terça-feira, 18 de dezembro de 2007

CRÓNICA DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM



Évora - POLIS XXI - Francisco Costa

18-Dec-2007
Há cerca de 100 anos não chegava a 10% a percentagem de população mundial concentrada nas cidades. No período pós II Guerra Mundial esta concentração quase que triplicou. Hoje quase metade da população mundial vive nas cidades ou nas suas zonas limítrofes. E segundo dados da Organização das Nações Unidas todos os dias o campo perde a favor das Cidades mais de 160 000 pessoas. Um movimento migratório sem precedentes na história da humanidade.
O problema da concentração de pessoas nas cidades aliado à ausência de planos urbanísticos integrados só tenderá a agravar-se e parece-me que será um problema que atingirá todo o planeta. Estes movimentos rápidos causam um impacto social tremendo e a ele estão associados a desertificação das zonas rurais, o colapso das infra-estruturas, o desemprego e um forte impacto nos recursos naturais, o aumento dos níveis de CO2, a não planificada impermeabilização dos solos e um sem fim de desequilíbrios de extensa enumeração. De uma forma mais ou menos acentuada são estes os problemas das mega cidades e das grandes cidades. E neste quadro de ganhos para as regiões densamente povoadas incluem-se as nossas perdas em relação ao número de portugueses que abandona sobretudo as regiões do interior e, em menor grau, a tendência que têm as populações na região Alentejo para abandonar o campo e fixar-se nos centros urbanos, em particular o de Évora. Em face a estes desafios Évora tem estado envolvida numa verdadeira praxis política de desenvolvimento sustentado, onde se inclui a estratégia definida no seu Plano Director Municipal e a recentemente aprovada candidatura Corredor Azul - Redes Urbanas para a competitividade e a inovação, no âmbito do programa POLIS XXI. Esta rede de cidades foi uma das cinco candidaturas aprovadas num total de 26, com um projecto que envolve Arraiolos, Borba, Elvas, Estremoz, Montemor-o-Novo, Santiago do Cacém, Sines, Vendas Novas e Vila Viçosa, assim como o Instituto de Emprego e Formação Profissional, a Universidade de Évora, o Instituto Politécnico de Portalegre, a Escola Superior Agrária de Elvas, a Associação de Desenvolvimento Regional do Alentejo, a CEVALOR, a Sociedade do Parque Industrial de Vendas Novas e a Administração do Porto de Sines. Esta rede possui um programa assente na dinamização e diversificação da base económica e do tecido empresarial da região, na afirmação da atractividade urbana das cidades e do território e na criação de uma rede de equipamentos culturais, desportivos e sociais, com aprofundamento do trabalho em parceria, que inclui a iniciativa privada. Este parece ser mais um passo sério no trabalho em rede que envolve parceiros que, com as devidas diferenças e diferendos, estão acima de tudo interessados em desenvolver, de forma eficaz e equilibrada, a região. E para este efeito todos parecem poucos. Obrigado e até para a semana.

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