segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA RÁDIO DIANA/FM


                               Bruno Martins - Só mais um ano?

Segunda, 06 Janeiro 2014 10:27
Entrámos num novo ano. Infelizmente não parecem haver muitos motivos para optimismo. Sabemos que a política da direita continuará, qual rolo compressor, a atacar o estado social e aqueles que trabalham ou trabalharam toda a sua vida.
Aproveitam um estado de dormência colectiva de todo um povo que apenas se vai levantando a espaços e em grupos específicos. A luta dos estaleiros de Viana, dos professores, dos enfermeiros, dos precários, dos desempregados, dos pensionistas é no fundo uma mesma luta contra uma política que asfixia quem trabalha, trabalhou ou quer trabalhar e que beneficia descaradamente os grandes grupos económicos.
É urgente uma maior solidariedade e fraternidade. Essa capacidade de saber defender-nos através da defesa daqueles que nos rodeiam. Não tenhamos dúvidas, eles só abrandarão quando nos sentirem unidos, e até agora temos deixado muito a desejar nesse campo. É tempo de deixar de olhar para o umbigo e pensar naqueles que estão à nossa volta. Dizem que as lutas que temos assistido não levam a lado nenhum… Não levam porque não são a luta de todo um povo. Quando assim for muita coisa será diferente…
Cavaco Silva no seu discurso de Ano Novo sintetizou muito daquilo que é o pensar dos que nos governam. Diz que o Governo tem toda a legitimidade porque surgiu após voto do povo. Ou seja, estão legitimados para fazer tudo, para atacar todos os portugueses, para desrespeitar a Constituição, para destruir a economia de todo um país. É assim que veem a democracia: o depósito de uma cruz num quadrado para cumprir agendas escondidas aos portugueses antes das eleições.
Cavaco não surpreendeu… Mais do mesmo… Qual capataz do Governo, a vislumbrar aspectos positivos onde mais ninguém vê e a anunciar em primeira mão, em nome do Governo, a ideia de haver um Programa Cautelar após o final deste programa de resgate. Nenhuma novidade: a receita é a mesma. E nós? Neste novo ano que fazemos? Devo dizer que na passagem de ano apenas formulei um desejo: que todos tomemos o destino pelas nossas próprias mãos.

Até para a semana.

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