RUI MENDES
INEM – DEMORAS NO ATENDIMENTO
Determinados
serviços estão obrigados, pela natureza da sua missão, em mostrar constantes
melhorias no seu funcionamento.
Não será admissível que determinados indicadores possam piorar.
Entre estes serviços estará o Instituto Nacional de Emergência Médica,
vulgarmente conhecido por INEM.
Ao prestar um serviço de emergência médica o tempo de atendimento
da chamada será um factor importante e não deveria ser admissível que o tempo
de atendimento, fosse em que situação fosse, pudesse aumentar.
Mas foi o que terá acontecido em 2017 relativamente ao ano de
2016. Aumentou coisa pouca, só duplicou. Algo absolutamente inaceitável, e em
que num contexto diferente daquele em que estamos daria para que todas as
hostes se levantassem invocando o drama da situação. Só que com a esquerda tudo
é tolerável, a tudo se atribui um cunho de normalidade, até num caso como este
em que estão em causa vidas humanas.
Mas o caso não fica por aqui. Confrontado com o brutal aumento
deste indicador, o INEM entende que o aumento da ordem de segundos não se
reflecte nos tempos globais de resposta às emergências médicas. Incrível esta
justificação. Obviamente que o tempo do socorro reflecte todos os segundos,
inclusive os que decorrem do tempo de espera do atendimento das chamadas, do
tempo necessário para a recolha da informação e todos os demais tempos, e em
todos eles existe uma obrigação de melhoria para que o socorro possa chegar no
tempo mais breve possível. Qualquer aumento do tempo, em qualquer fase do
processo, deverá ser inadmissível, ainda que de um segundo se tratasse.
É que no caso de uma emergência médica um segundo poderá fazer
toda a diferença.
Mais, pelo que hoje sabemos este indicador também já se havia
deteriorado em 2016, pelo que considere-se que nos dois últimos anos que o
tempo de espera do atendimento da chamada de socorro vem aumentando. Como é
possível. Quem deverá ser responsabilizado?
E que reacção assistimos por parte do Governo. Nada.
Este é mais um de tantos casos de degradação dos serviços públicos
a que o governo não é alheio. Mas quer queira quer não as responsabilidades
cabem-lhe em primeiro lugar.
E enquanto não se fizerem ouvir vozes suficientes a questionar é
como se nada se passasse. O problema acabará por cair no esquecimento.
Aliás, a prática do Governo é só reagir quando existe
contestação, e aí o problema resolve-se injectando-lhe a verba que for
necessário.
Até
para a semana
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