O Dr. Aldo Rebelo, jornalista, antigo deputado, ex-Ministro da
Defesa, da Ciência e Tecnologia e Esportes do Brasil e ex-Presidente da Câmara
dos Deputados, convidou-me a escrever um artigo sobre o calipolense Martim
Afonso de Sousa, para o Portal Bonifácio.
Martim Afonso de Sousa é um nome incontornável da Expansão
Portuguesa do século XVI e uma referência fundamental da história do Brasil. O
Portal Bonifácio é uma iniciativa do Instituto Bonifácio e assume-se como
uma plataforma de união de todas as forças políticas, sociais,
económicas que contenham uma vertente de apoio a um projeto nacional de
desenvolvimento, autónomo, democrático e socialmente avançado no Brasil.
Curiosamente, o Dr. Aldo Rebelo nasceu em Viçosa, no estado de
Alagoas.
Martim Afonso de Sousa: Um fidalgo calipolense que fez história no Brasil
Martim ou Martinho Afonso de Sousa nasceu provavelmente em Vila Viçosa
(Portugal), precisamente no ano em que a Armada de Pedro Álvares Cabral fundeou
junto de Porto Seguro (1500)[1].
As origens
Ditosa pátria, que tal filho teve (Os Lusíadas. Canto XII, 32)
Gentil-homem, grande
herói português, ilustríssimo Calipolense, Senhor do Prado e Alcoentre,
Alcaide-mor de Bragança e de Rio Maior, foi uma “Deusa glória da pátria
portuguesa e um gigantesco vulto que mereceu o canto imorredouro na admirável
epopeia de Luís de Camões (Canto X, estrofes 63 e 67)”[2]. Fidalgo dedicado à
leitura e curioso dos feitos de armas[3], formado pela
natureza para ser herói, começou desde a adolescência a dar claros argumentos e
generosos brios[4], que se vieram a
confirmar ao longo da sua vida.
Paço Ducal de Vila Viçosa, sede da Sereníssima Casa de Bragança, desde
1501©Tiago Salgueiro.
O pai de Martim
Afonso, Lopo de Sousa, fidalgo da Casa Real, senhor do Prado e das terras de
Paiva, era aio de D. Jaime de Bragança, vindo por este a ser elevado ao
estatuto de alcaide-mor de Bragança. Foi Lopo de Sousa que iniciou o nobre
pupilo nas artes militares e afins, bem como no domínio das normas sociais
nobiliárquicas[5]. A família descendia
dos Sousa Chichorro, cujo varão da
geração inicial foi Martim Afonso
Chichorro, filho bastardo de D. Afonso III, o qual foi elevado a
altas posições sociais, políticas e económicas, no reinado do seu meio-irmão
El-Rei D. Dinis de
Portugal. A mãe era D. Brites de Albuquerque, filha de João Rodrigues de Sá, senhor
de Sever e alcaide-mor e vereador da Fazenda do Porto. Sendo Vila Viçosa um
dos domínios mais emblemáticos da casa ducal brigantina e registando-se um
forte elo entre os Sousas e a Casa de Bragança, não surpreende pois que a
localidade tenha sido o berço de nascimento de Martim Afonso de Sousa[6]. Paralelamente, o
início do século XVI marca o início de um período fulgurante da história de
Vila Viçosa, pequena localidade que era a sede da influente Casa de Bragança,
surgida em 1442 e que se assumiu como uma das mais importantes famílias nobres
de Portugal, em poder, riqueza e prestígio. O regresso do
quarto Duque D. Jaime às origens portuguesas, no final do século XV, depois do
exílio forçado em Castela, por razões de ordem política, implicou uma profunda
alteração na vila alentejana a vários níveis, graças à instituição da designada
“Corte na Aldeia”, espaço de referência que deixou marcas na cultura europeia,
quase a meio caminho entre Lisboa e Madrid. A transformação de
Vila Viçosa durante este período, como consequência da ação política da casa de
Bragança, permitiu a criação de um polo cultural de influência humanista,
marcado por uma tendência italianizante, que imortalizou testemunhos a nível
arquitetónico, artístico e social. A projeção do solar brigantino deixa eco um
pouco por toda a Europa. A este ambiente erudito do Paço de Vila Viçosa acudiam
mestres, pintores, poetas, humanistas, filósofos, músicos, embaixadores e
cientistas, com o afã de conhecerem este Parnaso das Artes e das Letras, em que
o Duque de Bragança personificava o próprio Apolo, numa referência ao legado da
Antiguidade Clássica. O interesse dos Duques
de Bragança, logo no final do século XV, pelas correntes humanistas e pelos
estudos literários e científicos teve em Vila Viçosa o seu foco principal de
desenvolvimento. O mecenatismo dos sucessivos duques foi uma constante que
originou a confluência de muitos ilustres visitantes a este território,
