segunda-feira, 18 de maio de 2020

PESSOAS NOTÁVEIS DO CONCELHO DO ALANDROAL - Artigo de Martinho Roma

Nestes dias de confinamento, ditado pelo coronavírus, na sequência de arrumos e análise de alguns escritos que a minha falecida irmã Francisca me deixou, necessitei de pesquisar, no Google, alguns dados sobre o nosso conterrâneo, Diogo Lopes de Sequeira, muito falado e já descrito pelo  A. J. Berbém; nessa pesquisa, deparei-me com um retângulo na Wikipedia - a enciclopédia livre, deveras apelativo, pelo facto de aludir a “Pessoas naturais do Alandroal”; fiz o gesto de “clicar” e… tirei os óculos, limpei-os, voltei a colocá-los e, um dos 4 nomes que apareceram, deixou-me perplexo – ANTÓNIO GOMES FREIRE DE ANDRADE! Conhecia este nome do estudo da História de Portugal, mas nunca me tinha passado pela cabeça que  tivesse nascido no concelho do Alandroal, mais precisamente, em Juromenha!
Vou aqui resumir o que, do texto lido, me foi possível constatar:
António Gomes Freire de Andrade, (1) nobre, militar e administrador colonial, nasceu em Juromenha, no concelho do Alandroal em 1685, filho de Bernardino Freire de Andrade e de D. Joana Vicência de Meneses.
Foi moço fidalgo com exercício e foi acrescentado a fidalgo escudeiro do Conselho do Rei D. João V e do Rei D. José I.
Estudou no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra e, nesse período, assentou praça e seguiu a carreira militar no Exército Português.
Diz a “Nobreza de Portugal” que este militar tomou parte na Guerra de Sucessão da Espanha “… e de tal forma se houve que conquistou alto posto”.
Foi então nomeado para um alto cargo no Brasil, tomando posse como Governador e Capitão-General do Rio de Janeiro em 26-06-1733, tendo desempenhado essas funções, por 30 anos, até 27-06-1763.
Em 1735 é incumbido de administrar Minas Gerais e, em 1748, é também incumbido de administrar, em acumulação, as novas capitanias que se fundaram - São Paulo e Mato Grosso.
A sua atuação foi notável como Governador, como administrador e atuou intensamente em favor da instrução e da cultura. Desenvolveu a Literatura e fundou duas Academias: A dos Felizes e a dos Seletos! Deu aval  à abertura da  1ª Tipografia no Brasil que o Rei de Portugal, logo, mandou encerrar.
Foi um distinto militar no comando da Guerra do Rio Grande do Sul em 1750; desenvolveu a tecnologia militar, criando a “Casa do Trem” para abrigo e reparação da Artilharia.
Graças aos serviços prestados à Corte Real, D. José I concedeu-lhe o título de 1º Conde da Bobadela por Carta de 20-12-1758.
Morre em 1763; não se casou, nem teve filhos; sucedeu-lhe em testamento o seu irmão, José António Freire de Andrade, a quem deixou um valiosíssimo morgado e o título de Conde da Bobadela.
Jaz na Capela do Convento de Santa Teresa no Rio de Janeiro.
Por proposta do Senado da Câmara do Rio de Janeiro, fora ordenado, em 13-08-1760, que o retrato do Conde fosse colocado na Sala do referido Senado.
O Departamento de Ciências e Tecnologia do Exército Brasileiro possui, em sua homenagem, o nome histórico de Departamento do General Gomes Freire de Andrade!
Creio que é lícito, aos Alandroalenses, terem orgulho nos seus antepassados que se notabilizaram, nas áreas da sua ação, aqui ou em qualquer parte do Mundo
A vetusta Juromenha sorri e abraça com alegria o seu Guadiana que não mais voltará atrás as águas de medroso!

(1)- Não deve ser confundido com Gomes Freire de Andrade e Castro, ou Gomes Freire de Andrade ou, simplesmente,  Gomes Freire que, sendo Português, nasceu em Viena de Áustria em 27.01-1757.
Ota (Alenquer), 17 de Maio de 2020
Martinho Roma da Vila.

1 comentário:

Anónimo disse...



OBS.


Este apontamento histórico, do Martinho Roma, devia servir para nos

lembrar que mais "Figuras e Peitos Ilustres Alandroalenses" foram fazendo

parte da Memória Histórica de uma Vila e de um Concelho com que muito que

contar,redescobrir e reviver.


Assim haja uma Visão, um Caminho,e uma Valorização do que parece morto

e não o devia estar. Até porque, ao que sabemos, a História se,por

vezes, se esconde e desaparece,por outros lados nunca morre!

Será assim que a Autarquia vê as coisas?


SD


ANBerbem


Assim a CMA estivesse atenta a este capital histórico