sexta-feira, 22 de abril de 2011

COLABORAÇÃO - DR BERBEM

O FMI no ALANDROAL

UM.
Sem estar a diabolizar no presente, o destino futuro do Concelho e do Alandroal, julgamos que não é difícil perceber que a facilidade e rapidez com que o FMI entrou Portugal, vai estender-se até cá, por esta Vila planície, em diversos planos. Precisamente ao mesmo tempo que o país já ficou refém da teia financeira montada pelo FMI, instigada de Bruxelas. Pedida e aceite de pernas abertas por Lisboa.
Um dos planos, atingir-nos-á no campo dos reformados e na redução do número de funcionários públicos e camarários no activo, bem como nos cortes de pensões e ordenados. Vamos confrontar-nos com anos de austeridade e sacrifícios acrescidos, em benefício dos lucros imorais das tais instituições bancárias globais e implacáveis. Para usar apenas uma linguagem institucional, digamos que, o “efeito borboleta” chegou e bateu-nos à porta com o estrondo dos agiotas. Com olhos azuis, sem `cuori` e sem alma como se verá em breve.
De facto, um simples bater de asas num ponto do mundo pode desencadear tempestades nos sítios mais imprevisíveis do globo. Eis como se apresenta, actualmente, uma das consequências da globalização. Ataca e fragiliza instantaneamente a vida das pessoas do mundo inteiro pondo a tecnocracia acima da democracia.

E DOIS.
Mas onde a presença do FMI no Alandroal vai tornar-se mais ameaçadora será no campo das chamadas reformas estruturais. Ou seja, no campo especifico de aplicação das reformas político-administrativas do país, atingindo particularmente as Autarquias. O elo mais fraco do poder político nacional.
O FMI já avisou que em Portugal…e, portanto, no Alentejo temos concelhos a mais e freguesias em excesso. Por outro lado, contam-se serviços públicos em duplicado. Há demasiado funcionários públicos que porventura ganham bem demais… logo devem ser despedidos.
O quadro geral pode muito bem ser este, o de que Portugal não deve continuar a esbanjar recursos financeiros que afinal não possui. A racionalização informática dos serviços irá entretanto fazendo o resto.
Com os dados lançados e a opinião pública condicionada, percebe-se que no país … e no Alentejo, ano após ano, terão de fundir-se dezenas de concelhos sendo certo que irão desaparecer centenas de freguesias. Assim como às empresas camarárias não está reservado outro fim que não seja o de serem liquidadas. Umas justamente. Algumas nem por isso. O “onze de Setembro” chegou enfim à sociedade portuguesa.


E TRÊS.
Com o mínimo de abertura e lucidez que é preciso ter, nestas ocasiões, perguntamos: ainda haverá por aí autarcas duvidando que podem vir a ser postas em cima da mesa e executadas propostas de anexação do Concelho do Alandroal ao de Vila Viçosa? Ou com o de Reguengos de Monsaraz? Alguém pode estar descansado com a hipótese e objectivo de integrar Santiago Maior numa nova área concelhia de Reguengos de Monsaraz?
Um novo Mapa Autárquico, com ou sem regionalização prévia, vai estar em reformulação. Os partidos políticos estão a pensar no assunto e, como já é conhecido, têm grupos de trabalho dirigidos ao problema. O nosso Concelho do Alandroal vem acompanhando esta problemática imposta do centro e de fora?