conforme foi referido, tendência que foi uma constante ao longo de todo o
século XVI[7]. Denota-se,
paralelamente, uma vontade clara em implementar princípios e normas do
Renascimento italiano no solar alentejano do Ducado. Aqui estavam
estabelecidos médicos e juristas ao serviço do Paço, os mestres que tinham sob
sua responsabilidade a formação dos duques e dos jovens nobres da Casa de
Bragança e os homens das letras que eram protegidos pelo círculo brigantino,
tais como Jerónimo Corte –Real, António de Sousa de Abreu, o poeta Pedro de
Andrade Caminha, Fernão Cardoso, ou ainda, Afonso Vaz de Caminha, um dos
fidalgos mais eruditos do seu tempo[8]. O que parece claro é
que o Paço Ducal de Vila Viçosa viveu o Renascimento e o gosto pelo Humanismo
em múltiplas vertentes. Foi, pois, num contexto de serenidade e prosperidade
familiar que Martim Afonso de Sousa veio ao mundo naquele ano de 1500, sintomaticamente
e de acordo com a tradição, em Vila Viçosa, à beira da sombra protetora da
corte ducal[9]. Este contexto
influenciou seguramente e de forma determinante a educação, o carácter e a
ambição de Martim Afonso de Sousa durante os primeiros anos da sua vida e
comprova que a sua ação política não foi um mero acaso ou fruto de várias
circunstâncias felizes, mas sim a consequência de uma contínua aprendizagem. Em
Vila Viçosa, o jovem fidalgo de linhagem, crescendo ao som do relato das
façanhas dos antepassados, provavelmente empolgado pela leitura de novelas de
cavalaria e atento às notícias das atividades bélicas contemporâneas[10], formou uma
personalidade aventureira, que excelentes serviços haveria de prestar à Coroa
portuguesa. Desde a infância à
juventude, o fidalgo calipolense pôde reunir todos os fatores vitais à
concretização de uma trajetória de sucesso: boa posição social, ditada por
nascimento e reforçada por casamento; riqueza assegurada pelo direito de
herança a património fundiário; garantias de proteção superior, conferidas pela
Casa de Bragança e depois pela Casa Real; e múltiplas relações interpessoais,
entabuladas no meio palatino ou aproveitadas a partir de laços de parentesco e
de amizade, que entretanto ganharam cunho político[11]. Pertencendo a uma
família influente e contando com o apoio da casa nobre mais importante do
Reino, a seguir à do próprio monarca, Martim Afonso faz a sua entrada na corte
aos dezasseis anos, passando a ser, juntamente com o seu primo D. António de
Ataíde, um dos mais próximos e fiéis companheiros de juventude do futuro rei D.
João III. A sua relação próxima com duas das mais importantes figuras do Reino
no século XVI anteriormente mencionadas, com os quais estabeleceu fortes
vínculos pessoais, projetou Martim Afonso em termos de influência e prestígio
social[12], determinantes na
evolução da sua carreira político-militar. Com um percurso
estrategicamente delineado, transformara-se num perfeito cortesão, aprimorando
a sua formação pessoal a nível das letras, artes e da etiqueta dos desportos
nobres. Em 1520 é acolhido de forma definitiva e formal ao serviço do príncipe
D. João. Não obstante ter mantido uma presença ininterrupta na corte desde
1516, a verdade é durante esse período continuava a ser um criado da Casa de
Bragança[13]. Será durante uma
estadia na corte espanhola em que acompanhou, por incumbência do Rei D. João
III, a Rainha D. Leonor (viúva do rei D. Manuel I), que Martim Afonso
casará, em maio de 1523, com Ana Pimentel, fidalga espanhola, que seria filha
de D. Francisco Maldonado[14] ou de seu irmão,
D. Rui Dias Maldonado. Ana Pimentel, que terá
mais tarde um papel determinante na gestão do património familiar, vai cumprir
bem a sua missão de mãe. Teve oito filhos: cinco varões e três filhas[15]. A participação
política e militar do nobre português prolongou-se quase ininterruptamente, de
1530 a 1545, ficando marcada pelo exercício exclusivo de funções cimeiras:
primeiro a capitania-mor da expedição encarregue de anular a concorrência
francesa e de desencadear a colonização do Brasil, esfera em que esteve dotado
de alçada equiparável à de um governador (1530-33) e onde alcançou sucessos que
lhe valeram a donataria de algumas capitanias instituídas pela Coroa (1534);
depois, a capitania-mor do mar da India (1534-1539) e por fim o governo do
Estado da India, no ano de 1541, numa missão que durou até 1545.
