RUI MENDES
Fase da pandemia
O aumento de casos de infetados com a covid-19, particularmente na
área de Lisboa, têm gerado nova onda de preocupação nas pessoas.
No país vamos
assistindo também ao proliferar de focos da doença em vários concelhos, o que
nos deixa cada vez mais apreensivos.
Ainda assim,
seria expectável que com o progressivo desconfinamento o número de casos
aumentasse, mas não de uma forma tão significativa.
Alguns casos
aconteceram por total negligência das pessoas, que participaram indevidamente
em festas, ignorando regras básicas de proteção à doença. Os resultados
conhecem-se.
Contudo, a fase
do desconfinamento foi pouco preparada. Não se perceberam muitas das decisões,
muitas não têm qualquer explicação.
O discurso
governativo tem sido titubeante.
Sabendo-se a
forma de transmissão do vírus havia que assegurar que se conseguia manter os
distanciamentos das pessoas em todas as situações.
Não é obrigar
alguns setores da economia a terem de cumprir esse distanciamento e “isentar”,
ainda que por inação, outros setores desse cumprimento. O setor dos
transportes, principalmente na área da Grande Lisboa era, desde logo, um dos
setores a que se deveria ter dedicado total atenção. Veja-se que uma pessoa só
pode viajar, e bem, caso utilize máscara de proteção, senão a fiscalização
atua. Mas essa mesma pessoa pode viajar num comboio sem que ninguém fiscalize o
limite de passageiros, sendo corrente a sobrelotação na generalidade dos
comboios.
Era, pois,
essencial conseguir aumentar a oferta de modo a que o transporte público não
fosse um facilitador na transmissão do vírus.
Agora o problema
agravou. É um facto.
Entendeu o
Governo retroceder no processo de desconfinamento apenas nas freguesias mais
afetadas. Foi a forma que achou dever utilizar para conter a transmissão do
vírus na comunidade. Cremos que será mais difícil executar novamente medidas de
confinamento. Para além das pessoas estarem mais desgastadas, também estarão
menos recetivas. Mas é fundamental que se diminuam os contágios.
Neste quadro terá
de se entender as posições da Dinamarca, Grécia, Malta ou Reino Unido em
dificultar a entrada de portugueses nos seus países. Estão simplesmente a
proteger-se.
Aqui não
interessam discursos de circunstância. O que interessa é os resultados do
combate da pandemia. E eles variam bastante de país para país.
Já estamos no
verão e a economia ainda se encontra bastante parada. Sendo certo que a
evolução da economia portuguesa dependerá muito dos resultados que se atinjam
com o combate à pandemia, porque a economia vive do fator confiança.
Para a semana
abrem as fronteiras com Espanha, o que não deixa de ser um sinal positivo e um
estímulo para a economia.
Até para a semana
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