NÃO
FALES MEU AMOR
Não fales meu amor, não digas nada
Deixa o silêncio no nosso amor penetrar
Abraça-me ao teu peito bem apertada
Aquece-me a boca e o coração com teu beijar
Deixa p’ra lá tudo aquilo que não presta
Que nos faz sofrer nesta vida dura
Faz uma pausa que é tudo o que nos resta
Para acalmar a euforia que não cura
Vibra entrelaçados com olhar cego
Mergulhando neste desvario vero
Sente o meu olhar dizer que te quero
Saboreia o momento neste aconchego
Como se o paraíso fosse esse deleite
Deixa que o pensamento em mim se deite
Maria Antonieta Matos 31-10.2013
Abraça-me ao teu peito bem apertada
Aquece-me a boca e o coração com teu beijar
Deixa p’ra lá tudo aquilo que não presta
Que nos faz sofrer nesta vida dura
Faz uma pausa que é tudo o que nos resta
Para acalmar a euforia que não cura
Vibra entrelaçados com olhar cego
Mergulhando neste desvario vero
Sente o meu olhar dizer que te quero
Saboreia o momento neste aconchego
Como se o paraíso fosse esse deleite
Deixa que o pensamento em mim se deite
Maria Antonieta Matos 31-10.2013
CAMINHADA
Caminhada
Ameaçada
Cheia de
indigências
Incompetências
Sem nenhum pensamento
Discurso cinzento
Exterminam o
talento
Não sei se
aguento.
Têm muita certeza
Sem nenhuma
destreza
Mudam os costumes
Não querem
queixumes
Sem direito à
saúde
Que inquietude
Acesso à educação
Já nem todos vão
Está a ser um
tormento
Não sei se aguento.
Já não há dinheiro
Nem no mealheiro
A dispensa vazia
É uma agonia
O trabalho é
escasso
Que grande
fracasso
Não vejo as
medidas
Bem definidas
Para o país
crescer
Que está a adoecer
Com tudo isto
lamento
Não sei se
aguento.
Está tudo em
leilão
Em grande confusão
Entregam-se as
casas
Famílias em brasas
Produtos aumentam
Eles argumentam
Que nada vão mudar
Com tudo a desabar
Estão num
alheamento
Não sei se
aguento.
Dizem hoje uma
coisa
Amanhã é o
contrário
Porque a cabeça
não ousa
E o saber é
adversário
E com isto mais
não comento
Porque não sei se
me aguento.
08-11-2012 Maria
Antonieta Matos
AMOR DEVIA SER
Amor devia ser a
chama ardente
Lume sem timidez e
ressentimentos
O culminar de
agradáveis momentos
Na harmonia um
amor vivo e quente
Exaltação a
brilhar em delírios e desejos
Enternecido no
enlace da paixão
O saciar aceso no
entranhar dos beijos
Gritando amor,
amor - a voz do coração
Amor devia estar
de corpo inteiro
No pensamento amor
primeiro
Estar num só corpo
o mesmo sonho
Amor devia ser um
sentimento puro
Viver no respeito
no olhar seguro
Amor desanuviado,
amor risonho
05-11-2013 Maria
Antonieta Matos
VITOR PISCO
Do pinheiro ao pombal
O céu brilhava na aldeia
com enfeites de estrelas e pirilampos.
A paisagem em aguarelas
vislumbrava a beleza dos campos.
O pinheiro na barreira
esse crescia são e altaneiro
trazia o musgo da rendeira
e palha da eira do palheiro.
Esquecia-me na brincadeira
do pinheiro ao pombal
subia a uma cadeira
por altura do natal.
Vítor Pisco
08/12/2013
A paisagem em aguarelas
vislumbrava a beleza dos campos.
O pinheiro na barreira
esse crescia são e altaneiro
trazia o musgo da rendeira
e palha da eira do palheiro.
Esquecia-me na brincadeira
do pinheiro ao pombal
subia a uma cadeira
por altura do natal.
Vítor Pisco
08/12/2013
AUSENDA RIBEIRO
NO
ALAVÃO
Nasce o sol o galo
canta
Toda a “bicharada”
acorda
O pastor chama o
ajuda:
(Que, de já ser
dia, se espanta)
“Está na hora da
açorda”
Grita numa voz
sisuda.
Lá vem ele,
estremunhado
Seguido do cão
pastor
Bucha no tarro,
barril,
A jeito traz o cajado,
Seu escudo
protetor
Se o lobo sai do
covil ?...
Segue-se a
ordenha, então,
Cântaros e ferrado
a jeito,
O caseiro está a
chegar
Que orienta o
alavão
E tudo quer a
preceito
Para a lida não
falhar.
P´la caseira é
aguardado
Panelões com coadores
O lume, no ponto
exato
O cardo já
demolhado
É só juntar os
fatores,
Do calor manter
recato...
Passado o tempo
devido
Está pronta a
coalhada
É na queijeira
vertida
Com o cuidado
exigido
Envolvida,
apertada
E muito bem
exprimida
O soro leva-se ao
lume
Pr’o almece
cozinhar
No cincho o
queijo, roliço
Se molda como é
costume
E depois do sal
levar,
Vai p’ra cura no
caniço.
Pode comer-se inda
fresco
Como é bom o seu
sabor
Meia cura, que
delícia!
