segunda-feira, 4 de maio de 2020

UMA SEMANA DEDICADA AO FARWESTE

 o Al Tejo propõe-lhe uma VOLTA PELO MUNDO DOS FILMES DE COWBOYS.

COMENTÁRIOS  RACISTAS  E  MORTO  PELO  PRÓPRIO  FILME:  - A  SAGA DE JOHN  WAYNE,  O MAIS  FAMOSO  COWBOY  DE  HOLLYWOOD.
O actor foi uma das figuras mais importantes de sua época; mas, ainda assim, não escondia que era um super machista branco
O ator estadunidense John Wayne - Getty Images
Um dos mais iconicos atores estadunidenses,Jonh Waine com certeza foi muito marcante no cinema de faroeste dos Estados Unidos. Os seus filmes são considerados os maiores clássicos do género e são reverenciados e assistidos até aos dias de hoje. Muito dedicado ao seu trabalho, até mesmo a sua morte pode estar relacionada a sua trajetória no cinema. Mas ainda assim é importante relembrar os seus controversos episódios e posicionamentos políticos.
Trajetória no cinema
Vencedor de Oscar e Globo de Ouro, Wayne se tornou-se símbolo máximo dos filmes sobre o faroeste, tão representativos da cultura americana. Começou a tomar destaque no cinema com o filme A Grande Jornada, de 1930, mas, muito rapidamente, teve a sua carreira alavancada com enormes sucessos.
No Tempo das Diligências (1939), O céu mandou alguém (1948), Onde Começa o Inferno (1959), entre muitos outros, marcaram essa trajectória. Carruagens fugindo de criminosos; o combate a indígenas; agricultores e suas famílias tirando o sustento de terras hostis; tiros para todos os lados em estradas de ferro: tudo isso se fixou no imaginário sobre os Estados Unidos da época.
No entanto, nem tudo eram flores. Em 1956, o filme The Conqueror (Sangue de Bárbaros, em tradução livre), que tinha Wayne no seu elenco, causou inúmeras controversas. Rodado durante 13 semanas no Parque Estadual de Snow Canyon, em Utah, o set estava situado a apenas 220 km da Área de Testes de Nevada, um local estabelecido para a realização de testes nucleares ao ar livre.
Cena do filme The Conqueror / Crédito: RKO Radio Pictures / Universal Pictures
 Todos estavam cientes sobre os perigos decorrentes da radiação, cujo pó radioativo – levado pelo vento – se precipitou justamente sobre o parque de Snow Canyon. As consequências dessa gravação, porém, viriam anos depois, quando grande parte do elenco e da equipa começaram a desenvolver cancro numa escala assustadora.
O próprio John Wayne, Susan Hayward e Agnes Moorehead padeceram de cancro  na década de 1970. Na seguinte, 90 membros da equipe de 220 pessoas desenvolveram tumores malignos e 46 morreram. Já em 1991, seria a vez de John Hoyt, que veio a morrer após adquirir cancro  no pulmão. 
Por mais que Wayne fumasse mais de seis maços de cigarro por dia, essa causa não colou — o que provavelmente causou a sua morte foi o seu papel no cinema. Segundo Robert Pendleton, na época professor de biologia da Universidade de Utah, as mortes podem ser consideradas como uma epidemia.
"Tem sido praticamente impossível provar a conexão entre a radiação e o cancro  desenvolvidos em casos individuais. Mas  num grupo desse tamanho, você esperaria que apenas 30 casos de cancro  fossem desenvolvidos. Com 91 casos, acho que o vínculo com a exposição no set de filmagens de The Conqueror deveria ser levado ao tribunal”, explicou.
As polêmicas
O ator em 1949 / Crédito: Wikimedia Commons
 Ainda que tivesse sido um dos mais importantes atores da sua época, durante a sua vida, no entanto, o artista teve posicionamentos, no mínimo, controversos. Membro do John Birch Society, um grupo de pressão política anticomunista de extrema-direita, ele também foi filiado do Partido Republicano.
Wayne nunca escondeu as suas ideologias racistas e homofóbicas. Por mais que boa parte das suas visões tenham sido esquecidas em prol de seu legado no cinema, isso ficou claro  numa entrevista dada pelo ator à revista masculina estadunidense Playboy, em 1971, que voltou à tona recentemente e foi reproduzida pelo jornal diário The Washington Post.
A entrevista
"Acredito na supremacia branca", afirmou, simplesmente o ator durante a conversa. "De repente, não podemos nos ajoelhar e entregar tudo à liderança dos negros. Não acredito em dar autoridade e posições de liderança e julgamento a pessoas irresponsáveis”, disse também sobre os afro-americanos.
Somente isso já seria o suficiente para afirmar o conservadorismo preconceituoso de Wayne. Mas muitas outras falas ditas por ele ajudam a confirmar os seus posicionamentos reacionários que ainda estão sendo combatidos nos dias de hoje.
ISABELA BARREIROS 

