Terça, 24 Dezembro 2013 08:34
Porque hoje é dia da noite mais famosa no ocidente
cristão, que as economias de mercado conseguiram, quais missionários de séculos
passados, levar a outras culturas, vou falar-vos de noite e de amor. Não estava
a pensar no entanto, com temas tão doces e ternos, e sem focar um caso atual em
particular, deixar de “sair da caixa” e agitar aquelas e aqueles ouvintes e
leitores que entre uma lasca de bacalhau e uma fatia de bolo-rei tenham a
paciência de me ouvir ou ler.
Uma crónica curta que o dia é de cânticos e embrulhinhos, de SMS e
postais nas redes sociais ou trocas de telefonemas que se prometem repetir para
mais e melhor conversa, mas que afinal só voltam a acontecer, talvez mais duas
vezes no ano, sempre por ocasião de mais outra data natalícia de aniversário,
pois então.
Uma crónica curta, porque as palavras e o que de tão
diferente se pode ler nelas quando bem alinhadas, geram por vezes grandes e
intencionais equívocos que, às vezes também, não passam de simples e claras
evidências. E é por isso que receber as palavras que se dão a ouvir ou a ler,
nem que seja com a indignação ou o insulto, é sinal de um enorme respeito pela
função de leitor que se assume com maior ou menor competência, legitimando
assim o interesse do que é dito no que se escreve.
Ou seja, no jogo da leitura por mais palaciano que seja e
sirva a uma animada noite de tertúlia entre amigos ou familiares, leitura que é
de textos mas também de situações e do próprio mundo, o ato de ler é, por si
só, o grau zero do respeito pelo texto e pelo autor. Tudo o que vem depois
valoriza, para cima ou para baixo, não só o texto e o autor, novamente, mas os
leitores que leem ou tresleem o texto. E é por isso que ler e escrever, no
espaço público, é um presente que nos dão a nós autores nem que seja de
crónicas semanais. Obrigada, pois então, que agradecer é bonito e fica bem.
E, pronto, aqui vos deixo a minha crónica, não sem vos
deixar como prometi, e talvez como “entretém” para desembrulharem, as palavras
sábias e bem alinhadas que Ovídio escreveu na «Arte de Amar» (eu disse que
falava de amor!) e que cada um de vós lerá como entender: «De noite, os
defeitos ocultam-se.»
Um feliz Natal e até para a semana.
Cláudia Sousa Pereira
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