Rui Mendes
Comemorar
em contenção social
Muitas têm sido as lições que nos tem dado o Papa Francisco.
Com a pandemia em propagação a Igreja soube comemorar a Páscoa em
ambiente de contenção. Uma medida de bom senso e de salvaguarda da saúde
pública.
O Papa Francisco deixou-nos a sua mensagem Urbi et Orbi e
partilhou com a comunidade cristã as suas reflexões e preocupações sobre a
pandemia, deixando a sua palavra de esperança.
Esta semana o Reitor do Santuário de Fátima apelou aos peregrinos
para não se deslocarem ao Santuário nos próximos dias 12 e 13 de maio, não
sendo permitido aos peregrinos o acesso a qualquer espaço do Santuário, sendo a
“peregrinação” feita por via da comunicação social, da internet e das redes
sociais.
Teremos de louvar a sensatez da Igreja Católica em tempos de
pandemia, mantendo as comemorações, mas afastando os seus peregrinos, não os
sujeitando à exposição da covid-19. Optou-se, e bem, por acatar as
recomendações das organizações de saúde, fazendo cumprir regras de confinamento
social e de limitações de circulação.
Contudo, temos de nos indignar quando assistimos a alguns
políticos. sublinho, alguns políticos, que se julgam acima de tudo, não tendo a
sensatez de agir de acordo com regras que acautelem a saúde pública. Muitas
destas regras apoiadas por eles mesmos, exigindo que os outros as cumpram, mas
excluindo-se de as cumprir.
Tudo o que possam dizer para justificarem realizações políticas
com a necessidade de deslocação e participação de muitas pessoas são desculpas
que pouco ou nada interessam.
Relembramos que o que está em causa é o cumprimento de medidas de
prevenção e de salvaguarda da saúde pública. É isto que está em causa, nada
mais.
Mais ainda nos indignamos quanto tantos portugueses têm a sua vida
“suspensa” por terem de cumprir regras de saúde pública, porque foram obrigados
a cessar ou reduzir as suas atividades.
Quando tantos portugueses têm o seu futuro incerto por não saberem
como irão ultrapassar os efeitos económicas que a pandemia lhes trouxe às suas
vidas.
Ainda assim todos estes portugueses procederam conforme o Governo
lhes exigiu, e bem, de se manterem em confinamento e de cessarem atividades
para limitar os efeitos da pandemia.
Os portugueses já perceberam que teremos de nos acantonar para
evitar contatos e, consequentemente, reduzir a possibilidades de propagação da
doença. Só sendo possível realizar-se eventos de pequeníssima dimensão.
Contudo, certos eventos políticos, e só estes, poderão continuar a
realizar-se, porque aí vigoram outras lógicas. Não dá para entender. Só têm
moral para exigir e criticar aqueles que dão o exemplo. Os demais não têm
legitimidade para o fazer.
Em tempos de pandemia o Papa Francisco e a Igreja Católica
deram-nos uma grande lição, e são um exemplo de como agir, salvaguardando a
saúde pública.
Até para a semana
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