COMENTÁRIOS RACISTAS E MORTO
PELO PRÓPRIO FILME: - A SAGA
DE JOHN WAYNE, O MAIS FAMOSO
COWBOY DE HOLLYWOOD.
O actor foi uma das figuras mais
importantes de sua época; mas, ainda assim, não escondia que era um super
machista branco
O ator
estadunidense John Wayne - Getty Images
Um dos mais iconicos atores estadunidenses,Jonh Waine com certeza foi
muito marcante no cinema de faroeste dos Estados Unidos. Os seus filmes são
considerados os maiores clássicos do género e são reverenciados e assistidos
até aos dias de hoje. Muito dedicado ao seu trabalho, até mesmo a sua morte pode
estar relacionada a sua trajetória no cinema. Mas ainda assim é importante
relembrar os seus controversos episódios e posicionamentos políticos.
Trajetória no cinema
Vencedor de Oscar e Globo de Ouro, Wayne se tornou-se símbolo máximo dos filmes sobre o faroeste, tão representativos
da cultura americana. Começou a tomar destaque no cinema com o filme A
Grande Jornada, de 1930, mas, muito rapidamente, teve a sua carreira alavancada
com enormes sucessos.
No Tempo das Diligências (1939), O céu mandou alguém
(1948), Onde Começa o Inferno (1959), entre muitos outros, marcaram essa
trajectória. Carruagens fugindo de criminosos; o combate a indígenas;
agricultores e suas famílias tirando o sustento de terras hostis; tiros para
todos os lados em estradas de ferro: tudo isso se fixou no imaginário sobre os
Estados Unidos da época.
No entanto, nem tudo eram flores. Em 1956, o
filme The Conqueror (Sangue de Bárbaros,
em tradução livre), que tinha Wayne no seu elenco, causou inúmeras
controversas. Rodado durante 13 semanas no Parque Estadual de Snow Canyon, em Utah,
o set estava situado a apenas 220 km da Área de Testes de Nevada, um local
estabelecido para a realização de testes nucleares ao ar livre.
Cena do filme The Conqueror / Crédito: RKO Radio Pictures / Universal
Pictures
Todos estavam cientes sobre os perigos decorrentes da
radiação, cujo pó radioativo – levado pelo vento – se precipitou
justamente sobre o parque de Snow Canyon. As consequências dessa gravação,
porém, viriam anos depois, quando grande parte do elenco e da equipa começaram
a desenvolver cancro numa escala assustadora.
O próprio John Wayne, Susan Hayward e Agnes Moorehead
padeceram de cancro na década de 1970. Na seguinte, 90 membros da equipe
de 220 pessoas desenvolveram tumores malignos e 46 morreram. Já em 1991, seria
a vez de John Hoyt, que veio a morrer após adquirir cancro no pulmão.
Por mais que Wayne fumasse mais de seis maços de
cigarro por dia, essa causa não colou — o que provavelmente causou a sua morte
foi o seu papel no cinema. Segundo Robert Pendleton, na época professor de
biologia da Universidade de Utah, as mortes podem ser consideradas como uma
epidemia.
"Tem sido praticamente impossível provar a
conexão entre a radiação e o cancro desenvolvidos em casos individuais. Mas num grupo desse tamanho, você esperaria que apenas 30 casos de cancro fossem
desenvolvidos. Com 91 casos, acho que o vínculo com a exposição no set de
filmagens de The Conqueror deveria ser levado ao tribunal”, explicou.
As polêmicas
O ator em 1949 / Crédito: Wikimedia Commons
Ainda que tivesse sido um dos mais importantes atores
da sua época, durante a sua vida, no entanto, o artista teve posicionamentos, no
mínimo, controversos. Membro do John Birch Society, um grupo de pressão
política anticomunista de extrema-direita, ele também foi filiado do Partido
Republicano.
Wayne nunca escondeu as suas ideologias racistas e
homofóbicas. Por mais que boa parte das suas visões tenham sido esquecidas em
prol de seu legado no cinema, isso ficou claro numa entrevista dada pelo ator
à revista masculina estadunidense Playboy, em 1971, que voltou à tona
recentemente e foi reproduzida pelo jornal diário The Washington Post.
A entrevista
"Acredito na supremacia branca", afirmou,
simplesmente o ator durante a conversa. "De repente, não podemos nos
ajoelhar e entregar tudo à liderança dos negros. Não acredito em dar autoridade
e posições de liderança e julgamento a pessoas irresponsáveis”, disse também
sobre os afro-americanos.
Somente isso já seria o suficiente para afirmar o
conservadorismo preconceituoso de Wayne. Mas muitas outras falas ditas por ele
ajudam a confirmar os seus posicionamentos reacionários que ainda estão sendo
combatidos nos dias de hoje.
ISABELA BARREIROS
ISABELA BARREIROS
HOMOSSEXUALIDADE, PROSTITUIÇÃO E NADA DE SEXO ORAL: - A VIDA ÍNTIMA NO VELHO OESTE
Considerado a idade de ouro dos bordeis, o período foi marcado por uma
perigosa contracepção
Prostitutas
em um bordel norte-americano - Domínio Público
A imagem que temos
do Velho Oeste americano é bem clara: cowboys com armas nos seus
quadris, pistoleiros criminosos e xerifes tentando controlar a situação. No
entanto, no conhecimento comum, muito falta sobre a vida íntima dessas pessoas
nessa época. Como se relacionavam entre si? Ou ainda mais particular, como
era a vida sexual desses indivíduos?
Bordeis
Uma prostituta americana / Crédito:
Domínio Público
O aspecto mais
frequente que observamos daquele período era a prostituição. A prática contribuiu fortemente para a economia de
algumas cidades, embora fosse ilegal. Mas ainda assim, os trabalhadores
encontravam com certa facilidade as famosas "casas da luz vermelha".
O período do Velho
Oeste é considerado, ainda, a idade de ouro dos bordéis administrados por
cafetinas. Algumas dessas mulheres tornaram-se extremamente ricas, famosas e
respeitáveis nas suas administrações.
No entanto, os locais
eram diferentes entre si — enquanto uns eram pequenos e tinham quartos
destinados apenas às relações sexuais, outros eram grandes e ricos, sendo palco
de diversas negociações comerciais.
Ainda assim, é preciso
lembrar que o trabalho dessas moças era considerado perigoso, já que muitas
mulheres adquiriam doenças venéreas ou sucumbiam durante o trabalho de parto.
Contracepção
Em consonância à
questão das infecções sexualmente transmissíveis, naquela época, as prostitutas
tinham muitas dificuldades com a própria contracepção. Embora os preservativos
já estivessem disponíveis, eles eram muito caros e praticamente inacessíveis a
maioria da população.
Para impedir as
gravidezes, muitas dessas mulheres colocavam-se em situações muito perigosas,
como ingerir medicamentos com ingredientes tóxicos. Como a gravidez era um
grande problema, tanto porque as suas carreiras estariam em cheque tanto pelos
perigos do parto, as substâncias nocivas eram tomadas e, frequentemente,
causavam a morte dessas moças.
Homossexualidade
Cowboys do Velho Oeste / Crédito: Wikimedia Commons
Durante o Velho Oeste, os homens abarrotavam as fronteiras em busca de emprego. Essa migração em massa fez com que eles superassem amplamente o número de mulheres em várias regiões. Isso pode ter colaborado para que os homens começassem a se relacionar — sexualmente — entre si.
Segundo o historiador Peter Boag, da Universidade do Colorado, autor do livro Same Sex Affairs (2003), naquele período "as pessoas envolvidas em atividades do mesmo sexo não eram vistas como homossexuais”. Mesmo que não fossem rotulados, muitos cowboys envolveram-se com outros homens.
Sem sexo oral
É possível afirmar, com certeza, que o sexo oral é muito mais comum hoje nos Estados Unidos do que durante o período do Velho Oeste. O historiador Chad Heap conta no livro Slumming: Sexual and Racial Encounters in American Nightlife, 1885-1940 (2009) que a prática era considerada “estrangeira” para os americanos.
Ou seja, o prazer oral era muito incomum naquela época. Heap narra que muitas prostitutas eram contra a prática, sendo apenas um pequeno número que não se importava em fazê-lo.
ISABELA
BARREIROS
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