CONTOS e CRÓNICAS do Alandroal e do Resto do Mundo
Uma breve
Apreciação
1 Estivemos na
apresentação na Associação 25 de Abril. Já lemos o livro. É bom que estes
lançamentos sejam feitos e estes trabalhos literários apareçam à luz do dia. E
à luz do Alandroal com o patrocínio da Câmara como aconteceu neste caso. E
deveria tornar a acontecer de uma forma aberta envolvendo o chamamento de novos
autores.
Quanto aos “Contos e Crónicas”…, vamos dizer que a
sala onde foi apresentado estava bastante bem composta e que os intervenientes
na apresentação, desde Guilherme de Oliveira Martins, passando pela Presidente
de Câmara e pelo autor da obra, Domingos Lopes, estiveram à altura da
circunstância literária, reinterpretando o espirito e a sua mensagem da melhor
maneira.
2.
O livro de
Domingos Lopes divide-se em duas partes: (a) Contos e as Crónicas…; (b) Do
Resto do mundo.
No tocante a esta segunda parte, o trabalho literário
de Domingos Lopes reveste-se de um menor interesse na medida em que descreve
viagens que terá feito pelas Américas, pela Ásia, por Singapura, pelo Sudeste
asiático, por Kathmandu, etc.
Trata-se apenas de uma colecção de curtos bilhetes-postais
turísticos misturadas com reflexões pessoais que não chegam para deixar no
leitor uma impressão forte do que são aquelas paragens do mundo.
Num ou noutro assomo metafisico, mostra e traduz-nos
alguma da vida e da criatividade oriental vista por um europeu ocidental a
fazer de turista culto, viajante e pensador.
3.
Revertendo a
nossa análise para a primeira parte do livro, a que mais deve suscitar a nossa
atenção, enquanto alandroalenses, direi que o conjunto de narrativas curtas que
o compõem apenas aborda directamente o Alandroal em três fugazes passagens.
Assim acontece somente nas páginas 10,29,e 38. A
atenção prestada pelo Autor à Vila é mínima. Personagens alandroalenses
nenhumas.
É verdade que o livro aparece muito centrado lá para
as bandas do Rosário e de Capelins. Temos que aceitar que assim seja mas,
atenção, o título da obra denota algo de ilusório e enganador.
Vejamos agora as partes mais interessantes. É claro
que estas narrativas curtas terão o seu mérito literário. Vislumbra-se, claro
está, uma certa veia e pendor literário na descrição de diversas personagens.
Gostámos das narrativas que referem, por exemplo, “Os Ovos das Galinhas da
Rosa”, “ O Passarinheiro e a Árvore Voadora”
e “ Morte em Vão” onde vem ao de cima uma nossa e antiga imagem de
marca: a morte está sempre presente e próxima, as dificuldades de comunicação
entre casais são marcantes e a vida das tabernas uma constante.
E, ainda, claro está, a atracção permanente por uns
copos de vinho como suplemento da vida e … da alma. A par de uma certa
manhoseira alentejana, bem como o nosso humor especial, por vezes, ou quase
sempre muito negro devido às dificuldades de subsistência na vida dos
alentejanos. Uma luta que nunca acabou e que, hoje, continua a manter-se.
Em todo este
pano de fundo literário, ou é impressão nossa, ou então, não vislumbrámos uma
qualquer personagem forte e verdadeiramente marcante dos leitores.
Dá a impressão que o autor não chega a ser capaz de
aprofundar os traços de uma qualquer
personagem. Não se debruça sobre nenhuma delas. Não as aprofunda. Não navega no
seu íntimo. Não chega a prender o leitor com o recheio e sabor literário que se
impunha.
4.
Dito isto vamos
apenas acrescentar que é sempre bom que estes lançamentos de livros vão
acontecendo e que, segundo me foi dito, também venha a ocorrer, em data
oportuna, no Alandroal.
Embora segundo nos parece, fosse mais apropriado que o
referido (re)lançamento tivesse lugar no Rosário ou em Capelins vistos, esses
sim, como o centro desta obra.
Um livro que não prende por aí além mas também não
desprende quem se der ao trabalho e ao prazer de o ler. Fazer um livro não é um
assunto fácil pelo que há que apoiar quem captou os apoios certos que teve para
dar à luz e à estampa este género de narrativas. Outras virão, com o Alandroal
colocado na capa e no âmago desta escrita.
Tivemos por cá vidas, tivemos criaturas, tivemos gente
e temos personagens para isso! E para continuar à espera de novas e criativas
manhãs de domingos!
Com as
melhores Saudações
António
Neves Berbem
( 20 de
Abril de 2017)
5 comentários:
à luz do Alandroal com o patrocínio da Câmara como aconteceu neste caso.
Pois é, mas para estes patrocínios tem que se ser do PCP.
Para o que a Sra Presidente quer há dinheiro e para o que não quer há desculpas da treta.
É esta a realidade da CDU no Alandroal.
Vergonhoso.
Há que apoiar quem burlou o Município anos e anos, é este o tipo de pessoas que os Município devem apoiar, ou seja , quem os burla e como se sabe tiveram disputas jurídicas com o Município.
Anda tudo louco, e vergonha que é bom, nem vela, quem burlou já se sabe como são, já mostraram o que na verdade são,agora quem lhes dá cobertura e ainda por cima se intitulam paladinos e paladinas das virtudes, é que não se entende.
São afinal gigantes com pés de barro, com todo o respeito não valem um chavo, como o algodão, não enganam.
João Maria
Só nos saem cromos destes, vêm lá das beiras com os olhos rasgados até ás nalgas e por aqui fazem vida e são importantes, "Doutores" advogados, "políticos" e curiosamente quase todos comunistas.
É só exemplos de virtudes.Só nos toca disto..........
É só exemplos de virtudes.Só nos toca disto..........
21 abril, 2017 22:24
De virtuosos nada têm, mas apoios do Município do Alandroal é com fartura, até para editar livros.
Como dizia ZECA AFONSO
QUEM DIZ QUE É PELA RAINHA NÃO PRECISA DE MAIS NADA.
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