RUI MENDES
Registos da semana
As fissuras criadas no Governo pela covid-19 são cada vez mais
visíveis.
A ministra da
Saúde está debaixo de fogo. É o resultado do aumento da propagação do vírus,
que se regista há várias semanas, em particular na Área Metropolitana de
Lisboa. Marta Temido foi recentemente desautorizada pelo primeiro-ministro em
reunião pública.
Ainda que a
ministra da Saúde refira que “Não se pode falar em descontrolo”, o certo é que
há um problema, que não é pequeno, e que cria uma enorme pressão nos hospitais,
e severos danos na economia, não só na da AML mas em todo o país, já que os
efeitos da existência de cadeias de transmissão ativas, atinge diretamente
vários setores da economia, em especial o turismo.
Seja por
descontrolo ou não, a terminologia utilizada pouco interessa, não deixa de
existir um problema que persiste, e que cria natural inquietação na população,
com a retração na circulação e no consumo das pessoas.
Diga-se o que se
disser, os transportes públicos serão um meio facilitador de transmissão do
vírus. Se houve ou não transmissão em meios de transportes é algo que ninguém
poderá, com segurança, garantir. De igual forma, não se poderá dizer que não
houve transmissão por meio do transporte público. Contudo, Marta Temido
conseguiu assegurar que não houve transmissões nos transportes públicos.
Absolutamente incrível.
Ontem o Governo
comunicou que o Estado passa a controlar novamente a maioria do capital (72,5%)
e a responsabilidade da gestão da TAP.
Afiguram-se tempos muito difíceis para as companhias de aviação.
Os próximos anos não serão, de todo, favoráveis ao negócio do transporte aéreo
de pessoas.
A TAP irá passar
(novamente) por um processo de reestruturação. Enfim, o habitual.
Sabemos a
importância da TAP para o país, o seu peso no PIB, a sua dimensão na criação de
emprego, direto e indireto, a sua importância para a economia, para o turismo.
Sabemos os custos
que serão suportados, quer com a aquisição dos 22,5% do capital, quer o
montante que está autorizado para ser injetado na TAP, a título de empréstimo,
tão só 1.2 mil milhões de euros.
Sabemos que o
Estado assumiu um compromisso económico gigantesco.
O que não sabemos
é o que vai ser a TAP daqui para frente.
O que não sabemos
é quanto é que o Estado irá perder em mais este “investimento”.
E isto é que nos
deve preocupar.
Esta semana salva-se pela abertura das fronteiras entre Espanha e
Portugal, de fundamental importância para os povos transfronteiriços e para
ambas as economias que são dependentes uma da outra.
De referir o bom senso espanhol em marcar o momento com a
contenção que a pandemia exige, pois pelo lado português queria-se comemorar a
circunstância com devida pompa.
Para tudo António
Costa quer festa. Parece não ver que os exemplos que dá.
Até para a
semana
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