quarta-feira, 13 de maio de 2020

MONSTROS SINISTROS

São várias as datas apontadas como final da II Guerra Mundial. Certezas há apenas que a mesma durou desde 1939 a 1945.
Assinalando os 75 anos do final da mesma, e, tendo em conta que o mês de maio foi travada a última batalha, com o reconhecimento das tropas alemãs da sua derrota perante as forças aliadas, assinalamos esse facto recordando episódios pouco conhecidos Que tiveram lugar nessa  malfadada época.

     O  EXCÊNTRICO  ROUBO  DO  CADÁVER  DE MUSSOLINI — E  O  ESCONDERIJO  IMPROVÁVEL

Em 1946, o cadáver do tirano, que estava enterrado no cemitério de Musocco, foi roubado durante um episódio insólito
Benito Mussolini, líder fascista e Domenico Leccisi, homem que roubou o corpo do político.
Em 1919, Mussolini tornou-se líder do Partido Fascista logo após o término da Primeira Guerra Mundial. Três anos depois, realizou a Marcha sobre Roma, fazendo com que o rei Victor Emanuel II cedesse. Dessa maneira, o fascista tornou-se primeiro-ministro da Itália .
Nos primeiros anos, Mussolini fez transparecer uma monarquia parlamentarista, mas obtinha grandes poderes. Em 1924, por meio de uma eleição fraudulenta, os fascistas tiveram o maior número de votos no parlamento, o que resultou no título de duce, ou seja, líder da Itália.
 O declínio de Mussolini
14 anos após instalar a ditadura fascista italiana, o mundo encontrava-se no contexto da Segunda Guerra Mundial. Diante da aliança com  Adolf Hitler, líder da Alemanha nazi, Mussolini incorporou parte da Iugoslávia.
Todavia, o homem não teve sucesso em todas as  batalhas e foi derrotado na Grécia, em 1940 e na Áfria, em 1941. Logo, a sua liderança foi contestada pelo Grande Conselho Fascista nos anos seguintes.
Uma vez destituído, o tirano foi preso e, posteriormente, libertado pelos alemães. Com poucas esperanças, o homem tentou manter o seu governo no norte da Itália, mas quase ninguém o respeitava.

Dessa maneira, tentou fugir para a Suíça, mas caiu na armadilha de guerrilheiros italianos e foi preso novamente. Benito e a sua amante, Claretta Petacci, foram julgados e fuzilados na Itália em 1945. Posteriormente, os seus corpos foram transferidos para Milão, onde foram expostos na Praça Loreto num posto de gasolina.
O roubo do corpo do líder fascista
Apenas um ano após a morte do duce, o jornalista de direita, Domenico Leccisi, e mais dois colegas decidiram desenterrar o seu corpo no cemitério de Musocco. Não obstante, o roubo causou espanto e ficou mundialmente conhecido.

Corpos de Mussolini e Clara pendurados em uma viga de metal / Crédito: Wikimedia Commons
Com o  fim de causar mais rumores, o homem deixou um bilhete: “Finalmente, Duce, você está conosco. Vamos cobri-lo de rosas, mas o cheiro da sua virtude vai dominar essas rosas”, escreveu  num papel. Era o começo de um mistério que não duraria muito tempo.
Quatro meses após o desaparecimento, as autoridades italianas descobriram que o cadáver de Mussolini estava num mosteiro datado do século 15, localizado em Pavia, no sul de Milão. Segundo os responsáveis pelo caso, dois monges foram acusados de  esconder o corpo. Leccisi imaginou que seria um local improvável de despertar desconfianças. No entanto, foi em vão. 
Devido ao desaparecimento, e com medo de um possível culto à personalidade, foi decidido que o corpo do líder fascista ficaria escondido pelos anos seguintes. Foi somente em 1957 que o ditador pôde ser enterrado em Predappio, o seu local de nascimento.
A vida de Domenico Leccisi
No mesmo ano do crime, Leccisi foi condenado a seis anos de prisão, mas não permaneceu muito tempo na cadeia devido à amnistia por crimes cometidos durante a era fascista. Mais tarde, o homem fez parte do parlamento italiano neofascista e foi vereador de Milão. Posteriormente, o criminoso deu vida ao livro Com Mussolini Antes e Depois de Piazzale Loreto.
NICOLI RAVELI 


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