E QUATRO.
Dir-me-ão que estamos “algo assustados” antes de tempo e que desempenhamos apenas o papel de “advogado do diabo” ao invocar estas coisas, expostas assim tão cruamente?
Posso dizer-vos que até não discordo inteiramente desta impressão mas “somente”desde que vamos estando também preparados para a intervenção própria que viermos a ter de assumir.
Ou seja, vale mais prevenir do que remediar.
E, bastante mais importante do que prevenir, é ter uma estratégia própria de afirmação do Concelho, com planos de investimentos, obras, debate, previsão e antecipação das situações politicas que, aliás, já começaram a ser encomendadas e ensaiadas em estudos universitários conhecidos.
O Concelho do Alandroal terá por si uma história secular, tem um passado com personagens importantes, vem assumindo um papel político e social, tem um belo edifício camarário. Pois concerteza.
Só que como estes dados já não chegam e estão em mudança, em pleno século XXI, e com a competição que existe entre as regiões do nosso país extensiva à afirmação própria e à concorrência entre Concelhos, pergunta-se:
O Concelho tem vida económica sustentável a médio e longo prazo?
Tem uma agricultura e dinâmica industrial? Tem searas novas?
O comércio local é convincente? O turismo é pujante?
Tem gente? Tem massa crítica? Existe formação suficiente?
Tem de receber do Estado muito mais do que lhe dá? É viável financeiramente? Está em condições de pagar as dívidas que contraiu?
A reforma liberal do mapa administrativo vinda do tempo de Mousinho da Silveira (alentejano de Castelo de Vide) será sustentável? Então, a demografia do país não se alterou e está a alterar-se profundamente?
O artigo de Miguel Sousa Tavares publicado, há uns dois ou três meses no Expresso, tem vindo a ser objecto de estudo e de reflexão?
Os sucessivos Presidentes da Autarquia estiveram suficientemente atentos e envolvidos nestas questões?
O actual Presidente está disposto a encarar esta situação de frente? Ou vai, um tanto ao estilo de “muda sem meter as mudanças” deixar passar, em claro, a oportunidade de preparar e enfrentar estas questões, o mais depressa possível.

CINCO.
Finalmente, vamos ver, por hoje, um último e importante prisma do problema. É costume dizer-se, em linguagem e ´Visão Geopolítica, que a componente permanente, e a mais estável do poder, seja de um continente, país ou de uma região é, em primeiro lugar, a componente geográfica; a geografia, a economia, as gentes, o capital humano continuam a ser decisivos na qualificação do poder.
Estamos a falar do chamado “poder terrestre” que resulta directamente da posição, dimensão e configuração da massa territorial que o Concelho ainda detém. Onde um aviso é certo: com uma área tão extensa, o Concelho não resiste a ser tão escassamente povoado mantendo pouco mais de 6.000 habitantes. Pode até advir daqui a sua morte.
Em segundo lugar, o Heartlandd, a terra-coração do Concelho parece-me continuar a ser Terena pelo que esta Vila (que, aliás, foi o pivot medieval do Concelho) tem de ser percebida como tal, criando novas dinâmicas de desenvolvimento para servir de contrapeso à influência (e tentações) directas que Reguengos de Monsaraz vem exercendo sobre o conjunto das aldeias que compõem Santiago Maior.
Quanto à capacidade de mostrar ´o poder marítimo` que o Concelho do Alandroal passou a representar, defendemos abertamente que é preciso que a sede do Concelho se associe cada vez mais à imagem marítima forte do Lago do Alqueva. Com efeito, em tudo quanto são suportes de informação, o Alandroal, deve aparecer intimamente associado ao visual do Grande Lago/ valorização de Juromenha. Como parece que pode vir a acontecer.
Ainda, em leitura geopolítica, não podemos deixar de perceber que Juromenha será tentada a bascular para Elvas assim como Santiago Maior para Reguengos de Monsaraz, caso haja propostas sedutoras ou autoritárias de reenquadramento autárquico daqueles lugares.
Em síntese, qualquer um destes três pólos geopolíticos do Concelho (Terena, Juromenha e Santiago Maior) deve desenvolver-se em estreita articulação com a capital do concelho, o Alandroal.
Por sua vez, o Alandroal, precisa com urgência de ser visto por Vila Viçosa como uma Vila atractiva e bastante capaz de se abrir a um novo ciclo de desenvolvimento centrado na economia (agricultura), na saúde, na educação e nas actividades culturais.
Fiquemos por aqui, até porque, infelizmente, as exigências deste conjunto de proposições e considerandos de natureza geopolítica concelhia, levar-nos-iam mais longe e a não ser optimistas. Em todo o caso, não podemos deixar de ser suficientemente realistas quanto aos problemas que o FMI, Bruxelas, o país, e as circunstâncias insolventes do presente vieram também a colocar ao nosso Concelho.Com esta história, imaginem, de serem agora, os Estrangeiros, a mandar estrategicamente em nós.
Assim exista da nossa parte soberana competência, participação e criatividade inteligente para os enfrentar. Aos externos neoliberais e aos internos liberais.
Como disse W. Allen, é sempre possível que um actor político concelhio inteligente possa agir eventualmente de modo imbecil. O que já não é possível, é um imbecil ser inteligente…face aos tempos novos, difíceis e exigentes que nos esperam. Ou não será assim?
António Neves Berbém
Em XXIII/IV/MMXI

15 comentários:

francisco tátá disse...