Distinguiu-se pelo carácter multifacetado das suas atividades como cortesão,
erudito, guerreiro e explorador, que o levaram de Portugal a Espanha, França,
Brasil, India, locais onde não se limitou à esfera litoral, tendo-se atrevido a
avançar por esses territórios mencionados. Tinha diversas capacidades pessoais: espírito empreendedor, conhecimentos
científicos a nível da matemática, cosmografia e navegação, visão política,
carisma, ambição e uma apurada sensibilidade para a promoção e salvaguarda dos
seus interesses, que o conduziram a atitudes de confrontação, até diante da
Coroa. Foi um verdadeiro cidadão do mundo, que correu as sete partidas, ao
serviço de Portugal[16]. Simultaneamente,
privou e contactou ao longo da sua carreira, com estadistas europeus e
asiáticos, tais como D. Manuel I, D. João III, D. Sebastião e o Imperador
Carlos V, Bahadur Shah, sultão indiano do Guzerate (1526-1537), Salghar Shah,
Rei de Ormuz (1535-1544), Ibrahim, sultão indiano de Bujapur (1535-1557),
Bhuvaneka Bahu VII, rei cingalês de Kotte (1521-1551), Tabarija, Sultão de
Ternate (1532-1545) e o Rajá de Cananor (1527-1547). Teve uma relação
privilegiada com os cientistas Pedro Nunes e Garcia da Orta e com veteranos de
guerra, tais como Gonzalo Fernandez de Cordoba (1453-1515), herói castelhano
das guerras de Itália, D. Garcia de Noronha, personalidade portuguesa que
assistiu a momentos cruciais da formação do Estado da India e altas
individualidades religiosas, como o jesuíta São Francisco Xavier[17]. De facto, Martim
Afonso ocupou, até à data da sua morte, provavelmente em 1571, uma posição
muito relevante quer na expansão ultramarina, quer na sociedade cortesã de
Quinhentos, graças à construção de uma carreira singular, que permitiu também o
favorecimento da sua própria estrutura familiar e que o projetou como um dos
heróis da expansão ultramarina portuguesa.
AS RÉGIAS MISSÕES ULTRAMARINAS
NO BRASIL E NA ÍNDIA
O Rei D. João III foi
o primeiro monarca europeu a conceber uma política imperial que tinha o domínio
dos oceanos como paradigma principal, tendo por isso apostado na colonização do
Brasil[18] . Fazendo parte
do restrito círculo que rodeava o trono lusitano, Martim Afonso de Sousa cedo
se perfilou como um dos intérpretes dessa vontade régia. O monarca português
tinha assumido interesse naquele território, não só como ponto de apoio à
Carreira da India, mas também como uma fonte abundante de recursos naturais,
com destaque para o pau-brasil e cuja exploração económica se augurava
promissora, encarada como uma fonte de receitas fundamental para os projetos
que estavam a ser delineados a médio prazo. Atraídos pelos mesmos
fatores, os franceses tinham começado a frequentar a zona, pelo que se tinham
tornado numa ameaça à soberania portuguesa naquele contexto. Com o objetivo de
tornar a presença portuguesa mais sólida e efetiva, seria necessário avançar
com o povoamento e avaliar as potencialidades em termos de recursos. Entre 1530 e 1532, o
Rei enviou uma esquadra comandada por Martim Afonso de Sousa para impor a
autoridade da coroa lusa nas águas brasileiras. O triunfo de Sousa levou o
monarca a acreditar que a costa americana estava pacificada e apostou na
iniciativa privada para levar a cabo a colonização do Brasil[19]. O fidalgo, para além
da alçada de capitão-mor, gozaria ainda de uma missão extraordinária que o
habilitava a assumir-se como o primeiro governador do Brasil, inserido numa
estratégia de relançamento da presença portuguesa na região. A situação era grave e
a Coroa estava em risco de perder o Brasil, devido à incapacidade da maioria
dos capitães para desenvolver os seus territórios como unidades políticas e
económicas. Foi neste contexto que D. João III tomou uma das decisões mais
importantes do seu reinado ao criar o governo-geral do Brasil, atribuindo a
liderança a Martim Afonso de Sousa. O monarca reconhecia a importância crucial
das terras brasileiras e decidiu complementar o esforço dos particulares com o
envolvimento das forças régias. Competia ao governador zelar pelo conjunto das
capitanias e usar os meios da Coroa para apoiar as zonas que enfrentassem
maiores dificuldades[20].
Vila Viçosa, o berço de Martim Afonso de Sousa e de próceres portugueses.
