Desde
logo, o dedicado ao presidente da época: Harry Truman. Harry Shippe Truman, de
seu nome completo, 33.º Presidente dos Estados Unidos de América.
Título
Original: “Conferência de Potsdam”
Titulo
Português: (o filme não passou comercialmente em Portugal e nunca encontrámos
um título luso)
Ano
de Produção: 1954
Realização:
Gustavo Menendéz
Argumento:
Gustavo Menendéz
Música:
Raoul Clarck
Elenco: Henry Godfrey, Walt Hodgson,
Jacob Welles…
O
filme tem 60 minutos de duração e por isso lhe damos a designação de média
metragem.
É
muito simples o que o autor pretende: Mostrar-nos como se comportou Harry
Truman na conferência de Potsdam, em que também estiveram presentes Winston
Churchill, em representação da Inglaterra e Joseph Stalin que representava a
União Soviética. Os Estados Unidos da América, a Inglaterra e a União Soviética
tinham sido, como se sabe, as principais potências aliadas que derrotaram a
Alemanha, cuja rendição incondicional se dera uns meses antes. (a França, por
indicação dos americanos, não tinha sido convidada para esta reunião, para
grande indignação do general Charles de Gaulle, atitude que durante o resto de
toda a sua vida o general não esqueceu e jamais perdoou aos americanos).
Potsdam
é uma cidade alemã que se situa a sudoeste de Berlim e foi escolhida pelos
Aliados, para esta conferência, pela sua centralidade em relação ao território
alemão. E ali ficou decidido o desarmamento e a desnazificação da Alemanha,
assim como o julgamento, em Nuremberg, dos criminosos de guerra, entre outros
assuntos.
Tudo
isto nos mostra o filme. E mostra muito mais. Mostra que os líderes aliados
ficaram muito bem instalados, ficaram no palácio de Sans-Souci, que data do
século XVlll, antiga residência dos reis da Prússia.
E a
cena final é de antologia: depois da última reunião, foi servido um beberete
nas varandas do palácio para todos os conselheiros, para toda a generalada
presente e para todos os acompanhantes e, estando o Stalin lá no seu canto,
acendendo um daqueles cigarros de tabaco preto muito fortes que ele costumava
fumar e com um copo de vodka à mão, aproximou-se dele o presidente dos Estados
Unidos para lhe confidenciar que o teste experimental do rebentamento da
primeira bomba atómica tinha corrido muito bem lá para deserto do Novo México.
Esperava com esta provocação assustar o velho bolchevique, mas este, sem
mostrar surpresa, respondeu que já tinha essa informação e acrescentou que a
sua bomba também estava prestes a sair. Era só uma questão de meses. (Mas essa
resposta era apenas uma gabarolice de Stalin, pois a bomba soviética não
demorou meses a aparecer mas sim anos).
O
que fica por saber é se a cara enjoada que Harry Truman fez – estamos a falar
da cena do filme, bem entendido -- foi provocada por esta resposta, ou se foi
mesmo de repulsa por ver aquele velho a fumar e a beber daquela maneira. Ele,
que era convictamente abstémio, antitabagista militante e moralista praticante,
para além de fervoroso crente da Igreja Batista Americana!
Excelentes
interpretações dos três actores que deram vida às figuras de Harry Truman,
Winston Churchill e Joseph Stalin. Quanto à realização está de parabéns pela
fina ironia, não isenta de crítica política, que é detectável em todo o filme.
E com uma boa dose de sarcasmo, convenhamos.
Rufino
Casablanca – Monte do Meio – Novembro de 1997
1 comentário:
OBS.
Adiantaria a este texto ilustrativo que conforme está investigado,
sabe-se que a primeira bomba atómica da URSS teve uma ajuda
tecnológica oportuna dos USA. O objectivo era, aliás, claro: assegurar
o condomínio bipolar do vasto mundo, ficando este em cada uma das suas
metades, sob a protecção das duas unicas superpotências com poder
atómico.
Daí a emergência das duas Europas, duas Alemanhas, as duas Coreias
etc. Do liberalismo versus comunismo.
Cada uma destas partes garantindo assim a sua segurança contra um
eventual ataque atómico inimigo, no contexto da longa Guerra Fria que
viria a seguir-se. Prevista e mapeada por Estaline e Roosevelt .
Saudações
ANB
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