JOSE POLICARPO
Deveres, só para alguns
Os 48 anos de ditadura poderão ter
condicionado o desenvolvimento da sociedade portuguesa em muitos aspetos, mas
duvido que esteja na base da tolerância da generalidade dos portugueses para
com os disparates e atitudes realizados pela extrema esquerda.
A manifestação realizada no passado fim de
semana, não está em causa a bondade da iniciativa e também não sou daqueles que
acha que o país não tenha fenómenos de racismo e de xenofobia, é um exemplo do
total desrespeito pelas regras instituídas.
O Estado português através da direção
geral da saúde, determinou, entre outras coisas, que face ao estado atual do
desconfinamento, o distanciamento social era para ser mantido. No mínimo 2
metros entre pessoas.
Aquilo que fora relatado pela comunicação
é tudo menos a observação dessa regra. Não entendo, por isso, porque é que não
houve fiscalização e, consequentemente, a reposição da ordem publica. Como,
também, não entendo o barulho do Bloco ao aplaudir a iniciativa, o silencio do
Presidente da república e do governo. Tempos paradoxais este em que vivemos.
A ministra da cultura deslocou-se a Évora
no sábado e fora abordada pelos representantes do grupo de forcados amadores de
Évora que manifestaram o seu desagrado na manutenção da proibição da realização
de touradas.
Não estou por dentro das razões do
impedimento, mas se permitem a realização de espetáculos musicais no campo
pequeno, não entendo a discriminação relativa às corridas de touros. Qual é a
diferença? Os aficionados serão menos bem-comportados do que os apreciadores de
musica? Não creio. Porventura, a razão do tratamento diferenciado esteja no
preconceito e em questões eleitorais.
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