José
Policarpo
O melhor dos dois mundos
Vivemos num tempo absolutamente paradoxal. Por um lado, temos os
entendidos em saúde publica a pedirem aos cidadãos para se confinarem o máximo
que puderem, por outro, temos o poder político, governo e presidência da
república, a defenderem o melhor dos dois mundos: confinar e desconfinar;
consumir não consumindo.
Não há ninguém, minimamente, informado que coloque em causa a
facilidade de contágio do coronavírus e que o mesmo ataca impiedosamente, os
mais vulneráveis: os velhos e os doentes crónicos. E, que, também, há regras de
convivência em sociedade que deverão ser acatadas por todos; o distanciamento
social, a utilização de máscaras e a higienização, sobretudo, das mãos.
O poder político, à cabeça o Governo, deverá falar claro aos
cidadãos, não pode, contudo, defender uma coisa e o seu contrário. Se tem como
estratégia o reaquecimento da atividade económica no curto prazo, não pode
assustar a população com o receio de novos picos de pandemia.
Por isso, deverá o Governo no seu discurso colocar o acento tónico
no desconfinamento da sociedade com responsabilidade, mas em simultâneo, também
ou mais importante, contribuir para o desanuviar da tensão que recai sobre a
maioria da população que a impede de consumir livremente.
Dito isto, as indicações dadas à sociedade deverão alicerçar-se no
conhecimento científico mais consensual, mesmo que isso amanhã seja desmentido,
mas não podemos “morrer todos da cura” e não há vida sem economia. Tratar da
retoma económica deverá ser um imperativo do governo mobilizando
responsavelmente toda a sociedade.
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