HOMOSSEXUALIDADE, PROSTITUIÇÃO E NADA DE SEXO ORAL: - A VIDA ÍNTIMA NO VELHO OESTE

                     Considerado a idade de ouro dos bordeis, o período foi marcado por uma perigosa contracepção
Prostitutas em um bordel norte-americano - Domínio Público

A imagem que temos do Velho Oeste americano é bem clara: cowboys com armas nos seus quadris, pistoleiros criminosos e xerifes tentando controlar a situação. No entanto, no conhecimento comum, muito falta sobre a vida íntima dessas pessoas nessa época. Como  se relacionavam entre si? Ou ainda mais particular, como era a vida sexual desses indivíduos?
Bordeis
Uma prostituta americana / Crédito: Domínio Público
 O aspecto mais frequente que observamos daquele período era a prostituição. A prática contribuiu fortemente para a economia de algumas cidades, embora fosse ilegal. Mas ainda assim, os trabalhadores encontravam com certa facilidade as famosas "casas da luz vermelha".
O período do Velho Oeste é considerado, ainda, a idade de ouro dos bordéis administrados por cafetinas. Algumas dessas mulheres  tornaram-se extremamente ricas, famosas e respeitáveis nas suas administrações.
No entanto, os locais eram diferentes entre si — enquanto uns eram pequenos e tinham quartos destinados apenas às relações sexuais, outros eram grandes e ricos, sendo palco de diversas negociações comerciais.
Ainda assim, é preciso lembrar que o trabalho dessas moças era considerado perigoso, já que muitas mulheres adquiriam doenças venéreas ou sucumbiam durante o trabalho de parto.
Contracepção
Em consonância à questão das infecções sexualmente transmissíveis, naquela época, as prostitutas tinham muitas dificuldades com a própria contracepção. Embora os preservativos já estivessem disponíveis, eles eram muito caros e praticamente inacessíveis a maioria da população.
Para impedir as gravidezes, muitas dessas mulheres  colocavam-se em situações muito perigosas, como ingerir medicamentos com ingredientes tóxicos. Como a gravidez era um grande problema, tanto porque as suas carreiras estariam em cheque tanto pelos perigos do parto, as substâncias nocivas eram tomadas e, frequentemente, causavam a morte dessas moças.
Homossexualidade
Cowboys do Velho Oeste / Crédito: Wikimedia Commons
 Durante o Velho Oeste, os homens abarrotavam as fronteiras em busca de emprego. Essa migração em massa fez com que eles superassem amplamente o número de mulheres em várias regiões. Isso pode ter colaborado para que os homens começassem a se relacionar — sexualmente — entre si.
Segundo o historiador Peter Boag, da Universidade do Colorado, autor do livro Same Sex Affairs (2003), naquele período "as pessoas envolvidas em atividades do mesmo sexo não eram vistas como homossexuais”. Mesmo que não fossem rotulados, muitos cowboys  envolveram-se com outros homens.
Sem sexo oral
É possível afirmar, com certeza, que o sexo oral é muito mais comum hoje nos Estados Unidos do que durante o período do Velho Oeste. O historiador Chad Heap conta no livro Slumming: Sexual and Racial Encounters in American Nightlife, 1885-1940 (2009) que a prática era considerada “estrangeira” para os americanos.
Ou seja, o prazer oral era muito incomum naquela época. Heap narra que muitas prostitutas  eram contra a prática, sendo apenas um pequeno número que não se importava em fazê-lo.
ISABELA BARREIROS 


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