Para além da entrega
da capitania-mor do Brasil, que já se encontrava sob jurisdição portuguesa,
seriam também incluídas aquelas que Martim Afonso viesse a descobrir e a
incorporar nos domínios da Coroa portuguesa, através do assentamento de
padrões. As mercês que o soberano reservou para Martim Afonso comprovam o grau
de satisfação derivado do seu desempenho político e militar. Foi a ação deste
ilustre calipolense que marcou a dinamização da exploração económica e da
colonização do Brasil na sequência de vários embates vitoriosos com embarcações
francesas, da introdução da cultura da cana-de-açúcar e da instalação de
núcleos de povoamento em São Vicente[21]. Neste caso concreto,
era manifesto o interesse de Portugal em dominar superfícies terrestres. Depois
de três décadas de mero controlo da orla costeira brasileira e de extração de
pau-brasil, o Rei apostava na ocupação de grandes espaços alargando para o
Atlântico Sul o sistema das capitanias-donatarias, que tinha sido o modelo
adotado com sucesso para o povoamento dos arquipélagos atlânticos. Mudava a
estratégia, despontava um novo paradigma imperial, mas ainda subsistia a
experiência antiga e o monarca tentou aplicar o velho modelo quatrocentista ao
Brasil[22]. A missão de Martim
Afonso de Sousa no Brasil foi um sucesso, já que sob sua jurisdição, a presença
no local conheceu uma forte dinâmica em diversas frentes[23]: – Foi declarada uma
caça cerrada aos franceses, com várias ofensivas navais que aumentaram a
segurança das atividades comerciais portuguesas. Teve também lugar durante este
período a construção de uma estrutura fortificada na baía de Guanabara.– Promoveu-se um amplo
reconhecimento geográfico do litoral brasileiro, sobretudo nas bacias amazónica
e platina. A rivalidade luso-brasileira em torno desta última motivou a
instalação de padrões, recuperando uma antiga prática nacional que caucinava o
direito de soberania nas áreas ultramarinas.– Foram avaliadas as
potencialidades de exploração económica do território, quer a nível mineiro,
quer a nível agrícola. Foram feitas incursões pelo sertão em busca de metais e
pedras preciosas, que surtiram resultados limitados. Em termos agrícolas, foram
descobertas as compatibilidades dos solos em São Vicente para a plantação de
cana-de-açúcar.– Estabeleceram-se os
núcleos primordiais da colonização portuguesa, através da fundação de duas
vilas situadas na zona meridional do espaço brasileiro e da instalação de
agentes de povoamento. A primeira e mais importante, a de São Vicente, foi
erigida na orla marítima, na enseada do mesmo nome, tendo sido dotada de
estruturas defensivas, administrativas, judiciais, religiosas e habitacionais.
A de Piratininga[24] foi relegada
para uma localização premeditada de relativa interioridade, no planalto que
constitui a retaguarda da serra de Paranapiacaba, também designada como Serra
do Mar. Enquanto São Vicente
reunia as condições adequadas para manter a comunicação marítima e comercial
com outras zonas do território sul-americano e com o Reino, a Piratininga era
reservado um papel mais ambicioso, que deveria passar pela sua afirmação como
plataforma de contactos e de escambos entre os colonos e as tribos índias, bem
como centro propulsor do avanço português na direção da rede hidrográfica do
Rio da Prata, tendo como principal objetivo o acesso a fontes de riqueza
mineira[25]. Martim Afonso de Sousa
foi o responsável pela iniciativa privada no desenvolvimento do processo
colonizador, ficando o poder central com o papel de fiscalizador. O Brasil
apresentava boas potencialidades ao nível da exploração económica, mas com
necessidade de emprego prévio de razoáveis esforços humanos e materiais, bem
como a superação de alguma resistência índia mais aguerrida, cujo afrontamento
se afigurava pouco prestigiante para a nobreza de linhagem. Foi ele o responsável
pela introdução do sistema de capitanias –donatarias, estabelecendo um governo
municipal e sistemas jurídicos e económicos, preparando deste modo as bases
para a futura organização social colonial. São Vicente prosperou
graças à instalação de muitos agentes de povoamento (600 indivíduos em 1548,
que controlavam os destinos de 3000 escravos), à criação de quatro localidades
(São Vicente, Santos, São Paulo, Itanhaem) assim como diversas sesmarias e
alguns engenhos de açúcar.
As vilas de São Vicente e de Santos em detalhe de ilustração do livro Reys-Boeck
van het Rijcke Brasilien, c. 1624. Domínio público, Koninklijke
Bibliotheek, Haia.
