RUI MENDES
SERÁ O INÍCIO DO FIM?
Em 29 de Março de 2017 a primeira-ministra Theresa May apresentou
o pedido de saída do Reino Unido da União Europeia, cumprindo assim uma vontade
popular resultante do referendo de 2016.
A 19 de Junho de 2017 dava-se início
ao processo negocial ficando, desde logo, acordado quais as áreas para as quais
o Acordo deveria dar respostas.
Esta semana os negociadores da União
Europeia e do Reino Unido apresentaram o draft do Acordo, tendo aquele
documento que ser votado favoravelmente pelos órgãos próprios do UK e da UE.
Ora, foi precisamente este
processo que o Reino Unido iniciou esta semana. Primeiro com a aprovação do
Acordo pelo Conselho de Ministros. Faltando submetê-lo para a aprovação do
Parlamento.
Pese embora o Acordo tenha tido a aprovação pelo Conselho de
Ministros, os danos são já muitos, desde logo pelas várias demissões de membros
do governo britânico que não concordam com os termos do Acordo.
Algo que seria expectável, porque
provavelmente hoje os que defendem o Brexit serão uma minoria.
Mas estamos certos que os danos
serão bem maiores e não se ficarão apenas pelas demissões de governantes.
A aprovação Acordo pelo Parlamento
será uma tarefa bem mais díficil, pelo que veremos se este será o Acordo que
irá separar o Reino Unido da União Europeia, ou se porventura não será o teste
que fará repensar todo este processo.
Na União Europeia o presidente
do Conselho Europeu, Donald Tusk, terá convocado uma cimeira extraordinária de
chefes de Estado para o próximo dia 25 de novembro para que o Acordo seja
aceite.
Entretanto relembremo-nos das palavras que Donald Tusk
proferiu quando recebeu o pedido da saída do Reino Unido da UE:
“Não existe razão para fingir que este é um dia feliz, nem em
Bruxelas, nem em Londres. Afinal de contas, a maioria dos europeus, incluindo
quase metade dos eleitores britânicos, deseja que fiquemos juntos, não que nos
afastemos. Da minha parte, não vou fingir que hoje estou feliz. Nós já sentimos
a vossa falta.”
Recentemente, quando lhe foi
entregue o draft do Acordo pelo negociador-chefe da UE, o mesmo Donald Tusk,
mencionou:
“não partilhar do entusiasmo da
primeira-ministra britânica, Theresa May, quanto ao Brexit, reiterando que as negociações
visaram sobretudo fazer um controlo de danos numa situação em que todos
perdem.”
Donald Tusk tem bem sabido
interpretar o pensamento da maioria dos europeus no que respeita ao Brexit,
ainda assim teremos que lamentar que se persista num Brexit que, a acontecer,
trará perdas para todos, para aqueles que acreditam no projecto europeu e para
os que não acreditam. Todos perdemos e todos ficaremos mais fracos.
Até para a semana
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