Sexta, 29 Maio 2015
O Reino Unido vai
referendar a sua permanência na União Europeia. Não terá sido uma surpresa. Na
última campanha foi dito pelos tories que esse seria o caminho a seguir caso
vencessem as eleições.
A Grécia está numa verdadeira
indefinição. A Grécia não se encontra apenas a passar por uma crise financeira,
encontra-se também perante uma sensível crise politica.
A Grécia tem passado
por um período negro, particularmente, devido ao seu alto endividamento, mas
também porque terá sido o país mais atingido quando a moeda europeia esteve sob
investidas especulativas.
Que consequências
advirão da crise em que os gregos se encontram e qual virá a ser a sua posição
perante a UE.
As crises no espaço
europeu são uma constante, resultantes, em primeiro lugar, da divergência de
interesses (económicos e políticos) que os vários países europeus têm no mundo.
Daí que cada um vai falando por si, não se ouvindo politicamente a Europa a uma
só voz.
Só atualmente, e que
assumam relevo, vivemos várias crises.
A crise do euro, tão
próxima e tão conhecida por nós portugueses.
A crise das
fronteiras. Já a tivemos no passado recente nos países dos Balcãs. Temo-la
presentemente na Ucrânia. Não falando das várias vontades separatistas que
existem em vários países europeus, como a que aconteceu recentemente com a
Escócia.
A crise dos
imigrantes. Um verdadeiro drama que demora a ser resolvido.
Talvez muitos destes
problemas resultem da crise de crescimento. Ao início eram seis, atualmente
somos 28, amanhã seremos certamente mais.
O projeto europeu é
antes de mais um projeto de paz, sustentado inicialmente numa plataforma de
interesses económicos, para que esses interesses não viessem a ser razão para
desentendimentos políticos.
Temos que valorizar o
que tem sido construído. A custo, com cedências, com recuos e avanços, mas este
espaço europeu onde estamos integrados, traz-nos a todos vantagens. Na forma
como circulamos nele, como se estabelecem as trocas comerciais, na facilidade
de uma moeda única, com beneficiamos dos vários programas, na aplicação a cada
estado membro das diretrizes comunitários.
Mas não nos esqueçamos
também que este espaço territorial tem 28 governos e nele falam-se 24 línguas.
Uma Europa
culturalmente tão rica, tão igual e tão diferente.
Este território tem
enormes desequilíbrios sociais e económicos, fortes assimetrias, e o projeto
europeu existe também para que se criem equilíbrios.
Reconheçamos o que
muito se tem conseguido.
Mas o espaço europeu
não será o mesmo sem o Reino Unido. Aliás, o Reino Unido já mostrou por várias
vezes, e quando foi preciso fazê-lo, assumindo a liderança da Europa.
Talvez por isso tenha
a força que tem a sua política externa.
A Grécia é uma parte
desta Europa, como é a Espanha, a Holanda ou qualquer outro país membro. Há que
preservar esta união. É esta união que dá força e sentido ao projeto europeu.
Provavelmente haverá
muito que nos une enquanto Europeus e pouco que nos separa. E as gerações mais
novas bem sentem esse espírito europeu. Viveram sempre numa Europa unida, numa
Europa em constante construção.
Não percamos esse
enorme trabalho conseguido.
Até para a semana
Rui Mendes
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