MARIA HELENA FIGUEIREDO
Cada qual a fazer
a sua parte
É assim que tem de ser, se quisermos ultrapassar e sobreviver ao
que é talvez o maior desfio que nos foi feito desde que nos lembramos, cada um
e cada uma de nós tem de fazer a sua parte. Tem que ser agente activo no combate
à pandemia de Corona Vírus que sobre nós se abateu.
Este corona vírus
que se tem espalhado rapidamente como uma mancha de óleo por todo o mundo,
manifestou-se com tamanha intensidade que ninguém, nenhum país estava ou podia
estar preparado.
Não é um problema
de Portugal nem de inépcia das autoridades de saúde nacionais. Está a passar-se
o mesmo em países que muita gente aponta sempre como exemplares na organização
dos serviços de saúde. Veja-se a Alemanha, veja-se a Dinamarca.
As autoridades de
Saúde têm tomados medidas graduais que muitas vezes achamos que não são
suficientemente firmes ou eficazes, mas não nos podemos esquecer que as medidas
têm impacto não apenas sobre a saúde mas também sobre a forma como nos
organizamos socialmente e que é preciso que por cada medida de contenção tomada
seja dada uma resposta aos problemas que levanta.
E porque estamos
a lutar com uma pandemia, não devemos ter a ilusão de que sozinhos vamos
ultrapassar esta crise. É preciso que as medidas sejam tomadas em coordenação com
os outros Estados com quem mantemos, por enquanto, fluxos de pessoas e
mercadorias e sobretudo com os vizinhos espanhóis.
Precisamos todos
e todas de olhar para a situação actual e compreender que este é um desafio à
nossa sobrevivência colectiva e que vai deixar sequelas profundas na forma como
nos organizamos e vivemos.
É evidente que a
maioria da população está consciente dos riscos para a saúde que todos corremos
mas o sentimento que afecta muita gente é o medo.
É normal termos
medo quando nos sentimos ameaçados e acossados e não conhecemos exactamente
todos os contornos da ameaça nem como podemos defender-nos. Não sabemos o que
nos pode esperar, não sabemos quanto tempo esta situação vai demorar e tememos
pelos nossos familiares.
Mas o medo é um
sentimento de impotência que normalmente tolhe a capacidade de reacção e face
ao medo, que é uma reacção natural e muitas vezes irracional, temos de ser
capazes de avaliar racionalmente o que se está a passar, qual ou quais as
respostas que cada um e cada uma de nós pode dar e passar a agir.
E a melhor acção
que podemos tomar é ficar em casa, fazer quarentena social que por enquanto
ainda não nos foi imposta mas que devemos todos aplicar voluntariamente.
Se o vírus se
transmite pessoa a pessoa, então não lhe demos espaço. Não nos aproximemos dos
outros, por muito que nos apeteça ir dar uma voltinha à praça do Giraldo ou ir
tomar um café com os amigos.
Ficar em casa.
Limitar as saídas e os contactos sociais ao absolutamente essencial. Não nos
aproximarmos dos outros, lavar bem as mãos sempre que toquemos em qualquer
objecto que outros tocaram. Não entupir os serviços de saúde em caso de ter
sintomas, mas ligar à saúde 24. Enfim, seguir os conselhos da Autoridade
Nacional de Saúde.
São conselhos
aparentemente simples, mas que às vezes nos custam a seguir.
E vamos lá
quebrar as cadeias de maldade que circulam por aí nas redes sociais, com
notícias falsas que nos falam de números tremendistas de mortes e infectados e
de mezinhas curativas milagrosas, que só podem servir propósitos sinistros.
E já agora
façamos deste desafio uma oportunidade para deixar vir ao de cima o que de
melhor há em cada um de nós, sejamos solidários e reconhecidos a todos os
profissionais que nos permitem manter alguma normalidade nas nossas vidas.
Fiquem bem e até
para a semana.
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