Maravilha já em
seco
Vale a pena este
labor
Feito com tanta
perícia!
Ausenda Ribeiro
ROSAS AMARELAS
Se sentires que em
mim há tristeza
Oferece-me rosas
amarelas
De todas, são para
mim, as mais belas
Ao vê-las
sorrir-me-ei, com certeza.
O inebriante
perfume delas
Aliado à sua
fresca beleza
Fruto de, dáviva
da Natureza
Transmite a
alegria que vive nelas.
Não descorando das
outras lisura
Amarelas, as
minhas preferidas
Sinto que dissipam
minha amargura
Suas
pétalas, amarelecidas
Por, do mel,
colherem cor e doçura
Tornam minhas
tristezas esquecidas.
Ausenda Ribeiro
SOLUÇÃO
FACÍNORA
Tantas são as
mágoas deste mundo
Contá-las,
impossível conseguir
As pessoas já não
sabem sorrir
Porque vivem num
sufoco profundo.
Faz doer a alma de
quem a tem
Mas, muitos
venderam-na ao diabo
Riem da desgraça,
ao fim e ao cabo
Reduzem o povo a
um “zé ninguém”.
Têm os corações
empedernidos
Pela maldade que
tanto os domina:
"Recalcados
sejam os oprimidos …
Aos novos,
arranje-se uma chacina
C’ os idosos a
serem abatidos
Assim, a economia
germina"!!!
Ausenda Ribeiro
JOSÉ CHILRA
Mitos
de outras gerações
Mote
Noutro tempo os aldeões
Crentesem mitologia
Para as novas gerações
Não passava de uma utopia
I
Outrora a gentes do campo
Tinham o s seus rituais
Quase todos os pais
Viam nos filhos quebranto.
O mau-olhado era tanto
Conjuros e premunições
Havia superstições
E até nas fases da lua.
Tinham uma profecia sua
Noutro tempo os aldeões
II
Para muitos camponeses
O oculto era evidente
Viam fantasmas normalmente
Sextas-feiras, dias trezes.
Andar de noite era umas fezes
Temendo a feitiçaria
Cruzes canhoto Maria
Sou testemunho confesso
Que há povos neste universo
Crentesem mitologia
III
Era muito habitual
Falar-se de almas penadas
De duendes nas estradas
Sinais das forças do mal.
O que era sobrenatural
Dividiam opiniões
Lobisomens feitos cães
À meia-noite nas encruzilhadas.
Eram cenas engraçadas
Para às novas gerações
IV
Também havia uns heróis
A provocarem o medo
Saiam à noiteem segredo
Enrolados em lençóis
Os transeuntes depois
Tinha visto bruxaria
Logo o curandeiro surgia
Com o livro de São Cipriano.
O seu poder sobre-humano
Não passava de uma utopia
José Chilra
Crentes
Para
Não passava de uma utopia
I
Outrora a gentes do campo
Tinham o s seus rituais
Quase todos os pais
Viam nos filhos quebranto.
O mau-olhado era tanto
Conjuros e premunições
Havia superstições
E até nas fases da lua.
Tinham uma profecia sua
Noutro tempo os aldeões
II
Para muitos camponeses
O oculto era evidente
Viam fantasmas normalmente
Sextas-feiras, dias trezes.
Andar de noite era umas fezes
Temendo a feitiçaria
Cruzes canhoto Maria
Sou testemunho confesso
Que há povos neste universo
Crentes
III
Era
Falar-se de almas penadas
De duendes nas estradas
Sinais das forças do mal.
O que era sobrenatural
Dividiam opiniões
Lobisomens feitos cães
À meia-noite nas encruzilhadas.
Eram cenas engraçadas
Para às novas gerações
IV
Também havia uns heróis
A provocarem o medo
Saiam à noite
Enrolados
Os transeuntes depois
Tinha visto bruxaria
Logo o curandeiro surgia
Com o livro de São Cipriano.
O seu poder sobre-humano
Não passava de uma utopia
José Chilra
FORA
DE TEMPO
Fiz poemas e dei vida
À minha criatividade
Usei a frase batida:
Para começar, nunca é tarde!
II
Peguei numa simples caneta
E com um papel na mão
Respondi letra por letra
À voz do meu coração
III
Não sei se fora de tempo
Escolhi em boa hora
O poema é um momento
Que o ego não deita fora.
IV
O coração e a verdade
Ouvi-os falar de mim
Que havia cumplicidade
Reparei mas, foi no fim!
José Chilra
3 comentários:
Parabéns ao autor do Blogue, divulgar a nossa terra é sempre de louvar, sou da Mina do Bugalho e Gosto muito do Alandroal.
Apesar de já conhecer, gostei de ler os poemas publicados.
Muito obrigado
Feliz Natal
Acho uma injustiça não publicar os versos do Matias José, sr. Francisco.
Já por várias vezes aqui foram publicados versos de Matias Jose assim como do Poeta.
Só aqui não figuram porque como sabe Matias José mantem um blogue =POET´ANARQUISTA" no qual alem de muitas outras matérias de relevante interesse publica a sua poesia.
Não me parece que faria grande sentido republicar aqui o que o mesmo publica no seu blogue.
Obrigado pelo seu comentário
Chico Manuel
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