RUI MENDES
Evitar o alarmismo
social
O surto do coronavírus que se tem
expandido a partir da China tem preocupado a OMS e as autoridades de saúde dos
diferentes países.
Se
é fundamental transmitir informação sobre o novo coronavírus, também é
necessário manter as pessoas sem lhes dramatizar o problema, para que cada um
possa manter a normalidade da sua vida quotidiana, ainda que necessariamente
cumprindo as práticas de prevenção e controlo de infecção recomendadas.
O
coronavírus instalou o medo na sociedade portuguesa.
Algo
que é compreensível porque se projetaram cenários dramáticos, porque se
lançaram algumas recomendações que criaram níveis elevados de preocupação nas
pessoas.
Não
estivesse a saúde no estado em que está e os portugueses certamente estariam
mais descansados.
Não
fossemos nós confrontados quase que diariamente com casos dramáticos que
acontecem nos diversos serviços de saúde públicos e seguramente que os
portugueses não estariam tão preocupados.
Tivessemos
nós portugueses seguros que os serviços de saúde estavam apetrechados com os
meios necessários para atacar o surto epidémico deste novo vírus e decerto que
os portugueses confiariam no sistema.
Tivesse
a Linha SNS24 uma outra resposta e os portugueses teriam outra tranquilidade.
Só
que o medo que se instalou é devido não só ao receio de um surto em grande
escala como, também, pela falta de confiança no sistema de saúde.
Pouco
interessa o que os nossos governantes nos digam quando os portugueses têm a
noção da realidade. E a percepção que têm do SNS é o que realmente interessa.
De
facto, não se fala noutra coisa senão no coronavírus.
A
corrida à compra de máscaras descartáveis e gel desinfectante, ao ponto destes
produtos se esgotarem no mercado, é um bom exemplo da falta de senso por parte
de alguns, e de se açambarcarem produtos sem razão que o justifique.
Os
efeitos deste surto serão sentidos em vários sectores.
Na economia o impacto será grande.
A
economia mundial que já apresentava sinais de abrandamento terá um crescimento
necessariamente revisto em baixa.
Portugal
terá que arranjar respostas orçamentais que permitam atenuar os impactos vindos
do exterior, desde logo pela quebra na exportação para alguns países, mas
também respostas que permitam apoiar os sectores da economia nacional que já
estão a ser atingidos, desde logo o sector do turismo, pese embora se saiba que
Portugal terá uma limitada margem orçamental, porque o país ainda vive os
efeitos da última crise que nos atingiu.
A
seu tempo virão os custos desta crise.
É
pois importante que todos encaremos este problema com preocupação, mas também
com tranquilidade e com alguma naturalidade, cumprindo as informações das
autoridades de saúde, para que possamos atenuar, tanto quanto possível, os
efeitos negativos na economia, e não criar alarmismo social.
Até
para a semana
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