«NO CAMPO DE TRIGO»
Debaixo de um sol escaldante, abrasador,
Era assim o trabalho da ceifa no Alentejo…
Desde o nascer do dia, até o astro se pôr,
Mão e foice ceifavam o trigo com manejo.
As mãos calejadas da ceifeira portuguesa...
Catarina Eufémia, trabalhadora de Baleizão,
Mulher corajosa e de forte determinação,
Líder do movimento rural, tal camponesa!
Personificação tenaz na luta pela liberdade,
Símbolo de dedicação aos grandes ideais…
Defendia os valores da justiça e igualdade,
Pão para todos, e melhores jornas salariais.
Todo o país estava em grande convulsão
Oprimido pelo regime do ditador Salazar…
Lutavam contra a repressão e exploração,
E condições mais dignas para se trabalhar.
No Alentejo, a greve e jornadas de luta
Faziam os empresários ter que recorrer
A gentes de fora para o trabalho se fazer…
Mão-de-obra barata era a sua permuta;
Descontentes, os camponeses abordaram
Grupo de trabalhadores recém-chegados.
Catarina disse: «porque não reivindicaram
Salários mais justos para os assalariados?»
Admoestada p'lo tenente Carrajola da GNR,
Não se intimida e responde com autoridade…
No mesmo instante, sem qualquer piedade,
Ouvem-se vários disparos, e Catarina morre!
No campo de trigo, já sem vida a campina,
Deixa três filhos e dentro de si outro leva,
O assassinato faz dela camponesa heroína...
Finalmente em paz, seu espírito se eleva!
Era assim o trabalho da ceifa no Alentejo…
Desde o nascer do dia, até o astro se pôr,
Mão e foice ceifavam o trigo com manejo.
As mãos calejadas da ceifeira portuguesa...
Catarina Eufémia, trabalhadora de Baleizão,
Mulher corajosa e de forte determinação,
Líder do movimento rural, tal camponesa!
Personificação tenaz na luta pela liberdade,
Símbolo de dedicação aos grandes ideais…
Defendia os valores da justiça e igualdade,
Pão para todos, e melhores jornas salariais.
Todo o país estava em grande convulsão
Oprimido pelo regime do ditador Salazar…
Lutavam contra a repressão e exploração,
E condições mais dignas para se trabalhar.
No Alentejo, a greve e jornadas de luta
Faziam os empresários ter que recorrer
A gentes de fora para o trabalho se fazer…
Mão-de-obra barata era a sua permuta;
Descontentes, os camponeses abordaram
Grupo de trabalhadores recém-chegados.
Catarina disse: «porque não reivindicaram
Salários mais justos para os assalariados?»
Admoestada p'lo tenente Carrajola da GNR,
Não se intimida e responde com autoridade…
No mesmo instante, sem qualquer piedade,
Ouvem-se vários disparos, e Catarina morre!
No campo de trigo, já sem vida a campina,
Deixa três filhos e dentro de si outro leva,
O assassinato faz dela camponesa heroína...
Finalmente em paz, seu espírito se eleva!
Matias José
6 comentários:
assim ficava melhor porque rimava
Admoestada p'lo tenente Carrajola da GNR,
Não se intimida com o perigo que corre…
No mesmo instante, sem qualquer piedade,
Ouvem-se vários disparos, e Catarina morre!
E piedade, rima com o quê? Acho que como está, é como deve estar. O poema... 5 estrelas!!!
Se o administrador do Blog me permite, com todo o respeito pela sua opinião... que é a que transcrevo:
"E piedade, rima com o quê? Acho que como está, é como deve estar."
Ainda volto então a fazer um reparo completo à quadra em causa.
O que tenho a dizer do poema, é que o acho bom e se todas as outras quadras rimam, porque é que esta não deve rimar... para que fique perfeito?
Aqui vai a quadra modificada para rimar e sem adulterar a mensagem que se quer transmitir:
Admoestada p'lo tenente Carrajola que recorre,
À violência, sem qualquer piedade,
Não se intimida e responde com autoridade…
Ouvem-se vários disparos, e Catarina morre!
Assina: Um Palerma com a mania de poeta.
Fiz um comentário a esta postagem que certamente saiu ao lado. E agora não sou capaz de repeti-lo.
Merda p'ra isto
Mas entendi perfeitamente o que o Poeta quis dizer.
Ponto final
História dos acontecimentos muito bem retratado em poesia. BRAVO!!!!!!
Permitam-me a minha opinião pessoal, sem melindre para quem quer que seja. Estamos na presença do melhor poeta do nosso concelho, pese embora o seu lado solitário o afaste do mediatismo, ou talvez porque a humildade fale mais alto. Um abraço de um amigo que muito te considera.
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