Quarta, 28 Janeiro 2015 09:22
A vitória do Syriza liderado pelo Alixis Tsipras é a
grande notícia do momento político, com os incontornáveis reflexos nos dezanove
países do euro grupo. Será no seio destes países que se joga o futuro do euro e
sobretudo o da Europa tal como a conhecemos.
As eleições
legislativas que decorreram na Grécia no último domingo tiveram um desfecho
previsível e esperado. Os eleitores gregos deram uma vitória quase absoluta ao
partido da extrema-esquerda que assentou as suas ideias eleitorais, no fim da
austeridade e na renegociação da dívida pública. De facto, foram estas as
bandeiras eleitorais que tiveram acolhimento maioritário no povo grego.
O certo é que a Grécia tem o
desemprego aproximadamente nos 27% da população activa e o desemprego jovem
está nos 50%. É, sem qualquer dúvida, uma situação difícil e demasiada complexa
do ponto vista social e económico. A sociedade grega está social e
politicamente fraturada. Porém, qual o caminho a adotar para levar de vencido
este drama e garantir um futuro próspero e digno para o povo grego. Do meu
ponto de vista, reside aqui a resposta das respostas para o povo grego e quiçá
para os países do sul da Europa.
Sem pretender dar lições a quem quer
que seja, até por que não conheço a Grécia, para lá da importância e do
contributo deixado pelos autores clássicos na nossa organização politica e
social, todavia, não podemos descurar a realidade dos factos. A Grécia tem uma população
em número aproximadamente à da portuguesa e tem uma dívida pública três vezes
maior do que a nossa, ronda os 500 000ME. A evasão fiscal anda pelos 40 000ME,
significando, portanto, mais de metade do nosso produto interno bruto.
Ora, independentemente, dos alegados
equívocos compreendidos no plano de austeridade levado a cabo e defendido pela
TROIKA, e, admitindo, que, sejam significativos, tanto quanto julgo conhecer,
não há no mundo real, credores que pautem a sua atividade em total respeito pelas
regras da mais nobre das caridades. Infelizmente a realidade é esta e é dura.
E, é mais dura ainda, para com aqueles que presidem as suas vidas de forma
reiterada, relaxada e relapsa.
Dito isto, poderá a resposta ao
problema da Grécia passar por algumas cedências dos credores, sobretudo dos
institucionais. Por exemplo; no prolongamento das maturidades e de baixarem o
preço do serviço da dívida. No entanto, os cidadãos gregos e as suas
instituições não estão dispensados de colocarem a casa na ordem. Aguardemos
para ver.
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