Pensem nisto. Obrigado!
O Presidente da República anunciou
ontem ao país que, nada se alterará, até ao final do mês de abril. Os
portugueses terão de ficar em confinamento social, para que o número de
infetados seja o adequado às respostas que podem ser dadas pelo sistema
nacional de saúde. Aqui incluem-se, penso eu, todo os setores: o público, o
privado e, também, o social.
O
país, o nosso e os outros que, colocam o valor da vida, acima de qualquer um
outro, não aceitariam que há vidas mais importantes do que outras. Conseguem
imaginar, se calhar não, que alguém diria que os meus pais são mais importantes
do que os pais de qualquer uma das pessoas que perde o seu tempo a ler ou vir
as minhas crónicas. Tenho a certeza de que não aceitariam, seja qual fosse a
razão apontada.
Por
isso, a contenção social, à partida, e talvez à chegada, seja a decisão mais
adequada para a defesa da integridade, aqui no sentido mais alargado do termo,
da nossa comunidade.
Contudo,
não nos é dito, nem assumido, pelo poder político, o que é que está a ser feito
junto das pessoas mais vulneráveis, em resultado da sua deficiente condição
económica, ou, pela disfunção familiar onde se inserem. Há, como é evidente,
questões e efeitos colaterais da pandemia, tão ou mais importantes, do que o
número de infetados pelo covid-19.
Ora,
e no cumprimento do artigo 1.º da constituição da república portuguesa, o
estado de emergência, por maioria de razão, não poderá suspender a “dignidade
da pessoa humana”, mesmo que, os media portugueses, só noticiem os infetados,
os internados e os óbitos desta pandemia. Há, com efeito, outras realidades,
tão ou mais dramáticas, embora não deem voto.
Pensem nisto.
Obrigado!
Sem comentários:
Enviar um comentário