sexta-feira, 19 de abril de 2019

A CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA RÁDIO DIANA/FM



                                     A importância das gentes do interior
A preocupação com as gentes do interior só acontece por palavras, porque nas acções o interior e as suas gentes estão sempre num patamar secundário.
Passaram apenas alguns dias desde que entrou em vigor o Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos (PART), o qual reduz o preço dos passes nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto. Na prática o Governo financia aquelas áreas metropolitanas e as respectivas 21 Comunidades Intermunicipais, apoiando através de verbas do Orçamento de Estado e do Fundo Ambiental a redução do preço dos passes, algo que naturalmente só beneficia os portugueses que residem nos territórios abrangidos pela medida.
Os portugueses residentes nos demais territórios que arranjem as soluções que quiserem para se deslocarem, porque a preocupação era fomentar o uso do transporte público, mas onde a pressão populacional é maior.
Na recente crise de abastecimento de combustíveis também foi absolutamente notório a pouca importância que o Governo atribui às gentes do interior.
Ao serem decretados, por causa da greve dos motoristas de matérias perigosas, que os serviços mínimos abrangiam 40% das operações de abastecimento normal dos postos da Grande Lisboa e Grande Porto, e só estes, o Governo esqueceu-se, outra vez, que o país é muito mais do que as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto.
É, também, por estas práticas que as pessoas se “refugiam”, cada vez mais, na faixa litoral do país entre Lisboa e Porto e, particularmente, nas Áreas Metropolitanas.
É nestes momentos que se vê o verdadeiro ADN do Governo.
Até porque as eleições decidem-se em meia dúzia de distritos, nos que são mais populosos, pelo que esses têm estes privilégios.
Não nos venham é com conversas que o interior é uma preocupação, porque as diferenças são cada vez mais visíveis e sentidas e porque, como temos referido por várias vezes, as políticas públicas não têm sabido responder as necessidades e problemas do interior.
Estes dois casos demonstram bem a diferenças entre as palavras e a acções.
 Santa Páscoa para todos
 Rui Mendes



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