terça-feira, 17 de maio de 2011

VASCULHAR O PASSADO - RUBRICA MENSAL DE AUGUSTO MESQUITA

Introdução: Pergunto eu: Não haverá ninguem que "vasculhe o passado", do Alandroal?
Atentem nos títulos: Cortes em Montemor  (no Alandroal nunca se realizaram cortes, mas D. Carlos e Dona Amélia, entre outros, estiveram no Alandroal).
O primeiro automóvel que circulou em Montemor - E no Alandroal ? quem foi o primeiro a circular num automóvel? Quem adquiriu o primeiro automóvel?
O Pagodinho -  Qual foi o primeiro jornal, revista do Alandroal, Quem se lembra ainda do Alandroal Terra Minha, do Boa Nova?
Nova Artéria : Quando foi construìda a estrada de circunvalação? Quem era o Presidente da Câmara na altura? porque foi construìda? Que benefícios trouxe? Houve polémica?
Cine Esplanada -  Quem foi o priimeiro homem ou C& que truxe cinema ao Alandroal? Onde foi projectado?  Teria sido o Perry? e posteriormente o Peças (a quem aqui é prestada semanalmente justa homenagem)?
Obelisco em homenagem a Calouste Gulbenkian. - Ainda se lembram quem foram os promotorres para a colocação do busto do Dr Xavier? Como foi adquirido o dinheiro? o dia da inauguração? Como foi?
Fico-me por aqui - mas lanço o desafio: vamos "vasculhar o passado" da nossa terra e deixá-lo de presente para os nossos netos.
Tá bem Tói, AC. Homero, Eveline e Restantes?

 Pequenas notícias de outros tempos

Cortes em Montemor-o-Novo.
Poucos dias depois da sua aclamação, D. Manuel I muda-se para Montemor-o-Novo. Nas cortes realizadas no Palácio dos Alcaides entre Dezembro de 1495 e Janeiro de 1496, toma medidas no sentido duma centralização mais profunda de toda a administração pública, reforma os tribunais superiores, e toma uma politica de tolerância, em relação aos nobres emigrados por razões politicas.
D. Manuel haveria de permanecer em Montemor-o-Novo, entre Novembro de 1495 e Março do ano seguinte porque Lisboa estava infestada pela peste.

Nicho da Carreira de S. Francisco.
Construído em alvenaria está voltado para o lado ocidental, e integrado no muro do actual Estádio 1.º de Maio. Obra de alvores da centúria oitocentista tem porta de granito, de arco rebaixado, e gradeamento de ferro batido.
O registo de azulejos do interior, representando Nossa Senhora da Conceição, com decoração monocroma de azul, é envolvido por faixa recortada, com grinalda de flores multicores
Estilo neoclássico do reinado de D. Maria II, talvez de fabricação da Real Fábrica do Rato, de Lisboa.
Sobranceiro, sensivelmente, existiu outro pequeno oratório público, devocional, embebido em murete, e demolido nos finais da década de quarenta, quando da construção da Avenida Gago Coutinho.

O primeiro automóvel que circulou na Vila Notável.
Em Junho de 1894 o Rei D. Carlos deslocou-se à Herdade Real da Adua. El-Rei deslocou-se no seu carro a Montemor-o-Novo. Foi a primeira vez que um automóvel circulou na nossa Terra. O “Panhard & Levassor” parou perto da Ermida de S. Lázaro, para o monarca receber os cumprimentos das autoridades locais. Ali se juntou muita gente das redondezas e numeroso rapazio que, a correr, acompanhou o sensacional veículo quando este subiu a Rua de S. Lázaro, Terreiro dos Álamos, e Rua Nova, em direcção ao Rossio e com destino à Herdade Real da Adua, que nos princípios da República, passou para o Património Municipal.

“O Pagodinho”.
Quinze anos depois da implantação da República, o jornal humorístico montemorense “O Pagodinho”, na sua edição de 22 de Abril de 1925, relatava que “a politica é o veneno ascoroso que mina a sociedade e faz perder a dignidade do homem”.

A nova artéria.
A Junta Autónoma de Estradas aprovou em finais de 1944, o projecto da variante à estrada internacional que atravessa a vila. O novo percurso, parte da Cerca da Cruz Velha, atravessa a Rua de Avis e Ruinha, corta um pedaço da cabeceira do Estádio 1.º de Maio, junto ao muro do cemitério, e vai terminar no entroncamento das estradas para Arraiolos e Évora.
Dois anos depois, procedeu-se ao concurso para adjudicação da obra, orçada em 2 567 642$00. Foram apresentadas duas propostas, uma na importância de 2 490 000$00 e outra de 2 486 330$00. Esta importante obra, adjudicada ao empreiteiro de Rio Tinto, Miguel José da Silva, foi iniciada em 1947 e concluída em 1948.
Em Setembro de 1982 a JAE cobriu os paralelos da Avenida Gago Coutinho com betuminoso. Em 1995, a mesma entidade, colocou nova camada de alcatrão, e construiu duas rotundas. A Rua da Cruz à Conceição ficou com a entrada pela avenida, bloqueada.

