RUI MENDES
Cumprir o
confinamento
Está renovado o estado de emergência
por mais quinze dias.
É
uma medida claramente compreensível, porque ainda não é momento para levantar
restrições. Têm sido estas limitações que têm impedido maior propagação da
covid-19.
É,
pois, essencial que nesta nova fase seja ainda mais controlada a propagação da
doença, baixando a média de contágio de cada infetado, para que se criem
condições para a abertura de economia.
Na
Europa já alguns países estão abrindo as suas economias, porquanto em países em
que se conseguiu controlar o contágio, e existindo uma prática de uso de
medidas de proteção por parte dos cidadãos, estarão criadas condições para que
as economias normalizem no seu funcionamento.
Mas
também é necessário que não se baixe a guarda. Doutro modo perde-se tempo e
efeitos de medidas tomadas, com custos na economia ainda mais devastadores.
Em
todo este decurso Portugal sempre esteve em vantagem. Primeiro porque foi
conhecendo o que estava a ocorrer em outros países, em que a entrada do vírus
aconteceu mais cedo do que no nosso país, pelo que se não se tomaram ações
devidas em tempo mais oportuno foi porque não se quis. Segundo porque as
organizações, OMS e outras, vão atualizando informação em consequência do que
já aconteceu, pelo que os países em que o vírus entrou mais tarde beneficiam
desse conhecimento para tomada de medidas mais eficazes.
Nem
tudo correu sobre rodas no nosso país.
Lamentavelmente
comparamo-nos sempre com os piores, neste caso com Itália e Espanha, e não com
aqueles que, por terem tomado decisões mais corretas, conseguiram controlar a
doença mais cedo e com menores custos, leia-se com menos mortes. Poderíamos
citar vários, mas refira-se, a título de exemplo, a Áustria ou a República
Checa, por terem populações mais próximas (em número) à população do nosso
país.
Em
Portugal hesitámos no uso generalizado de meios de proteção, no encerramos de
fronteiras, no controlo nos aeroportos.
No
início era desaconselhável o uso de máscara, atualmente é recomendável o uso da
máscara, como meio adicional de proteção. Provavelmente dentro de algum tempo
até será de uso obrigatório (como em alguns países). Esta indefinição cria
alguma incompreensão na população.
Ainda
assim é notável a postura dos portugueses. Tiveram desde cedo uma prática de
confinamento como atitude de combate à propagação doença.
Como
é louvável o trabalho desenvolvido por profissionais de saúde, das forças
policiais e de proteção civil, e dos setores económicos que mantiveram as
estruturas produtivas e de distribuição que tem permitido o funcionamento do
país.
Já
se prevê a abertura da economia, ainda que de forma gradual, algo que será
necessário que aconteça para que o país possa assegurar o seu futuro. Estes
próximos quinze dias irão ditar se tal é possível de acontecer. É preciso que
todos cumpramos o confinamento, algo essencial para que se atinja o objetivo de
abertura da economia.
As
entidades patronais têm um importante papel a cumprir, deverão assegurar meios
de proteção para os seus trabalhadores. É essencial que o façam. É uma medida
de saúde pública, mas também é a defesa dos seus trabalhadores, e a garantia de
estabilização do funcionamento da economia.
Fiquem
bem, fiquem em casa
Até
para a semana
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