Mais um excelente alerta, devidamente fundamentado, escrito por quem sabe e que merece uma cuidada reflexão de todos nós.
Chico Manuel

Anónimo disse...

Dr Berbem
Li com atenção as suas brilhantes considerações sobre o que nos alerta para o que pode vir a ser o futuro do Alandroal.
Uma verdadeira lição sobre o momento politico que vivemos. O meu aplauso pela clarividência com que expõe aquilo que por certo nos espera.
Mas pergunto eu? Será que os responsáveis irão ler, meditar e tomar as devidas medidas para os alertas para que nos alerta?
Seria de todo aconselhável que este texto chegasse aos poderes autárquicos, e que os mesmos tirassem as devidas considerações,

Anónimo disse...

Excelente artigo de opinião.

Sr Berbém os politicos cá no Burgo não tem visão de futuro.
Levam o tempo a lavar roupa suja e deixaram chegar o concelho a um estado ainda pior do que está o país.

FMI_1

Anónimo disse...

"ainda haverá por aí autarcas duvidando que podem vir a ser postas em cima da mesa e executadas propostas de anexação do Concelho do Alandroal ao de Vila Viçosa? Ou com o de Reguengos de Monsaraz?"

QUE O SEJA E O MAIS RÁPIDO POSSIVEL, LÁ DIZ O DITADO HÁ MALES QUE VÊM PARA BEM.........

Anónimo disse...

Uma coisa não ajuda com certeza - O facto de se mandar para os órgãos de comunicação social montantes de dívida que não correspondem à realidade,basta ver os resultados da própria auditoria. Sim essa que foi encomendada. A necessidade de afirmação mandando abaixo outros tem um reverso da medalha. Tenho a convicção que com o anterior autarca à frente dos destinos do concelho, este teria mais vida e tal preocupação não se colocaria. Lutaria contra tudo e contra todos para que tal nunca acontecesse. São opiniões... Admito que venham contestar, mas é a minha opinião.

Anónimo disse...

Ora aqui mais um artigo com coisas novas e que mostra bem que se não nos pusermos a pau com esta invasão do FMI vamos à vida como Concelho.Minha rica terra.
Temos que acordar porque a argumentação aqui apresentada pode muito bem vir-nos a ser possta em cima da mesa sem depois lhe sabermos argumentar.
Oh senhor Presidente que abra os olhos e que comece a estar mais preparado para saber reconhecer os novos problemas que podem vir a colocar-se ao Concelho.Sob pena de perder.

Parabens Sr.Berbem


MVCR

Anónimo disse...

Confesso que não percebo nada de números e de defices e essas trapalhadas todas com que as Televisões nos chateiam.

Mas da minha terra e do meu Concelho confesso àquelas vestutas muralhas que começo a estar preocupado porque esta invasão do FMi agora é a sério.
E lá se vão concelhos e freguesias.

E muitos FREGUESES.Também com 50.000 candidatos a autarcas, a coisa era um bocado demais.

Das terras todas do Concelho, gosto bastante de Terena. E também de Juromenha.E do Alandroal então não se fala.Ou fala, mais cada vez
mais preocupado.

L.G.

Anónimo disse...

Nós cidadãos Portugueses já tivemos o FMI por cá, lembram-se???
Indo ao "cerne" da questão, acho que neste momento instaurou-se um clima de suspeição, de medo, de desconfiança.É verdade, e com muita razão, diga-se,contudo o FMI nunca foi, não é, nem nunca será vg. um "PAPÂO".
Perguntar-se-ão Porquê?:

1-Temos os casos recentes da Grécia e da Rep. da Irlanda, que já tem previsto um acréscimo na economia no próximo ano.

2-O que o FMI vem trazer a Portugal, não é mais do que re-estruturações de fundo, que ons nossos anteriores e longínquos governos não tiveram engenho,capacidade, e coragem para o fazer.

