quinta-feira, 21 de abril de 2011

CRÓNICA DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM

Curiosidades e diferenças
Eduardo Luciano

Quinta, 21 Abril 2011 09:00
Estes tempos de grandes aflições, de crises profundas, de perigos diversos, são também tempos de grandes oportunidades de ruptura e de efectiva mudança.
Tem andado por cá uma “troika” de negociadores a mando do capital internacional, a pedido da “troika” que nos tem desgovernado nos últimos 35 anos.
PS, PSD e CDS desejavam esta intervenção, os nossos amados banqueiros estavam em pulgas para que tal acontecesse, os líderes das confederações patronais já falam numa oportunidade histórica para impor níveis de exploração sem par na história recente, com diminuição de salários, o fim da necessidade de justa causa para os despedimentos e outros mimos que caiem sempre ao colo dos mesmos.
Bem estiveram o PCP, o PEV e o BE, ao não aceitarem reunir com a equipa que representa o ocupante, que a coberto de um pedido de intervenção externa se propõe saquear os portugueses para ajudar os grandes grupos financeiros a manterem os seus fabulosos lucros.
A constituição das listas de deputados no nosso distrito trouxe um facto curioso à luz do dia.
Parece que a direcção política distrital do PSD indicou como cabeça de lista António Dieb, vereador na Câmara Municipal de Évora. Pelos vistos a direcção nacional deste partido impôs uma outra solução e é Pedro Lince o candidato, o que terá provocado a demissão do mandatário distrital daquela candidatura.
Não querendo comentar a vida interna do PSD, não deixo de sorrir ao lembrar-me dos que andam sempre a acusar o meu partido de centralismo e obediência cega aos ditames lá de Lisboa.
A campanha, apesar de ainda não ter começado formalmente, já está na rua. Na rua a campanha da CDU, porque as dos outros partidos está nos órgãos de comunicação social.
Por causa desta diferença o PCP lançou um desafio aos seus militantes e aos activistas da CDU: a realização de um milhão de contactos pessoais.
A “troika” que nos desgovernou durante os últimos 35 anos chega a milhões de pessoas através do comando da televisão, os comunistas e os seus aliados propõem-se contactar pessoalmente com um milhão de eleitores em conversas de proximidade onde se possam discutir alternativas e utilidade do voto.
Não é uma tarefa fácil explicar que o caminho que está a ser trilhado não é inevitável e que existe uma alternativa.
Muitas conversas acabam com o interlocutor a dar-nos razão, mas a manifestar desconfiança na utilidade de votar fora dos partidos da “troika”.
É preciso devolver a pergunta a essas pessoas desiludidas com o estado do país e com as suas próprias opções de voto. É preciso questionar sobre a utilidade do voto nos partidos da “troika”. Afinal andaram durante 35 anos a acreditar, inutilmente, que mudar do PS para o PSD e vice-versa alteraria as opções políticas dos governos saídos dessas eleições.
Neste milhão de contactos, a pergunta que deve abrir a conversa é: queres continuar na mesma ou queres mudar?
Ingénuo eu? Não. É mesmo vontade de acreditar que chegará um dia em que seremos capazes de dizer basta.
Até para a semana… quem sabe
Eduardo Luciano

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