quinta-feira, 31 de julho de 2014

CRONICA DO DR. MANUEL INÁCIO PESTANA – XVI

                                          «ALANDROAL, MINHA PÁTRIA»
Eu entendo que é nosso dever – nosso de todos nós – exaltar as figuras que se fixaram na história “por obras valorosas, sobretudo, como é gora o caso, se se trata de “nomes que ilustram a terra onde nascemos. Sendo patrício e com obra de relevo maior é a nossa obrigação. Por isso decidi hoje trazer a este cantinho uma das mais notáveis figuras da nossa terra – Frei Manuel Pousão.
Já não é a primeira vez que me serve de tema a sua obra e a sua personalidade. Efectivamente após as primeiras pesquisas que fiz à volta do seu nome – irão decorridos cerca de 30 anos -  não mais o esquecemos e temos adiantado porque são, infelizmente, muito escassas as fontes de informação.
Para informação de quem nestas páginas me lê deixo aqui uma breve resenha da sua vida.
Confirma-se que, segundo o bibliógrafo Barbosa Machado, autor da obra intitulada “Biblioteca Lusitana”, de 17??, Manuel Pousam – assim se escrevia nesses tempos – nasceu no ALANDROAL em fins do sec. XVI, filho de Lorenço Rodrigues e de Brites (ou Beatriz) Fernandes e que faleceu em Lisboa, de provecta idade – a 17 de Junho de 1683, no Convento de Nossa Senhora da Graça.
Foi Frei Manuel Pousão um notável músico, tendo frequentado a Escola de Musica de Vila Viçosa como aluno do grande Mestre da Real Capela António Pinheiro; daqui passou a Évora, onde o Mestre de Vila Viçosa também ensinou. Ingressou nos Gracianos de Lisboa em Maio de 1617 e aí chegou a ser ele próprio Mestre de Capela, alem de visitador da Província Agostiniana e mestre de noviciado.
Em 1676 foi publicado em Lyon (França) o seu livro “Liber Passionum, et Corum”, constando ainda do catálogo da livraria musical de D. João IV uma missa de defuntos de sua autoria e diversos vilancicos e motetes; na Biblioteca Publica de Évora conserva-se um outro vilancico seu dedicado a Santa Clara.
Os musicólogos, como o nosso muito prezado amigo Cónego Doutor José Augusto Alegria, consideram-no uma figura de relevo na história da musica portuguesa.
Lembramo-lo mais uma vez, apelando para que os responsáveis pela toponímia da nossa terra não se esqueçam de homenagear um tão insigne natural alandroalense, atribuindo com toda a justiça, o seu nome a uma das artérias locais.
Manuel Inácio Pestana
Publicado no Jornal Boa Nova em Outubro /98
   

Sem comentários: