segunda-feira, 29 de junho de 2020

A CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOE NA DIANA/FM


                                                    CLAUDIA SOUSA PEREIRA
                         Hoje não vamos à Feira
Hoje é o dia da Cidade e se não estivéssemos em plena pandemia certamente estaríamos a preparar-nos para, ao fim da tarde ou à noite, ir à Feira. Tirar um petisco na Feira. Encontrar os amigos na Feira.
Mas ao contrário do que acontece sempre, este ano não vamos à Feira de S. João e não há memória de semelhante tal.
Claro que a culpa é da pandemia, do “bicho” Covid que nos retirou mais este prazer e continua a remeter-nos para casa o mais possível e a matraquear-nos com o distanciamento social, de tal forma que parece apostado em nos fazer esquecer de como são bons os beijos e abraços que neste dia da Cidade distribuímos em abundancia aos amigos e conhecidos que encontramos na Feira.
E se o tempo da Feira é o tempo dos petiscos e dos encontros é também o tempo em que olhamos para a nossa Feira e nos questionamos sobre porque é que vemos a cada ano minguar o espaço ocupado, a diminuir a participação de feirantes e o empobrecimento dos divertimentos oferecidos.
Este ano, sem Feira, claro que não haverá as usuais críticas – o que faz parte também da ida à Feira, reconheçamos – mas porque não aproveitar este interregno para pensar a Feira, para ouvir os munícipes sobre a Feira? Como deve ser organizada? Que tipo de feira queremos, mais de divertimentos, mais empresarial ou mais cultural? E onde? Num parque de feiras fora da cidade ou no Rossio? Para mim Feira de S. João é no Rossio e qualquer outra solução é matá-la, como aconteceu noutras cidades. Mas outros munícipes têm opinião contrária e, por isso não seria bom ouvir toda a gente, pôr toda a gente a falar da Feira? Não é importante dar a voz às cidadãs e aos cidadãos?
Há um debate prometido há duas campanhas eleitorais pelo Sr. Presidente da Câmara e adiado há anos. Um debate que não pode ficar-se apenas nos gabinetes ou na formalidade de uma comissão municipal, mas que deve ser feito com a população em geral, nas associações, nos bairros, nas freguesias.
A Feira é nossa. Com quase 500 anos, é um momento especial na vida da Cidade, goste-se mais ou menos, critique-se mais ou menos, é um dos nossos elementos identitários e esta é uma oportunidade única para a repensar e, sobretudo, para envolver as e os munícipes numa decisão que é importante para todos nós.
Que melhor forma haverá de honrar a feira, a cidade e a cidadania que dar a palavra ao Povo?
Até para a semana!


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