E, como estamos na ribeira do Lucifecit vamos
assistir a mais um aproveitamento da água, agora para a lavagem da roupa, como
antigamente se fazia. Para muitos será uma novidade, para alguns, será uma
recordação. Vamos, pois recordar pela mão do Hélder, mais um antigo potencial
da ribeira:.
AS LAVADEIRAS DO LUCIFÉCIT
Durante séculos a água da ribeira do Lucifécit foi aproveitada, com maior ou menor incidência, conforme as épocas e as necessidades dos tempos.
Acredita o autor que a ribeira atinge o esplendor da utilização da água com a farinação, a transformação de cereal em farinha.
Os seus moinhos substituíam os do Guadiana quando das enchentes deste rio.
As lavadeiras.
AS LAVADEIRAS DO LUCIFÉCIT
Durante séculos a água da ribeira do Lucifécit foi aproveitada, com maior ou menor incidência, conforme as épocas e as necessidades dos tempos.
Acredita o autor que a ribeira atinge o esplendor da utilização da água com a farinação, a transformação de cereal em farinha.
Os seus moinhos substituíam os do Guadiana quando das enchentes deste rio.
As lavadeiras.
Na década de cinquenta, sessenta um dos mais
belos coloridos humanos, que então me impressionou, foi ver as lavadeiras a
caminhar pela estrada da Boa Nova, para a ribeira.
Em fila indiana, com as canastras, receptáculo feitos de cana, à cabeça, firmes em rodilhas, para não magoar, elas serpenteavam até aos pegos preferidos.
Havia dois pegos de sua preferência, o da ponte Velha e o do porto da Boa Nova, assim chamado por ficar perto do Santuário, que se situava um pouco acima das "passadeiras", existindo o da correntinha como alternativa.
Na margem e no porto da Boa Nova as lavadeiras colocam lajes de razoável dimensão, a que chamavam "pedras", todas elas na margem direita. A "pedra" era considerada propriedade de quem a arranjava e a utilizava com habitual frequência, o que motivava alguns conflitos, quando uma lavadeira, por chegar mais cedo ou desconhecer de quem era a "pedra" a ocupasse
Em fila indiana, com as canastras, receptáculo feitos de cana, à cabeça, firmes em rodilhas, para não magoar, elas serpenteavam até aos pegos preferidos.
Havia dois pegos de sua preferência, o da ponte Velha e o do porto da Boa Nova, assim chamado por ficar perto do Santuário, que se situava um pouco acima das "passadeiras", existindo o da correntinha como alternativa.
Na margem e no porto da Boa Nova as lavadeiras colocam lajes de razoável dimensão, a que chamavam "pedras", todas elas na margem direita. A "pedra" era considerada propriedade de quem a arranjava e a utilizava com habitual frequência, o que motivava alguns conflitos, quando uma lavadeira, por chegar mais cedo ou desconhecer de quem era a "pedra" a ocupasse
.Roupa havia de difícil lavagem, entre elas
estavam os cobertores, que para perderem a maior parte da água, para uma melhor
e mais rápida enxuga, eram exprimidos. Duas lavadeiras pegavam nas pontas desta
peça de roupa e torciam-na até deitar quase toda a água nela embebida.
Era necessário um grande esforço, que compensava porque a secagem era mais rápida e quando da recolha a peça, por vezes, já estava enxuta.
Alguma roupa "encardia" e, não branquejava com as vulgares lavagens. E, para tornar a lavar essas peças era necessário fervê-las. Assim surgem as “barrelas”.
A roupa nessas condições era metida em recipientes de cobre, com uma fornalha por baixo para o aquecimento da água, que se levava até à fervura e misturada com cinza, a branqueava.
Ainda hoje me interrogo, por não ter a certeza, da batida de certa roupa, depois de bem ensaboada, na "pedra". Raciocinando penso que a pancada, dada com alguma violência, exercia uma força centrifugadora expelindo a sujidade.
O ato de lavar era praticado de joelhos, que assentavam em almofadas improvisadas com roupa velha.
Depois de lavada a roupa era estendida por cima dos alandros, das atabuas e dos vimes, para secar, cujo colorido transmitia ainda mais beleza á ribeira.
Embora me recorde do nome de muitas lavadeiras, a Isabel Veladas, a Maria Joana, a tia Lobinha jamais se apagarão da minha memória.
Obrigado por me terem lido.
Hélder Salgado
Terena, 15-11-2014.
Era necessário um grande esforço, que compensava porque a secagem era mais rápida e quando da recolha a peça, por vezes, já estava enxuta.
Alguma roupa "encardia" e, não branquejava com as vulgares lavagens. E, para tornar a lavar essas peças era necessário fervê-las. Assim surgem as “barrelas”.
A roupa nessas condições era metida em recipientes de cobre, com uma fornalha por baixo para o aquecimento da água, que se levava até à fervura e misturada com cinza, a branqueava.
Ainda hoje me interrogo, por não ter a certeza, da batida de certa roupa, depois de bem ensaboada, na "pedra". Raciocinando penso que a pancada, dada com alguma violência, exercia uma força centrifugadora expelindo a sujidade.
O ato de lavar era praticado de joelhos, que assentavam em almofadas improvisadas com roupa velha.
Depois de lavada a roupa era estendida por cima dos alandros, das atabuas e dos vimes, para secar, cujo colorido transmitia ainda mais beleza á ribeira.
Embora me recorde do nome de muitas lavadeiras, a Isabel Veladas, a Maria Joana, a tia Lobinha jamais se apagarão da minha memória.
Obrigado por me terem lido.
Hélder Salgado
Terena, 15-11-2014.
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