Forcados de antigamente
Agora que o Grupo de Forcados do Aposento do Alandroal, vai estando cada vez mais consolidado, é bom recordar, nomes que perduram na memória de muitos, porque esta coisa de “agarrar” bois e vacas sempre teve tradição por estas bandas.
Na já demolida Praça de Touros muitos deixaram o seu nome ligado a tardes de emoção e glória, mas também, não poucas vezes, de sovas monumentais, apenas justificadas pelo prazer de ver derrotado um inimigo de maior força, e compensadas às vezes por um sorriso prometedor de avanços mais audazes, quando à noite no Baile. A tradição mantém-se, mas agora em Praça nova, e alternando muitas vezes com Corridas à Portuguesa, onde já nos é possível aplaudir os grandes nomes da tauromaquia lusitana.
Tudo começava no Sábado à tarde, vésperas do Domingo de Festa…o Gado do CAIXEIRINHA ou do SEBASTIÃO CORDEIRO…vinha dos lados de Bencatel…íamos esperá-lo ao alto de Carambô, pendurados nas copas dos chaparros, descia a Ladeira das Pedras, e já no Touril apareciam os valentões para opinarem da bravura dos cornupetos. Quando me comecei a interessar por estas coisas das touradas, eram ídolos o CHICO PALHA, O SARLICA, O CHICO RIJO…antes haviam deixado nome O JOÃO COLUNAS, O PATO… já na minha adolescência… O PASSARINHO, O ARMINDO… e mais tarde o maior de todos: O SOUSA.
Com tanta aficion tinha mesmo que ser fundado o GRUPO DE FORCADOS DO ALANDROAL.
Na minha óptica a grande contribuição para a fundação dos Forcados ficou a dever-se ao SOUSA e ao ALBERTO RAMALHO. Depois havia jovens para quem o epíteto de valentes é pequeno: O MONCHIQUE---O EXPERIENCIAS---O KAIDI---OS VALÉRIOS---O PINGUINHAS---O ROCHA---O PARREIRAS---O ZÉ PEDRO---O CARDOSO---O ZÉ ESPANHOL---O ACÁCIO— e muitos mais que agora não me ocorrem.
Desde os treze anos que o Sousa mostrou que gostava de agarrar touros. A primeira vez foi em Juromenha, numa vacada em que o improvisado redondel era feito com carros de mulas. A vaca investiu com tal força que levou o SOUSA contra o bocal da roda do carro, o que o deixou um mês com um círculo desenhado nas costas. Em 1972 estava no apogeu. Irão perdurar na nossa memória os confrontos entre Alandroal (O SOUSA), Bencatel (O BIMBAS), e S. Manços (O AZEDA). Lembro-me de uma Tourada numa Festa em Bencatel, em que após várias tentativas frustradas pelos agarradores da terra, o SOUSA que na altura tocava Bombo na Banda que abrilhantava a corrida, passou-se dos carretos, largou a função de tocador, desceu à arena, citou sozinho e fez uma pega de por a praça de pé. De uma outra vez em Vila Viçosa, com um braço partido e amarrado ao peito, tendo como ajuda o ZÈ VALÉRIO, pegou o maior touro dessa nocturna, só utilizando um braço. Como era valente….
Com exemplos como estes tinha mesmo que aparecer um GRUPO DE FORCADOS….disso se encarregou o ALBERTO, que juntou à paixão de aficionado, o amor que sempre nutriu pela sua terra natal, o Alandroal.
Para recordar os FORCADOS de então, aconselho uma visita à Muralha, ou à Casa da Mala, cafés onde se podem ver fotografias, e recordar com saudade aqueles que conseguiram levar o nome do Alandroal por essas Praças fora, inclusive o Campo Pequeno.
Felizmente os tempos de outrora estão de volta, e com alguns novos valentes o GRUPO DE FORCADOS DO APOSENTO DO ALANDROAL, aí está de novo, para levar longe o nome da nossa terra. Que sejam felizes e tenham grandes tardes de glória.
Saudações Marroquinas
Xico Manel
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