Sexta, 03 Julho 2015
Queiramos ou não a
Grécia está na agenda do dia. Aliás tem estado na agenda das últimas semanas,
dos últimos meses, pelo que não há volta a dar, temos que falar dela.
Foi uma semana de loucos. A Grécia está
um caos. E isso é algo que não deveria estar a acontecer.
Mas sejamos
equidistantes do problema para o analisar com alguma frieza.
Um governo serve para
criar estabilidade. E este governo grego é de uma instabilidade atroz. Tem
cinco meses de governação e ainda não conseguiu criar condições de estabilidade
interna ou externa.
Internamente é o que
assistimos. Está num show-off permanente, temos que o dizer. A última cartada
de fazer um referendo aconteceu porque pensou que o povo grego massivamente
votaria “não”. Veremos se domingo teremos o dito referendo.
Que sentido fará o
primeiro-ministro grego apelar ao voto no “não”. Quer que a Grécia saia do
Euro?
Que condições terá
ele, ou o governo Syriza, para governar caso vença o “sim”?
Externamente, vai
quebrando todos os elos, pese embora a tolerância dos seus parceiros europeus,
que vão conseguindo arranjar forma de ir criando linhas de diálogo.
Que a divida grega é
enorme todos o sabemos. Que alguma coisa terá que ser feita para resolver o
problema, terá.
Agora o problema grego
não se resolverá com sucessivos perdões de divida sem que os gregos apliquem
medidas que venham a permitir o equilíbrio das finanças e o crescimento da
economia.
Que os programas sejam
cumpridos conforme foram projetados, aplicando as medidas no tempo em que
deverão ser implementadas e não se executando um programa por partes e
desajustado no tempo, em razão das diferentes das condições de cada momento.
Bem sabemos que não
havendo condições políticas é muito difícil a implementação de programas tão
austeros. E provavelmente na Grécia esse tem sido um problema maior.
A população grega
elegeu o governo Syriza em desespero de causa. Hoje creio que estará mais
desesperada que nunca.
Nenhum grego pensou
passar por estes momentos. A situação não se complicou, agravou-se a um ponto
que a instabilidade se alastrou a toda a Europa, e tende a passar as suas
fronteiras.
Ao prometer tanto a
uma população tão sofrida e tão descontente o Syriza passou a ser visto como a
solução para os gregos. Hoje temos o resultado à vista.
Esperemos que depois
desta tempestade venha a bonança. A Europa bem precisa de tempos mais calmos.
É certo que os acontecimentos
na Grécia terão efeitos nos restantes países. A nossa economia poderá não estar
muito exposta à grega, não é um país com que Portugal tenha grande volume de
trocas comerciais.
Contudo, foram
visíveis os efeitos nas bolsas e nos mercados após as limitações impostas à
Grécia. Uma maior instabilidade na Grécia trará instabilidade à economia
europeia e, por maioria de razão, na economia portuguesa e naquelas que
apresentam maiores fragilidades.
Ainda assim, por cá as
coisas vão evoluindo na positiva. Os sectores mais afectados com a crise vão
mostrando sinais de franca melhoria. O imobiliário apresenta elevada taxa de
crescimento e o sector automóvel está em forte crescimento.
E é em crescimento que
queremos continuar.
Até para a semana
Rui Mendes
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