RUI MENDES
Europeias 2019
A 26 de maio serão realizadas eleições para o parlamento europeu,
algo que deveríamos encarar com naturalidade, se atendermos que Portugal já
integra a União Europeia desde 1986.
Mas estas
eleições irão acontecer num quadro muito especial.
Elas ocorrem
numa envolvente de saída de um dos seus membros, algo inédito na UE, estando
assim criado um ambiente de stress político.
A data e de que
forma o Reino Unido sairá da UE é algo envolto em incerteza, porque os
deputados britânicos não conseguem chegar a uma concordância que permita a
saída da UE com um acordo, algo fundamental para reduzir os impactos económicos
e sociais da saída.
O Brexit tem
sido o tema que tem ocupado toda a comunicação social, abafando todos os demais
problemas europeus que subsistem, mas que por terem o seu espaço reduzido na
comunicação social parece que deixaram existir ou de preocupar os europeus.
Mas não.
A Europa vive
um conjunto de outros problemas que têm sido fracturantes e que, em contexto
eleitoral, importará ouvir o que cada candidato pensa sobre estes temas.
Falamos dos
problemas causados pelo endividamento excessivo de alguns dos países da UE,
entre os quais está Portugal, da queda do crescimento económico, dos refugiados
e migrantes e do terrorismo islâmico. Especialmente estes.
Mas também como
aproximar o projecto europeu aos cidadãos europeus, e como se poderá reduzir o
antieuropeísmo, que tem ganho um espaço que nos deverá a todos preocupar.
A acontecer a
saída do UK da UE a União ficará territorialmente menor e perderá importância
económica e política, o seu principal parceiro militar, perdendo também o seu
segundo contribuinte líquido, pelo que a UE ficará necessariamente diferente.
Importará pois
que aqueles que defendem o projecto europeu o façam com clareza, e mostrem por
que razão o projecto europeu é fundamental para a paz, e para o equilíbrio
económico e social da Europa, sendo elemento promotor de um desenvolvimento
económico e social mais justo e equilibrado dos países que integram a UE.
A participação
dos europeus nas eleições tem vindo a reduzir-se, o que é um sinal claro do
afastamento dos cidadãos. Nas últimas eleições, em 2014, a taxa de abstenção
chegou aos 57%, o que quer dizer que os cidadãos não reconhecem a importância
das políticas europeias, tal como não compreendem a influência do papel que os
órgãos da UE, no caso do Parlamento Europeu, têm no dia-a-dia da vida de um
qualquer cidadão europeu.
Daí a
importância de uma campanha que seja dirigida para os cidadãos e que aborde
problemas europeus, condição para que aqueles entendam a necessidade de votar,
e para que a abstenção não atinja uma percentagem que não dignifica a
democracia.
Até para
a semana
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