segunda-feira, 11 de maio de 2020

MONSTROS SINISTROS

São várias as datas apontadas como final da II Guerra Mundial. Certezas há apenas que a mesma durou desde 1939 a 1945.
Assinalando os 75 anos do final da mesma, e, tendo em conta que o mês de maio foi travada a última batalha, com o reconhecimento das tropas alemãs da sua derrota perante as forças aliadas, assinalamos esse facto recordando episódios pouco conhecidos que tiveram lugar nessa  malfadada época.


                             EM 1918, UM SOLDADO BRITÂNICO TEVE A CHANCE DE MATAR ADOLF HITLER
           Talvez, se Henry Tandey tivesse atirado, nunca veríamos a ascensão do terrível ditador nazi
Adolf Hitler e Henry Tandey - Wikimedia Commons
No dia 28 de setembro de 1918, Henry Tandey, o soldado britânico mais condecorado da Primeira Guerra Mundial, esteve prestes a matar o jovem Adolf Hitler. Essa ocasião inusitada, narrada posteriormente pelo próprio ditador, poderia ter levado a História do século 20 a rumos um pouco diferentes.
Enquanto estavam combatendo no povoado de Marcoing, no front francês, os alemães acabaram recuando, pressionados pelo avanço britânico,  Adof Hitler ficou para trás, mancando e incapaz de se defender. Foi aí que ele se deparou com o soldado Tandey e a sua arma.
“Por um instante, eles olharam-se. O alemão, que era cabo, não levantou a arma. Ficou em pé, esperando a morte inevitável. Tandey levantou o rifle e apontou para matá-lo. Mas baixou a arma. Não podia atirar  num homem ferido. O cabo alemão, que tinha 29 anos, moveu a cabeça em sinal de agradecimento e  juntou-se às tropas que batiam em retirada”, afirma o jornalista Santiago Farrell na sua obra Tudo O Que Você Precisa Saber Sobre a Primeira Guerra Mundial.
Mais tarde, Hitler afirmou ter descoberto a identidade de seu salvador  numa pintura do artista italiano Fortunino Matania. "Aquele homem chegou tão perto de me matar que pensei que nunca mais voltaria a ver a Alemanha, disse ele posteriormente. "A providência  salvou-me de um fogo diabólico e preciso, quando aqueles meninos ingleses estavam mirando em nós".
Tandey com as suas medalhas / Crédito: Alastair Kennedy-Rose
 Entretanto, existem controvérsias sobre essa história. Segundo o Dr. David Johnson, que escreveu uma biografia sobre Tandey, Hitler teria inventado essa história para propagar ainda mais seus mitos de vitória e resistência. "Com a sua autopercepção divina, a história foi acrescentada ao seu próprio mito - de que ele havia sido poupado de algo maior, de que de alguma forma foi escolhido", afirma Johnson.
O próprio Tandey, quando discutia esse evento, tomava muito cuidado com as suas palavras. Embora reconhecesse ter poupado a vida de muitos inimigos, não se lembrava das feições de Hitler.
Entretanto, a questão que fica é: se o futuro Fuhrer tivesse morrido, a história do século 20 seria tão diferente assim? Enquanto uns, como o advogado de Hitler, Hans Frank, afirmaram que sem ele a  Segunda Guerra nem sequer teria existido, outros relativizam o mito de que a história é feita por personagens. Os acontecimentos históricos, na verdade, ocorreriam dentro de um tempo específico que é transformado pelas pessoas, mas que também as transforma.
Então, é muito provável que, caso Hitler tivesse morrido em campo, outro soldado alemão frustrado se teria tornado um terrível ditador – e arrastado multidões com ele.

JOSEANE PEREIRA 



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