3-
3.1 - Há instituições duplicadas?É verdade.

3.2 - Há excesso de burocracia?É verdade.

3.3 - O Estado não tem dinheiro?É verdade.

4 - A pergunta que lanço no ar é: Era melhor a dívida exerna aumentar diariamente de forma assustadora?E com juros altíssimos?

5 - A minha opinião é favorável à vinda do FMI.Não porque tenha uma "paixão" por tal institução, mas sim porque é inevitável, um mal necessário, e uma lufada de ar fresco à nossa economia.

6 - Quanto mais tarde a ajuda externa chegasse a portugal, pior para a economia nacional, para a dívida externa e os juros anexados à mesma.

7 - O PEC apresentado foi chumbado.A questão que o governo e o PSD puseram em cima da mesa...E agora???

8 - A inevitável vinda da ajuda externa, sendo certo que o BCE, com uma fatia muito superior ao FMI, com algumas vantagens nas exigências por parte das referidas instituições para com o nosso País.

9 - Diferenças entre PEC 4 e ajuda externa?:

9.1 - PEC 4, política de austeridade passiva, a longo prazo, o que trazia um retrocesso na economia portuguesa num período entre 10/15 anos, sem re-estruturações de fundo, com alguns ajustes pontuais "aqui" e "ali", mas sem certezas de sucesso num regresso ao desenvolvimento económico, nem ao "encolhimento" da dívida externa, os juros associados, e o regresso da confiança dos investidores estrangeiros ao nosso País.


9.2 - BCE/FMI, política de austeridade caracterizado pela sua "agressividade" e incisão na economia e de todas as instituições ligadas ao estado. Dacracteriza-se ainda como sendo uma política de re-estruturação de fundo, de grande impacto inicial, por norma de 1/3 primeiros anos, sendo que a partir do 3 ano, a economia cresce de forma constante, estável, o que representa um atractivo para o investimento estrangeiro.

Posto isto, saliento apenas o seguinte, o FMI não vem sózinho (BCE em maioria)o cinto vai apertar de forma forte e austera nos 2/3 primeiros anos, com alguns impactos negativos na fase inicial, é certo, aumento de desmprego, défice, decréscimo da classe média, a classe mais baixa será mais pobre.
Neste período será uma fase "negra" da economia Portuguesa
, o que não é propriamente uma novidade muito nova para todos nós, sendo certo que o a côr mais clara que vimos até hoje...foi o cinzento.
Assim, vamos ter esperança, preparar-mo-nos para uns primeiros 3 anos (máximo) de grandes difiuldades, mas também com um regresso à economia nacional e internacional, muito mais rápida e de maior confiança.
A neutralidade é a maior das características deste Bloco (BCE/FMI).
Acabemos com os "feitiços", com os medos e os receios, próprios do Homem do Paleolítico, porque esse sim, o que não sabia explicar...dava a resposta que tudo o que vinha de mau,provinha dos Deuses quando estavam zangados.

Sejamos racionais, coerentes, e acima de tudo responsáveis, o assunto é de dimensão nacional e não concelhia.

Assim e parafraseandoum comentador:"Como disse W. Allen, é sempre possível que um actor político concelhio inteligente possa agir eventualmente de modo imbecil. O que já não é possível, é um imbecil ser inteligente…face aos tempos novos, difíceis e exigentes que nos esperam. Ou não será assim?"

BCE/FMI

Anónimo disse...

Oh Sr. Berbém..., olhe que está a exagerar... Haja bom senso.

Nem o sr. é o Santo António..., nem nós somos os peixinhos...

Anónimo disse...

Ao Comentador das 23:12

Que parece ter uma razoável formação e becialite,pergunta-se quando, e/ou desde quando, é que o local e o regional é dissociavel do nacional e vice versa? Aqui, na Suiça ou nos EUA?

Num paìs que,aliás, é dos poucos europeus que vem apresentando uma boa coesão social ao longo dos séculos graças,por exemplo,à medida que D.Dinis tomou com a criação dos Estudos Gerais em Coimbra e adopção do Português como língua oficial em todo o Reino.

