( hoje a cargo do Rufino
Casablanca)
“O Fio da
Navalha”
Filme da
20th Century Fox datado de 1946
O
realizador era um emigrado inglês. Emigrado sem razões políticas pelo meio.
Nada de confusões. Emigrou porque assim o quis, disse mais tarde. E também
porque nos “States” pagavam melhor. Também foi ele que mais tarde o disse.
Chamava-se Edmund Goulding e nasceu britânico, como já dissemos, ainda no
século dezanove, mais exactamente em 1891, vindo a falecer em Los Angeles no
ano de 1959.
“O Fio da Navalha” tem, a nosso ver, dois grandes motivos de interesse: Primeiro, porque se baseia num romance de Somerset Maugham, com título homónimo, e segundo porque tem como principal intérprete feminina Gene Tierney. É claro que tem outros motivos de interesse, como por exemplo o facto de ter sido produzido por Darriyl F. Zanuck, que era assim uma espécie de dono do cinema em Hollywood, um milagreiro que fazia e desfazia estrelas e astros de um dia para o outro, e que para além disso também era um dos maiores impulsionadores do cinema enquanto teve poder.
“O Fio da Navalha” tem, a nosso ver, dois grandes motivos de interesse: Primeiro, porque se baseia num romance de Somerset Maugham, com título homónimo, e segundo porque tem como principal intérprete feminina Gene Tierney. É claro que tem outros motivos de interesse, como por exemplo o facto de ter sido produzido por Darriyl F. Zanuck, que era assim uma espécie de dono do cinema em Hollywood, um milagreiro que fazia e desfazia estrelas e astros de um dia para o outro, e que para além disso também era um dos maiores impulsionadores do cinema enquanto teve poder.
= Título
Original = “Razor´s Edge”
= Título
Português = “O Fio da Navalha”
= Ano de
Produção = 1946
=
Argumento = Lamar Trotti – segundo o romance de Somerset Maugham
= Música = Alfred Newman
= Realização = Edmund Goulding
= Elenco = Tyrone Power, Gene Tierney, Anne Baxter,
Clifton Webb, entre outros
O filme é
um melodrama, como na época se usava fazer, e conta a história de um piloto
aeronáutico que tendo combatido na grande guerra de 14/18, ficou com grandes
problemas emocionais que o levam a procurar as soluções mais extremas para
resolver as angústias que o atormentam.
Gene Tierney era a grande sensação do momento em Hollywood, devido ao extraordinário desempenho que tivera no filme “Laura” de 1944, e esperava-se que este “O Fio da Navalha”, viesse a fazer jus ao nome que granjeara dois anos antes. Porém, não foi bem isso que aconteceu. Não porque ela tivesse perdido qualidades. Não porque o seu desempenho anterior tivesse sido um equívoco. Não que acontecesse algo de inesperado que a impedisse de se concentrar neste trabalho. Não. Nada disso.
Gene Tierney era a grande sensação do momento em Hollywood, devido ao extraordinário desempenho que tivera no filme “Laura” de 1944, e esperava-se que este “O Fio da Navalha”, viesse a fazer jus ao nome que granjeara dois anos antes. Porém, não foi bem isso que aconteceu. Não porque ela tivesse perdido qualidades. Não porque o seu desempenho anterior tivesse sido um equívoco. Não que acontecesse algo de inesperado que a impedisse de se concentrar neste trabalho. Não. Nada disso.
O que
aconteceu é que o papel que lhe atribuíram, simplesmente, não se enquadrava com
o seu tipo físico e sobretudo não era compatível com o seu talento. O mesmo, em
nossa opinião, se passou com o papel que foi atribuído ao principal intérprete
masculino, Tyrone Power.
Contudo, com isso não se perdeu nada porque em compensação, os intérpretes secundários, Anne Baxter e Clifton Webb, desempenharam grandes papéis neste filme, tendo a Baxter ganho, nesse ano, o Óscar para a melhor actriz secundária.
Contudo, com isso não se perdeu nada porque em compensação, os intérpretes secundários, Anne Baxter e Clifton Webb, desempenharam grandes papéis neste filme, tendo a Baxter ganho, nesse ano, o Óscar para a melhor actriz secundária.
Para além
deste Óscar ainda o filme teve mais três nomeações para a estatueta mágica. A
saber: Melhor Filme – Melhor actor Secundário – E melhor Direcção Artística.
Este foi
a época de oiro dos melodramas.
Digamos
que foi a forma que o cinema americano arranjou para responder a um cinema de
novo tipo que chegava da Europa. Era ao neo-realismo, sobretudo ao neo-realismo
do cinema italiano, que estas produções americanas pretendiam responder, mas
enquanto os realizadores italianos, por falta de meios, pois o pós-guerra na
Itália deixara a indústria italiana de cinema pelas ruas da amargura, sem
dinheiro, dizíamos, os realizadores italianos filmavam tudo na rua, fazendo do
povo o principal intérprete das suas fitas, ao contrário dos realizadores
americanos de cinema que continuavam a filmar sobretudo no interior dos
estúdios. Havia falta de autenticidade nestas fitas e seria necessária uma nova
geração de cineastas americanos para que este problema fosse resolvido. Havia
nestas fitas uma grande falta de realismo e o público americano começava a
interessar-se por realizadores que lhe mostravam o mundo tal como ele era, isto
é, com uma grande dose de realismo. E ainda estava para chegar o movimento
francês a que se convencionou chamar “Nouvelle Vague”. Esse outro movimento
cultural europeu ainda deu mais trabalho aos americanos do que o neo-realismo.
Ainda
assim, achamos que “O Fio da Navalha” vale bem o preço do bilhete.
The
End
Rufino
Casablanca
Terena –
Monte do Meio – Maio de 1995
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