O cronista Padre
Joaquim Espanca, no final do século XIX, fazia a seguinte referência ao “mais
notável Capitão Calipolense”[26]: “Todas as vezes
pois que se nomeara a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, capital do
Império do Brasil, gloriam-se os Calipolenses com a lembrança de que um irmão
seu pela pátria, foi quem introduziu este nome, tão conhecido agora, por ser o
primeiro explorador daquela plaga da América Austral”. Na sequência do
périplo pelo Brasil, Martim Afonso regressa ao reino na primeira quinzena de
agosto de 1533 e irá partir para Índia em 12 de março de 1534, por três anos
(que na prática foram cinco}, como capitão-mor do mar, não sem ter primeiro
nomeado a sua mulher, Ana Pimentel, procuradora dos seus negócios no Brasil.
Gravura alusiva a Ana Pimentel, de autoria desconhecida.
E é esta fidalga, dama
da rainha D. Catarina, mãe de família, habituada a trabalhos delicados e
rodeada de criados, que ao saber das notícias alarmantes da sua capitania de
São Vicente, quase abandonada nas mãos de inábeis administradores,
constantemente atacados pelas tribos locais e pelos cobiçosos homens de Carlos
V, decide partir para o Brasil, para tratar, bem de perto, das terras de que
era proprietária pelo casamento e como administradora[27]. Ana Pimentel
empenhou-se seriamente no desenvolvimento da sua donataria e era ela quem
acompanhava as sementeiras, tendo introduzido ou desenvolvido o cultivo do
trigo. Terá permanecido entre sete e nove anos à frente da donataria, sendo de
destacar a sua ação também no aperfeiçoamento da cultura do arroz e a
introdução da laranja[28]. Com o apoio dos
jesuítas, colonos e gente fidalga que a acompanhou nesta arrojada travessia do
Atlântico, Ana Pimentel vai fazer prosperar, pouco a pouco, a vida em São
Vicente. Consta mesmo que na Armada em que viajou embarcou também gado bovino –
o primeiro que entrou no Brasil – e alfaias para exploração das terras, prática
que foi comum na colonização portuguesa. Também terá provavelmente estado na
origem da fundação do Hospital da Misericórdia. Relativamente a Martim
Afonso de Sousa, a ascensão política do nobre calipolense foi notória e
assentou na rede de influência que conseguiu constituir no topo da hierarquia
portuguesa, estratégia que se revelou determinante na elevação do seu estatuto
social. Como foi referido, na
sequência da missão brasileira, Martim Afonso de Sousa foi catapultado para a
segunda melhor posição da hierarquia político militar do Estado da India, o da
capitania-mor. Esta nomeação ficou a dever-se aos êxitos que obtivera no
Brasil. De facto, D. João III acumulou-o, em 1534, com duas capitanias de
reconhecida importância (Rio de Janeiro e São Vicente) e as funções de
capitão-mor do Mar da India, que o colocavam no segundo lugar da hierarquia
oriental, logo depois do governador Nuno da Cunha, a quem Martim Afonso
desejava substituir em breve[29]. Fica clara a ambição
de Martim Afonso de Sousa em ascender ao topo da hierarquia do Estado da India,
em toda a estratégia que desenvolveu no Oriente. Aqui viveu quatro anos de
consecutivas e bem-sucedidas intervenções militares que o tornaram como o
oficial de maior prestígio do Estado da India[30]. Martim Afonso de Sousa
aproveitou a sua passagem pelo Estado Português da India (1534-39) para
valorizar o seu currículo e a consideração que D. João III nutria por ele.
Consegui-o graças a assinaláveis êxitos de natureza militar e diplomática,
nomeadamente a conquista de Damão, “desbaratando quinhentos Turcos que a
guarneciam”[31], o entendimento com o
Sultão de Cambaia, do qual resultou o estabelecimento de uma feitoria em Diu, a
tomada da ilha de Repelina, e a derrota do corsário Patemanar, um dos fiéis do
Samorim de Calecute, na batalha naval junto ao cabo Comorim[32].
Bastava o eco do seu nome para intimidar os maiores Príncipes da Ásia[33]. Em 1541, após a corte
ter recebido notícias respeitantes à situação na Índia, D João III nomeou-o
então governador, cargo que sempre tinha ambicionado, dando o monarca uma prova
de grande confiança pessoal que nele depositava[34]. Na sequência da
decisão régia, partiu para oriente a 7 de abril de 1541 com uma esquadra,
levando consigo a São Francisco Xavier, o primeiro jesuíta a partir em
missão para esse contexto. O religioso foi acompanhado de mais dois membros da
Companhia de Jesus, Paulo Camerte e Francisco Mansilha. A partida de São
Francisco Xavier inseriu-se numa colaboração entre o Estado Português e a
Companhia de Jesus para a evangelização da Índia[35]. Martim Afonso de Sousa
era, segundo São Francisco Xavier, muito conhecido e estimado pelos Reis da
Índia[36], assumindo-se por
esse motivo como um aliado precioso para a evangelização do território. O seu
conhecimento sobre a realidade da Índia seria fundamental para a estratégia da
Companhia de Jesus. A sua ação política do
novo governador na Índia, que durou até 1545, aumentou consideravelmente a sua
fortuna pessoal, bem como serviu para favorecer os seus familiares que serviam
no Oriente, proporcionando-lhes rentáveis viagens e cargos de natureza
administrativa e militar, o que suscitou o envio de queixas para D. João III[37]. No entanto, o seu
estatuto social e político era bastante relevante e continuou a exercer
influência na corte de Lisboa, tendo-se afirmado como um dos principais
conselheiros da Rainha D. Catarina, durante a menoridade do futuro Rei D.