Quanto ao FMI seria também aconselhavel que estivesse melhor informado, quanto às centenas de milhões de euros em comissões e juros que vão levar desde que desembarcaram na Portela. E já agora,pergunto-lhe se acha que os juros praticados pelo FMI de 4% e mais são, afinal, razoaveis para um pais pobre e em grandes dificuldades como o nosso?

Será que ainda é dos que pensa que há alomoçs gratis? Em Relações Economicas Internacionais?...

Com as melhores saudações


Antonio Neves Berbem

Anónimo disse...

Boa noite a todos os Portugueses e em especial aos Alandroalenses
Em primeiro lugar, informo V.EXª que redigi um “simpático e superficial “resumo do que se passa no nosso País, desde a inclusão do “Bloco Gestor” que aterrou no aeroporto da Portela.
Em segundo lugar, fui convidado por um ilustre Doutor e amigo de longa data, para além de docentes numa área tão restrita como a economia e finanças, que com alguma frequência expõe neste espaço os inúmeros problemas com que o País se debate nos tempos que correm.
Em terceiro lugar, quanto à minha razoável formação, apenas lhe posso indicar que sou Director de um órgão público relacionado com a economia, formado na Universidade de Coimbra, com grau de mestre em economia europeísta e com Doutoramento em Economia de partículas e insolvências na vertente Euro-Americana, com nota de distinção numa das Universidades Britânicas mais conceituadas.
Depois, de uma breve apresentação da enquanto pessoa e especialista em economia, vou por começar a responder a algumas questões de essência que aqui nos expôs:
Como V.Exª deve calcular a História é um compêndio do passado, que nos permite perceber o presente e, quiçá, fazer uma futurologia dos tempos que se avizinham.
Assumo que não sou Historiador, mas um autodidacta nessa área tão vasta e rica como é a História, pelo que também me sinto de alguma forma um “Historiador”, por tudo o que li, leio, e continuarei a ler.
No que se refere à sua questão em concreto, sobre os EUA e a Suíça, assim como outros Países que se esqueceu de enumerar, e que terão igual preponderância, e ainda outros de economia emergente, apenas lhe posso afirmar que no exercício e em conjunto com algumas das mais prestigiadas entidades europeias, trabalhamos no sentido de conseguir um acordo vantajoso para Portugal, sem comprometer a nossa situação enquanto membro da E.U, as relações com muitos dos parceiros económicos público-privados e investidores que de momento se encontram dúbios no investimento no nosso território.
Quanto aos juros de 4% que me apresentou, e que provavelmente apenas soube através dos órgãos de comunicação social, apenas lhe posso confirmar, e com conhecimento de causa, que decorrem, diariamente, reuniões com os representantes do BCE e do FMI, e outros que V. Ex.ª desconhece, no sentido de Portugal ser abrangido num pacote favorável tanto no dinheiro que vai ser injectado nas nossas instituições, como nos juro associados, que jamais se aproximaram dos 4%. É sempre fácil arredondar os números, tendo V. Ex.ª conhecimento, obviamente, que 3,2% ou 3,7%, não são, seguramente, numa fatia de milhares de milhões de euros o mesmo que 4%. Aqui todas as décimas, centésimas e milésimas são discutidas e apreciadas por uma segunda linha de especialistas de ambos os lados, a fim de verificarem quaisquer erros, e dirimir no sentido de uma balança equilibrada.
No que se refere aos almoços, que foi uma questão e observação, tanto quanto tenho conhecimento, um pouco abaixo dos seus predicados, não emanarei qualquer comentário, nem fomentarei qualquer tipo de discussão, conjectura, ou conversa de café, pela educação a que sou obrigado a reger-me.

Anónimo disse...

