O milagre rosa
Antes do mais dizer que as relações familiares em cargos de
nomeação na administração pública, não é questão nova. Há muito sabemos que o
partido a, b, ou c, nomeu para ajunto ou assessor um familiar d, e, ou f. Nos
concursos públicos para admissão de pessoal na administração local e regional,
nalguns casos, mais do que o admissível, uns quantos familiares e amigos de
quem tem poder ganham os concursos por mérito…familiar ou de amizade
partidária.
Ora, do meu
ponto de vista a questão não se resume sabermos se estas nomeações ou estes
concursos estão infetados de ilegalidade, muitos estarão, o mais importante
para uma comunidade, para um país, é perceber se queremos equidade e igualdade
de oportunidades para todos os cidadãos. O caminho do nepotismo, o do
favorecimento familiar, não me parece que seja do interesse de todos, mas só de
alguns.
Recentemente,
soubemos que, o ano de 2018, a carga fiscal subiu para níveis nunca vistos. Há
quem diga e afirme, que é desde da fundação do país, há quase nove séculos. Por
outro lado, o investimento público ficou muito aquém do prometido. Por isso, há
uma pergunta que se impõe fazer ao atual governo, como aos partidos que o
suportam parlamentarmente: A austeridade sempre acabou? A resposta parece-me
por de mais evidente.
Não sendo eu
economista, porém consigo fazer contas de somar e de subtrair: quando o
crescimento económico vier por aí a baixo, como é que irão resolver a questão
da enorme carga fiscal se a despesa é estrutural, por ser fixa, ou seja, é
sobretudo para pagar salários, pensões e juros da dívida? Não gostava nada, mas
parece-me que o milagre rosa será brevemente desvendado e, não se trata de um
milagre, infelizmente para muitos de nós, será outrossim, calvário.
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