunidade local.
Ou também, digamos, da higiénica capacidade de bem exercerem, a vossa própria cidadania ao serviço de Uma VILA, Património do Alentejo. Revejam a situação, e não façam de conta que ficcionam ou arrefecem o vosso trabalho…fazendo-o desta vez esteticamente Bem Feito.

António Neves Berbém

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