Assinalando os 75 anos do final da mesma, e, tendo em conta
que o mês de maio foi travada a última batalha, com o reconhecimento das tropas
alemãs da sua derrota perante as forças aliadas, assinalamos esse facto
recordando episódios pouco conhecidos Que tiveram lugar nessa malfadada época.
O EXCÊNTRICO ROUBO DO CADÁVER DE MUSSOLINI — E O ESCONDERIJO IMPROVÁVEL
Em 1946, o cadáver do tirano,
que estava enterrado no cemitério de Musocco, foi roubado durante um episódio
insólito
Benito
Mussolini, líder fascista e Domenico Leccisi, homem que roubou o corpo do
político.
Em 1919, Mussolini tornou-se líder do Partido Fascista
logo após o término da Primeira Guerra Mundial. Três anos depois, realizou a
Marcha sobre Roma, fazendo com que o rei Victor Emanuel II cedesse. Dessa
maneira, o fascista tornou-se primeiro-ministro da Itália .
Nos primeiros anos, Mussolini fez transparecer uma
monarquia parlamentarista, mas obtinha grandes poderes. Em 1924, por meio de
uma eleição fraudulenta, os fascistas tiveram o maior número de votos no
parlamento, o que resultou no título de duce, ou seja, líder da Itália.
O declínio de Mussolini
14 anos após instalar a ditadura fascista italiana, o
mundo encontrava-se no contexto da Segunda Guerra Mundial. Diante da aliança
com Adolf Hitler, líder da Alemanha
nazi, Mussolini incorporou parte da Iugoslávia.
Todavia, o homem não teve sucesso em todas as batalhas e foi derrotado na Grécia, em 1940 e na Áfria, em 1941. Logo, a sua
liderança foi contestada pelo Grande Conselho Fascista nos anos seguintes.
Uma vez destituído, o tirano foi preso e,
posteriormente, libertado pelos alemães. Com poucas esperanças, o homem tentou
manter o seu governo no norte da Itália, mas quase ninguém o respeitava.
Dessa maneira, tentou fugir para a Suíça, mas caiu
na armadilha de guerrilheiros italianos e foi preso novamente. Benito e a sua
amante, Claretta Petacci, foram julgados e fuzilados na Itália em 1945.
Posteriormente, os seus corpos foram transferidos para Milão, onde foram expostos
na Praça Loreto num posto de gasolina.
O roubo do corpo do líder fascista
Apenas um ano após a morte do duce, o jornalista de
direita, Domenico Leccisi, e mais dois colegas decidiram desenterrar o seu corpo
no cemitério de Musocco. Não obstante, o roubo causou espanto e ficou
mundialmente conhecido.
Corpos de Mussolini e Clara pendurados em uma viga de metal / Crédito:
Wikimedia Commons
Com o fim de causar mais rumores, o homem deixou um
bilhete: “Finalmente, Duce, você está conosco. Vamos cobri-lo de rosas, mas o
cheiro da sua virtude vai dominar essas rosas”, escreveu num papel. Era o
começo de um mistério que não duraria muito tempo.
Quatro meses após o desaparecimento, as autoridades
italianas descobriram que o cadáver de Mussolini estava num mosteiro datado
do século 15, localizado em Pavia, no sul de Milão. Segundo os responsáveis
pelo caso, dois monges foram acusados de esconder o corpo. Leccisi
imaginou que seria um local improvável de despertar desconfianças. No entanto,
foi em vão.
Devido ao desaparecimento, e com medo de um possível
culto à personalidade, foi decidido que o corpo do líder fascista ficaria
escondido pelos anos seguintes. Foi somente em 1957 que o ditador pôde ser
enterrado em Predappio, o seu local de nascimento.
A vida de Domenico Leccisi
No mesmo ano do crime, Leccisi foi condenado a seis
anos de prisão, mas não permaneceu muito tempo na cadeia devido à amnistia por
crimes cometidos durante a era fascista. Mais tarde, o homem fez parte do
parlamento italiano neofascista e foi vereador de Milão. Posteriormente, o
criminoso deu vida ao livro Com Mussolini Antes e Depois de Piazzale Loreto.
NICOLI RAVELI
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