Cine Esplanada.
O animatógrafo, um dos melhores ao sul do Tejo, foi mandado construir por Joaquim Ribeiro Belga e inaugurada no dia 18 de Julho de 1954. O seu traçado moderno e sóbrio, agradou a todo o público, que nele encontrou o máximo conforto. Estava situado num óptimo local, com o Café Restaurante Monte Alentejano ao lado, que lhe assegurava um excelente serviço de mesa, destacando-se ao fundo, a colina de Montemor-o-Novo, que à noite, oferecia uma visão interessante e pitoresca.
Realizou-se um sensacional espectáculo de variedades, em que colaboraram o conhecido cantor da rádio e do teatro, Max e a exímia artista Leónia Mendes.
No seu lugar, foram construídas as instalações da Caixa de Crédito Agrícola.

Obelisco em homenagem a Calouste Gulbenkian.
Integrado no programa da inauguração do novo Pavilhão do Hospital Infantil de S. João de Deus, custeado pela Fundação Calouste Gulbenkian, realizou-se no dia 14 de Junho de 1966, a inauguração do obelisco em homenagem a Calouste Gulbenkian. Depois dos discursos do Senhor Presidente da Câmara, António Lopes de Andrade Júnior, do Senhor Presidente da Fundação Gulbenkian, Dr. Azeredo Perdigão, e do Senhor Presidente da República, Almirante Américo Tomás, o Supremo Magistrado da Nação, procedeu ao descerramento da lápide, que dá o nome de Calouste Gulbenkian ao antigo Chões, e do obelisco do benemérito.

A Estação Rodoviária.
A Estação Rodoviária que a Empresa Setubalense de João Cândido Belo mandou construir na Carreira de S. Francisco nesta cidade, abriu as suas portas à entrada e saída de autocarros em 27 de Julho de 1974.
Com capacidade para dezenas de autocarros, é uma das maiores e mais modernas estações do país.

Substituição de toponímia.
No dia 5 de Outubro de 1974, a Comissão Administrativa da Câmara Municipal, mandou proceder à substituição das seguintes placas de arruamentos:
A Rua Leopoldo Nunes passou para Rua Bento de Jesus Gonçalves; o Largo Eng.º António Justino Mexia da Costa Praça passou para Largo General Humberto Delgado; a Praça General Carmona (frente ao actual Palácio da Justiça) passou para Praça Norton de Matos, e mais tarde, para Jardim José Joaquim Lopes Praça; o Largo Eng.º Duarte Pacheco passou para Largo Bento de Jesus Caraça; a Rua Prof. Oliveira Salazar passou para Rua 25 de Abril; a Rua Dr. Azeredo Perdigão passou para Rua Dr. Egas Moniz; o Largo Beato António Fernandes (religioso montemorense) passou para Largo Dr. António José de Almeida; a Rua da Parreira passou para Rua Germano dos Santos Vidigal, e a Rua da Cadeia passou para Rua José Adelino dos Santos.

Semáforos em Montemor-o-Novo.
Foi no ano de 1980 que começou a funcionar provisoriamente, a sinalização luminosa ma Avenida Gago Coutinho. A ligação do sistema de semáforos teve como objectivo a regularização do fluxo de tráfego na zona da avenida e nas adjacentes, melhorando as condições de segurança para viaturas e peões.
Em 26 de Fevereiro de 1983 e em 14 de Abril de 1989, foram inauguradas as alterações ao sistema existente, sendo a alteração de 1983 a mais significativa.

Lotaria comemorativa do 780.º aniversário da Vila de Montemor-o-Novo.
A pedido do Núcleo de Lisboa do Grupo dos Amigos de Montemor-o-Novo, foi emitida uma lotaria especial dedicada aos 780 anos da Vila de Montemor-o-Novo, ostentando os duodécimos dessa emissão, que andou à roda em 28 de Julho de 1983, a Torre do Relógio do nosso Castelo.
O mesmo Núcleo de Lisboa resolveu adquirir o Bilhete com o número 780, que colocou em fracções ao dispor dos montemorenses. Eu, comprei uma fracção do 38724 mas, a sorte foi-nos madrasta.

Cortejo de Oferendas para o Hospital Infantil de S. João de Deus.
No dia 8 de Março de 1984, realizou-se um Cortejo de Oferendas no qual participaram 50 carros. O produto das ofertas foi valorizado em mais de três mil contos.
Em Março do ano seguinte, realizou-se um novo cortejo, desta vez com a participação de 105 carros, o qual rendeu 6 601 207$00.

Pesquisa: Augusto Mesquita

2 comentários:

Anónimo disse...

Pelo que tenho lido deste autor, parece-me ser um estudioso da história da cidade de Montemor-o-Novo.
.... e embora o Alandroal também tenha muitos estudiosos da sua história, que aqui têm exposto alguns trabalhos muito competentes, não me parece que o desafio do administrador do blogue tenha a devida correspondência.

Eu explico porquê :

« O Alandroal é uma terra de ficção, e por mais rigorosos que os seus "historiadores" queiram ser, acabam sempre por cair naquilo que gostariam que o Alandroal fosse e não naquilo que realmente é. »

Ao Sr. Augusto Mesquita, o rigor que merece, e daqui lhe faço vénia por isso; aos escribas do Alandroal, o sonho e a utopia.

Cada coisa em seu lugar.

Tenho dito !

A.S.

Anónimo disse...

Ao AS "lhe faço a devida vénia" pelo elevado VOLUME de hipocrisia que "porosamente" extravasa neste momento nas referências aqueles que "sem vaidosas parolices culturais, a que o seu enganoso estatuto o obriga" aqui colocam desinteressadamente os seus comentários.

Perdoamos-lhe porque de há muito não sabe o que diz, nem o que faz.

É UMA CONFUSÃO HUMANA.

Ora pro nobis