A última grande tertúlia de Lisboa - que marcou cultural e
politicamente várias décadas portuguesas - teve lugar no Botequim, bar do Largo da Graça criado e projetado por Natália Correia.
Tive o prazer de ter
sido um dos frequentadores, não só pela admiração que tinha pela personagem de
Natália quer pelo, gosto das noites que ali se viviam
“Nele fizeram-se, desfizeram-se revoluções, governos, obras de
arte, movimentos cívicos; por ele passaram presidentes da República,
governantes, embaixadores, militares, juízes, revolucionários, heróis,
escritores, poetas, artistas, cientistas, assassinos, loucos, amantes em
madrugadas de vertigem, de desmesura.
A magia do Botequim tornava-se, nas noites de festa, feérica. Como
um iate de luxo, navegava-se delirantemente em demanda de continentes
venturosos, de ilhas de amores a encontrar. O futuro foi ali, como em nenhuma
outra parte do País, festivamente antecipado. Nunca houve, nem por certo
haverá, nada igual entre nós “ –
Fernando Dacosta, (na contracapa do referido livro sobre o
Botequim)
In: Templos do Sol
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