Sebastião[38]. Ignora-se a data exata
da morte de Martim Afonso de Sousa, que terá ocorrido depois de 1570. Uma das
provas que confirma este facto é um alvará que consta da chancelaria da Ordem
de Cristo, com data de 6 de junho de 1570, em que lhe concedia uma tença de
90000 reais em consequência da quebra que tivera na compra de Sta. Maria de
Mascarenhas[39]. Este conjunto de
informações aqui disponibilizadas permitem perceber a importância política de
Martim Afonso de Sousa e o seu papel na consolidação da presença portuguesa no
Brasil e no Oriente. Este calipolense foi um ilustre pioneiro no processo de
globalização fomentado pelos portugueses e a sua imagem pode e deve ser
reabilitada, a partir da terra onde nasceu, em estreita ligação com o Brasil. Deve ser destacado o
facto de Martim Afonso de Sousa se ter notabilizado enquanto estratega político
e militar, cumprindo ordens reais, quer no contexto brasileiro, quer no contexto
asiático, o que comprova a sua sólida preparação, versatilidade,
empreendedorismo e ação diplomática.
São Vicente, vila fundada por Martim Afonso de Sousa, berço da civilização
brasileira.
A capacidade de
liderança demonstrada em situações adversas e em ambientes hostis, nomeadamente
na Índia, converteram o seu nome numa lenda, como consequência dos feitos
políticos e militares alcançados, tornando-o numa referência incontornável da
história da expansão portuguesa.
PROPOSTA
Tendo em conta a importância
deste notável calipolense e o facto de muitas vezes, o seu nome não estar
conotado com localidade portuguesa, teve como consequência a necessidade de
proceder a um estudo mais detalhado sobre aspetos relevantes na vida política
do século XVI, em que Martim Afonso de Sousa foi protagonista. Seria muito
interessante desenvolver um projeto cultural que tivesse como objetivo
fundamental associar, no Brasil, o nome de Martim Afonso de Sousa a Vila Viçosa
e dar a conhecer, através de uma parceria transatlântica, o seu percurso, de
forma rigorosa e detalhada. Sobre esta matéria,
foi criado em 2014 um grupo de trabalho em Vila Viçosa, que tem vindo a
recolher documentação sobre a figura de Martim Afonso de Sousa, através do
estabelecimento de contactos com diversas instituições locais e internacionais.
Foi estabelecida uma plataforma de diálogo sobre os meios para aprofundar esta
ideia e está a ser definida uma estratégia para a sua exequibilidade. Encontrar
os parceiros para este desiderato será a etapa seguinte. Através de protocolos
a criar entre instituições portuguesas com a Universidade do Rio de Janeiro, o
Instituto Bonifácio e a cidade de São Vicente, penso que seria importante
implementar e dinamizar formas de diálogo, de modo a promover iniciativas de
carácter cultural, tais como conferências, workshops ou exposições temáticas,
estimulando, desta forma o intercâmbio de ideias e de projetos entre Portugal e
o Brasil, relativamente a esta temática. Numa primeira fase,
seria interessante avançar com a criação de uma página nas redes sociais, com
imagens de Vila Viçosa, onde fosse efetuada, de forma clara e objetiva, a
ligação entre Martim Afonso de Sousa a este território através de uma chancela
institucional, da Câmara Municipal de Vila Viçosa, da Fundação da Casa de
Bragança e do Instituto Bonifácio. A realização de um
vídeo promocional com a colaboração do Agrupamento de Escolas de Vila Viçosa, a
ser difundido na Internet (youtube, facebook, twitter, etc.) poderia permitir
uma ampla divulgação do nome de Vila Viçosa, com o contributo de colaboradores
do lado brasileiro, nomeadamente da Casa-Museu Martim Afonso de Sousa (em São
Vicente, onde já foi efetuado um projeto semelhante), da Prefeitura de São
Vicente e da Universidade do Rio de Janeiro. O envolvimento das comunidades e
do público escolar será determinante no desenvolvimento desta iniciativa,
através de uma projeto educativo que assente em critérios pedagógicos de
qualidade e que tenham como objetivo aprofundar o conhecimento desta importante
figura da História de Portugal e do Brasil. Criar um circuito
turístico específico sobre Martim Afonso de Sousa, vocacionado para o público
brasileiro, através de uma estratégia de marketing bem fundamentada, poderia
ter um impacto muito positivo no futuro turístico de Vila Viçosa e de São
Vicente. Muitos turistas brasileiros que nos visitam desconhecem de todo esta
ligação entre ambos os países. E o mesmo se pode aplicar em relação aos
turistas portugueses que visitam o Brasil. Estimular, nas escolas
e universidades de Portugal e do Brasil, o desenvolvimento de trabalhos
académicos sobre a vida e o percurso de Martim Afonso de Sousa e Ana Pimentel
seria outro dos desafios a encarar, tendo em consideração que parte das suas
vidas continua a ser um mistério. Ainda há muito para descobrir. A edição de um livro
sobre a vida e obra de Martim Afonso de Sousa e a ligação ao Brasil é outro dos
vértices que se pretende dinamizar, em conjugação com um documentário sobre os
episódios mais relevantes da sua vida política, social e militar.
