RUI
MENDES
O coronavírus e o
resto.
A Organização Mundial de Saúde declarou o Covid-19 como pandemia.
Ao fazê-lo a OMS reconheceu a dimensão mundial da doença e o problema de saúde
pública que está provocando em muitas dezenas de países.
O novo
coronavírus tem posto à prova os vários sistemas de saúde e a capacidade de
atuação dos países.
Portugal não é
exceção. O número de infetados com este novo vírus irá aumentar nos próximos
dias, essa é a tendência. O que se espera é que o número de infetados que
necessitarão de internamento não cresça brutalmente, de forma a não esgotar a
capacidade dos serviços de saúde, e que o sistema possua recursos suficientes,
humanos e materiais, para responder às necessidades. É isto que deverá ser a
nossa esperança nesta fase.
Todos certamente
estamos apreensivos. Isto é algo que o mundo não estava preparado que
acontecesse.
Não há como fugir
ao problema, pelo que cada um de nós deve acolher as recomendações das
autoridades de saúde, para que cada um contribua para a não propagação da
doença, e para que ela não evolua de forma rápida. Este é o dever de cada um de
nós.
Tenhamos consciência
que uma vez ultrapassada esta fase de combate à doença o mundo terá de encarar
um outro problema, que também trará danos. A queda das economias trará
problemas de outra natureza.
As fortes quedas
das bolsas que temos assistido nos últimos dias, a quebra da atividade em
muitos setores económicos, o crescimento de taxas de juros, entre outros, são
alguns sinais que mostram que este vírus fará danos não apenas ao nível da
saúde, mas também estenderá esses danos a vários outros setores.
Portugal nem de
perto nem de longe conseguiu ultrapassar os danos causados pela última crise
económica, pelo que terá dificuldades acrescidas caso tenha de encarar uma nova
crise.
A divida
portuguesa em termos nominais cresceu nos últimos anos, o crescimento económico
cifou-se por um crescimento mediano, nada mais que isso, pese embora tivéssemos
assistido sempre a um discurso muito colorido.
Durante esta
semana todas as demais notícias foram abafadas pelo novo coronavírus. Ainda
assim, a crise dos migrantes, que esteve adormecida em razão do acordo
celebrado entre a UE e a Turquia, está novamente a atingir uma dimensão
absolutamente trágica. Todos os outros assuntos foram reduzidos a um vazio
noticioso.
É deveras
preocupante o mundo que estamos a construir, não é só um mundo mais desigual, é
um mundo em calamidade.
Até para a semana
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