O
apoio da UE
Ursula van der Leyen apresentou a proposta da Comissão Europeia
que permitirá, através de Fundo de Recuperação, reforçar financeiramente os
seus Estados membros no combate à crise que se instalou por toda a Europa
devido à covid-19.
A Comissão Europeia pretende injetar nas economias dos seus
Estados membros um total de 750 mil milhões de euros, uma parte a fundo perdido,
outra por empréstimos a conceder em condições preferenciais.
A Portugal caberá uma fatia superior a 3% daquele montante,
podendo assim financiar-se por recurso a “fundo perdido” em 15 mil M€, e por
empréstimo num valor de 10,8 mil milhões. Portugal poderá assim reunir fundos
superiores a 25 mil milhões.
As economias da União Europeias e, em especial, as mais débeis,
grupo em que nos encontramos, poderão assim aceder a um pacote que terá por
missão atenuar os efeitos económicos e sociais gerados pela crise, e relançar
as respetivas economias. Isto se o Conselho Europeu, que se prevê que se
realize em julho, vier a dar o seu aval.
Relançar a economia passa por apoiar as empresas, única forma de
proteger empregos, por cada empresa que morre perdem-se postos de trabalho,
perdendo-se empregos o país fica economicamente mais fraco e socialmente mais
fragilizado.
Ainda assim os portugueses poderão descansar um pouco por existir
um programa europeu que ataca a crise, mas não esperem milagres.
De uma forma ou de outra, este montante terá de ser pago. O
chamado “fundo perdido” será suportado por futuros orçamentos da Comissão, ou
seja, cada um dos Estados membros terá de assegurar o pagamento de uma parte,
os empréstimos serão liquidados pelo Estado membro que recorra a este
financiamento. Ou seja, são os cidadãos através dos seus impostos, os
existentes e eventualmente os que vierem a ser criados, que irão pagar todo
este financiamento.
É que por vezes a forma como nos é transmitida alguma informação
não nos permite perceber, com a devida clareza, que encargos estamos
sucessivamente está a assumir.
É certo que alguns Estados membros suportam maiores encargos, mas
caberá a todos dar o seu contributo, na medida em que todos contribuem para o
orçamento da União.
Certamente que no contexto atual não haveria nenhuma outra
solução. Aliás, Portugal deverá estar ainda mais reconhecido pelo apoio que a
UE nos tem dado, doutra forma as medidas que seriam adotadas seriam ainda mais
duras.
Mas fiquemos esclarecidos que a lógica governativa de alguns dos
últimos governos, por sinal quase sempre da mesma cor política, está sustentada
em divida e mais divida, e que o fardo que deixamos às gerações futuras, as dos
nossos filhos e netos, é cada vez mais pesado.
A política tem disto. Nem sempre os escolhidos são os mais
competentes. O que importa é criar uma permanente ilusão para que nos
afastamentos da realidade. E, verdade se diga, nisso António Costa é mestre.
Permite-nos viver na ilusão que estamos melhor do que realmente estamos, que
estamos sempre melhor que os outros, e que somos sempre um país de referência
na União.
Mas fiquemo-nos pela ilusão para não cairmos na desilusão.
Até para a semana
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