Bibliografia
consultada:
BOLÉO. Maria Luísa
Viana de Paiva, Ana Pimentel, a primeira mulher à frente de uma capitania no
Brasil, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Vol. 97, 2018
COSTA, João Paulo
Oliveira e; RODRIGUES, José Damião; OLIVEIRA, Pedro Aires, História da
Expansão e do Império Português, Esfera dos Livros, Lisboa, 2014
ESPANCA, Padre Joaquim
José da Rocha, Memórias de Vila Viçosa, caderno 35, Câmara
Municipal de Vila Viçosa, Vila Viçosa, 1983 – 1992.
MACHADO, Diogo
Barbosa, s.v. «Martim Affonso de Sousa», in Bibliotheca Lusitana…, vol. III,
Coimbra, Atlântica Editora, 1966, p. 434
MATOS, Luís de, A
Corte Literária dos Duques de Bragança no Renascimento, Fundação da Casa de
Bragança, 1956.
PELÚCIA, Alexandra, A
Figura e a Obra de Martim Afonso de Sousa, Revista de Cultura Callipole, nº
9, Câmara Municipal de Vila Viçosa, 2001.
PELÚCIA,
Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente
do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião.
Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos
Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência
Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007.
SCHURAMMER, P.
Georg, As viagens de São Francisco Xavier e os conhecimentos
geográficos do seu tempo, Arqueologia e História, Volume VII, 1829, p. 92.
[1] Algumas teses
apontam a data de nascimento para o ano de 1490, não havendo uma informação
exata sobre este tema.
[2] ESPANCA, Padre
Joaquim José da Rocha, Memórias de Vila Viçosa, caderno 35., Câmara
Municipal de Vila Viçosa, Vila Viçosa, 1983 – 1992, p. 20
[3] PELÚCIA,
Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente
do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião.
Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos
Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência
Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 62
[4] ESPANCA, Padre
Joaquim José da Rocha, Memórias de Vila Viçosa, caderno 35., Câmara
Municipal de Vila Viçosa, Vila Viçosa, 1983 – 1992, p. 20
[5] PELÚCIA,
Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente
do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião.
Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos
Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência
Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 82
[6] PELÚCIA,
Alexandra, A Figura e a Obra de Martim Afonso de Sousa, Revista de
Cultura Callipole, nº 9, Câmara Municipal de Vila Viçosa, 2001, p.76
[7] MATOS, Luís de, A
Corte Literária dos Duques de Bragança no Renascimento, FunRita dação da
Casa de Bragança, 1956 pp. 13-25
[8] MATOS, Luís de, A
Corte Literária dos Duques de Bragança no Renascimento, Fundação da Casa de
Bragança, 1956, pp 13-25
[9] MACHADO, Diogo Barbosa,
s.v. «Martim Affonso de Sousa», in Bibliotheca Lusitana…, vol. III, Coimbra,
Atlântica Editora, 1966, p. 434
[10] PELÚCIA,
Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente
do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião.
Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos
Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência
Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 87
[11] PELÚCIA,
Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente
do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião.
Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos
Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência
Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 87
[12] Idem
[13] PELÚCIA,
Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente
do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião.
Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos
Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência
Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 88
[14] Senhor de
Avedilho, Comendador de Elches e Estriana, e Regedor de Salamanca e Talavera,
em Espanha.