Em conclusão, felizmente, não vivemos na época medieval, caso assim fosse, nem eu nem V. Ex.ª teríamos voto neste tipo de matéria tão nevrálgica, em que a vida não valia mais do que um centavo, pois tais blasfémias e infâmias seriam, certamente, julgadas com resultado tão drástico…como a fogueira. Assim, falemos e centremo-nos no presente, é o que realmente interessa e está a ser debatido de forma diária e coerentemente, por pessoas competentes e credenciadas para o efeito.
Por uma questão lógica, o regional e local nunca esteve, não está, nem nunca estará dissociado do Nacional, contudo e como V. Ex.ª concordará, a dimensão do problema é global, depois Nacional, e por fim autárquico, mas apenas posso afirmar num momento tão cáustico da nossa economia, que a preocupação é e deverá ser sempre primeiramente Nacional, não nos sendo possível numa altura destas darmo-nos ao luxo de só pensarmos no nosso “Umbigo”, nos nossos familiares e na nossa terra que tanto amamos.
Espero ter contribuído de alguma forma, embora restrita de informação, pelo sigilo que me é exigido, às questões do Sr. Berbém.
No assunto das relações económicas internacionais, terei todo o prazer, e logo que tenha possibilidade, de convidar V. Exª para um almoço a fim de confraternizar e de debater as várias perspectivas.
Um Resto de Páscoa Feliz Para Todos

Anónimo disse...

Com tantos "estudos" analfabetizaram (em proveito próprio de 1/2 dúzia) as finanças do burgo.

Pero Rodrigues

Anónimo disse...

Meu caro Comentador

Exmo. Professor

Em Coimbra


Aqui, no Al Tejo, ficámos deveras satisfeitos pela sua participação e comentários que superiormnte entendeu conceder ao n/artigo sobre o FMI.

Ficámos obviamente mais esclarecidos com a sua intervenção.E mais do isso,certamente solidários quanto às preocupações que o nosso país vem suscitando.
De facto,estamos no mesmo barco.Um barco que já foi ao fundo e voltou...com os Lusíadas a salvo.

No entanto, como melhor o saberá,os problemas de Portugal e da Europa são tão complexos e tão vastos que só debatendo-os, a várias vozes, é que depois poderão ser influenciadas e tomadas as decisões mais acertadas. Ou menos imperfeitas.

Mas neste exigente esforço todos devemos ser melhores portugueses.Mais esclarecidos.Mais interventivos e mais preparados para os exercicios de Cidadania GLOCAL cada vez mais exigentes que a Pátria portuguesa (nos) vem colocando, e, com os quais se está confrontada.

Temos tanto essa Obrigação como tem esse direito,em sentido lato.

E,portanto,será esse o nosso caminho conjunto, pelo que não queremos deixar de lhe Agradecer e aceitar o honroso convite que nos fez.

O Al Tejo quer estar à altura de tão oportuno convite. Assim como lhe adianto que eu teria a oportunidade de aprofundar o debate e as discussões que, a problemática largamente abrangente e universalista das Relações Internacionais, impõe ir discutindo e percebendo.

Diria, que me sinto um tanto responsável na matéria,já que mais não seja pelos excelentes formadores que tive nesta área. Entre os quais, destaco naturalmente o Professor Adriano Moreira,o MESTRE dos mestres.

Assim como não poderei também deixar de mencionar,a minha passagem pelo Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais. Onde,aliás, conheci
e convivi de perto com dois grandes embaixadores,protagonistas empenhados da projecção do europeísmo português,Calvet de Magalhães e Siqueira Freire.Ambos já falecidos como saberá.

Uma nota final para salientar que todos os esforços que forem feitos, em torno da redução das taxas de juro e dos prazos em beneficio do povo português, serão sempre bem vistos e nacionalmente agradecidos.É a vida,é o nosso dia dia que estão bastante complicados e em jogo.

Assim o digo,porque penso que é também este o tratamento que devemos ter da comunidade internacional.Que, num dia que já não esteja em relativo "estado natureza" como,às vezes, ainda vai estando, pode vir a ser escrita com todas as suas letras,em Letra Grande.

Longe portanto da noite e dos poderes medievais principais que (me) parece que duraramu demasiado tempo.Demasiados séculos,não fossemos nós,os portugueses,a dar uma forte mãosinha desbravando novos mundos.
Navegando-os como poucos povos o conseguiram e o souberam fazer.
Conforme o disse, o cientista Pedro Nunes que passou,aliás, aí por essa sua Universidade.Com seriedade e competência.

Com as melhores agradecimentos


Antonio Neves Berbem

Anónimo disse...

Estão a medir forças...
A contar as espingardas!
Nós, os ignorantes assistimos e no fim logo se verá quem sabe mais, se eles, se nós.