[15] BOLÉO. Maria
Luísa Viana de Paiva, Ana Pimentel, a primeira mulher à frente de uma
capitania no Brasil, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São
Paulo, Vol. 97, 2018, p 147
[16] PELÚCIA,
Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente
do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião. Dissertação
de Doutoramento em História – Especialidade em História dos Descobrimentos
Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da
Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 353
[17] PELÚCIA,
Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente
do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião.
Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos
Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência
Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007
[18] COSTA, João
Paulo Oliveira e; RODRIGUES, José Damião; OLIVEIRA, Pedro Aires, História
da Expansão e do Império Português, Esfera dos Livros, Lisboa, 2014, p. 130
[19] COSTA, João
Paulo Oliveira e; RODRIGUES, José Damião; OLIVEIRA, Pedro Aires, História
da Expansão e do Império Português, Esfera dos Livros, Lisboa, 2014, página
135
[20] COSTA, João
Paulo Oliveira e; RODRIGUES, José Damião; OLIVEIRA, Pedro Aires, História
da Expansão e do Império Português, Esfera dos Livros, Lisboa, 2014, p. 135
[21] PELÚCIA,
Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente
do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião.
Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos
Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência
Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 140
[22] Idem
[23] PELÚCIA,
Alexandra, A Figura e a Obra de Martim Afonso de Sousa, Revista de
Cultura Callipole, nº 9, Câmara Municipal de Vila Viçosa, 2001, p.77
[24] Piratininga
constituiu-se como povoado que foi uma espécie de prefácio da atual cidade
de São Paulo. São Paulo foi um prolongamento, uma continuação do burgo de
Martim Afonso. Depois de ter fundado S. Vicente, o fidalgo português subiu ao
planalto e constituiu, entre os índios que se situavam às margens do Tietê, no
local onde hoje se acha o Bom Retiro, a povoação de Piratininga.
[25] PELÚCIA,
Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente
do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião.
Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos
Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência
Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 171
[26] ESPANCA, Padre
Joaquim José da Rocha, Memórias de Vila Viçosa, caderno 35., Câmara
Municipal de Vila Viçosa, Vila Viçosa, 1983 – 1992, p. 20
[27] BOLÉO. Maria
Luísa Viana de Paiva, Ana Pimentel, a primeira mulher à frente de uma
capitania no Brasil, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São
Paulo, Vol. 97, 2018, p. 152
[28] BOLÉO. Maria
Luísa Viana de Paiva, Ana Pimentel, a primeira mulher à frente de uma
capitania no Brasil, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São
Paulo, Vol. 97, 2018, p. 153
[29] PELÚCIA,
Alexandra, A Figura e a Obra de Martim Afonso de Sousa, Revista de
Cultura Callipole, nº 9, Câmara Municipal de Vila Viçosa, 2001, p.77
[30] PELÚCIA,
Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente
do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião.
Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos
Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência
Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 188
[31] ESPANCA, Padre
Joaquim José da Rocha, Memórias de Vila Viçosa, caderno 35., Câmara
Municipal de Vila Viçosa, Vila Viçosa, 1983 – 1992, p. 21
[32] PELÚCIA,
Alexandra, A Figura e a Obra de Martim Afonso de Sousa, Revista de
Cultura Callipole, nº 9, Câmara Municipal de Vila Viçosa, 2001, p.77
[33] ESPANCA, Padre
Joaquim José da Rocha, Memórias de Vila Viçosa, caderno 35., Câmara
Municipal de Vila Viçosa, Vila Viçosa, 1983 – 1992, p. 21
[34] PELÚCIA,
Alexandra, A Figura e a Obra de Martim Afonso de Sousa, Revista de
Cultura Callipole, nº 9, Câmara Municipal de Vila Viçosa, 2001, p.77
[35] CORREIA, Pedro
Lage Reis, O conceito de missionação de São Francisco Xavier: alguns aspectos
da sua ação missionária na Índia (1542-1545), LUSITANIA SACRA. 2″ série. 8/9
(1996-1997), p. 566
[36] SCHURAMMER, P.
Georg, As viagens de São Francisco Xavier e os conhecimentos
geográficos do seu tempo, Arqueologia e História, Volume VII, 1829, p. 92
[37] PELÚCIA,
Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente
do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião.
Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos
Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência
Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p.268
[38] PELÚCIA,
Alexandra, A Figura e a Obra de Martim Afonso de Sousa, Revista de
Cultura Callipole, nº 9, Câmara Municipal de Vila Viçosa, 2001, p.76
[39]BOLÉO. Maria Luísa
Viana de Paiva, Ana Pimentel, a primeira mulher à frente de uma
capitania no Brasil, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São
Paulo, Vol. 97, 2018, p 155.
Tiago Salgueiro - 29-07-2020
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